Qual a composição da lágrima?
De que é feito o choro? Não falo do suspiro que nos preenche a morte do astro do cinema ou das novelas, nem daquele choro falso e cruel de uma desilusão amorosa, que é esquecido com a vinda de um novo amor. Falo do choro dos que desaprenderam a amar, do choro simples e puro daqueles que o coração há muito parou e nada, nada têm. Já não tem a vontade de buscar uma vida melhor, não tem vontade de ver o sol nascer, pois sua vida é um eterno poente.
De onde é que vem esse sopro que de repente nos transborda o peito, deixa um leve desconforto no pescoço e nos faz querer fugir e não ouse escapar pela boca, pelos pensamentos sequer e nos vaza os olhos ainda sem permissão?
Há poucos momentos assim nos quais me sinto impotente...momentos em que sou tão estúpido e minha percepção me alerta para tamanha estupidez e já não há mais nada a fazer, momentos de impotência frente a corrupção e minha incapacidade de enfrentar o corrupto com mais corrupção, nos quais parece que meus valores falam mais alto e me impedem de progredir, orgulho invejado das crenças e valores que se perdem no preço das coisas...a impotência que nem a puta pode vencer, a impotência de não querer ser tratado como carne nem tratar o outro assim.
Nessa hora, em que vemos o que a humanidade é. Do que somos feitos, do mais puro tecido de miséria e sujeira, se alimentando das nossas próprias fezes, defecando ódio e indiferença.
É disso que essa lágrima é composta, de nós mesmos, de um monte de coisas sem sentido que não há como nomear, é feita de nós...de fora pra dentro e de dentro pra fora, estamos mergulhados em um mar de merda.
Por Rodrigo Silva.
Alguém há de dizer que são palavras fortes, mas tamanha é a força do texto de Téo e do seu grito, que não haveria como dizer deles, se não fosse com força. Se você é capaz de enxergar a ternura encoberta pelo mito do forte que tem medo de que percebam sua doçura, então é capaz de amar este blog. por Ana da Cruz.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
...
Se faltar desejos, os dias serão ríspidos a luz que me vem de qualquer lugar não pode ser verdadeira, as juras de amor muito menos, os tempo que me valem qualquer centavo, são os mesmos que valeriam milhões pra qualquer um de vocês, se eu lutei pra amar e perdi a luta, é um problema meu... Quando eu levantei vi que não tinha mais forças tem um escuro aqui do meu lado, na frente também, e também no resto dos lugares.
Se os amores eram felizes, sorte pro mundo, o meu era demais, capaz de enfartar qualquer coração o meu amor enfartou-me o meu amor foi por ali, e não volta a qualquer dia desses, conto uma estória qualquer pro meu coração dormir, o costume de me ficar agarrado me dilacera com facilidade, o amor que lhe tinha era muito e ainda é, e lhe tem, eu não mais tenho, não vivo, não fico em pé, temo, receio e morro sem coragem.
- Mas então o seu amor não é meu nem seu...
- Só porque eu disse que é divino?
- Sim peça ao divino que lhe pague os centavos pelo tempo que perdeu comigo...
- Sim peço, e peço a ele me julgar e me sentenciar a pena de morte
- Agora não cabe sarcasmo, nem demagogia muito menos choro.
- Sim o fim não representa nada?
- Só mesmo o fim...
Eles não têm culpa, não temos culpa, não sabemos amar, são coisas de premeditadas o erro o amor são grandes vícios, podemos nos perder, e errar poderia nos denunciar, mas queremos o orgulho, não se tem fogo pra abranger uma grande fogueira, não se pode iluminar os céus com um fósforo, aquela luz que vocês vêem durante o dia, é minha alma que tornou luz, por amar demais...
Se os amores eram felizes, sorte pro mundo, o meu era demais, capaz de enfartar qualquer coração o meu amor enfartou-me o meu amor foi por ali, e não volta a qualquer dia desses, conto uma estória qualquer pro meu coração dormir, o costume de me ficar agarrado me dilacera com facilidade, o amor que lhe tinha era muito e ainda é, e lhe tem, eu não mais tenho, não vivo, não fico em pé, temo, receio e morro sem coragem.
- Mas então o seu amor não é meu nem seu...
- Só porque eu disse que é divino?
- Sim peça ao divino que lhe pague os centavos pelo tempo que perdeu comigo...
- Sim peço, e peço a ele me julgar e me sentenciar a pena de morte
- Agora não cabe sarcasmo, nem demagogia muito menos choro.
- Sim o fim não representa nada?
- Só mesmo o fim...
Eles não têm culpa, não temos culpa, não sabemos amar, são coisas de premeditadas o erro o amor são grandes vícios, podemos nos perder, e errar poderia nos denunciar, mas queremos o orgulho, não se tem fogo pra abranger uma grande fogueira, não se pode iluminar os céus com um fósforo, aquela luz que vocês vêem durante o dia, é minha alma que tornou luz, por amar demais...
domingo, 21 de dezembro de 2008
Calçada
Praticamente via-se posto ao chão o rapaz que nem nome possuía mais. Possuído.
A uns dois quarteirões à frente a garota andava zonza, com medo de pisar no seu óculo, que havia caído sob forma indevida, não exatamente quando passou a procurar um novo rastro ao chão de alguém que te formava nova, momentaneamente. Há uns meses, anos ou décadas, já não se via tentáculos de felicidade, é-lhe tão impossível tentacular a felicidade; quanto ver aprazado um novo amor na vida do rapaz, sem nome a possuir.
A calçada era suja, mal-tratada, havia ratos por ali a roerem os lixos que ficavam presos nas estacas dos bueiros, a cagarem todo vão buraco que se constituía no concreto do canteiro, não sei, mas penso que o rapaz procurou o melhor lugar para definir o que havia dentro de ti, absurdo, mas encontrou, a calçada.
O óculo era vermelho, havia veia, corria sangue e o estranho: Andava sempre com a menina ao lado esquerdo do lugar onde se encontram os peitos. Era linda a menina, tinha pele, tinha cabelo, tinha pernas, mãos, mas acima de tudo inteligência, afetuosidade, caricia e um montão de coisas boas. A mãe dele, sim, do sem posse nominal, dizia para ela sempre “este é o melhor óculo que é possível ver em alguém, que enxerga a vida de forma perfeita, com previsões perfeitas e congrulações a alguém que ganha o teu podium e recebe troféu perfeito”. - Ela deixava ver o mundo com seu óculo. Havia sonhos no óculo, havia poderes de fazer alguém sonhar também, havia baixas inescrupulosas que outrem provocava a base da enganação que a fazia chorar com os olhos onde já não se encontravam os óculos. Era parte dela o que era parte dele e o sem posse nominal descobriu tão tarde que agora lhe restava, calçada, ratos, lixos e merda que ele se rendia tão obrigatoriamente quanto a justiça te impôs. A vida inteira sentenciado a ficar na calçada.
A uns dois quarteirões à frente a garota andava zonza, com medo de pisar no seu óculo, que havia caído sob forma indevida, não exatamente quando passou a procurar um novo rastro ao chão de alguém que te formava nova, momentaneamente. Há uns meses, anos ou décadas, já não se via tentáculos de felicidade, é-lhe tão impossível tentacular a felicidade; quanto ver aprazado um novo amor na vida do rapaz, sem nome a possuir.
A calçada era suja, mal-tratada, havia ratos por ali a roerem os lixos que ficavam presos nas estacas dos bueiros, a cagarem todo vão buraco que se constituía no concreto do canteiro, não sei, mas penso que o rapaz procurou o melhor lugar para definir o que havia dentro de ti, absurdo, mas encontrou, a calçada.
O óculo era vermelho, havia veia, corria sangue e o estranho: Andava sempre com a menina ao lado esquerdo do lugar onde se encontram os peitos. Era linda a menina, tinha pele, tinha cabelo, tinha pernas, mãos, mas acima de tudo inteligência, afetuosidade, caricia e um montão de coisas boas. A mãe dele, sim, do sem posse nominal, dizia para ela sempre “este é o melhor óculo que é possível ver em alguém, que enxerga a vida de forma perfeita, com previsões perfeitas e congrulações a alguém que ganha o teu podium e recebe troféu perfeito”. - Ela deixava ver o mundo com seu óculo. Havia sonhos no óculo, havia poderes de fazer alguém sonhar também, havia baixas inescrupulosas que outrem provocava a base da enganação que a fazia chorar com os olhos onde já não se encontravam os óculos. Era parte dela o que era parte dele e o sem posse nominal descobriu tão tarde que agora lhe restava, calçada, ratos, lixos e merda que ele se rendia tão obrigatoriamente quanto a justiça te impôs. A vida inteira sentenciado a ficar na calçada.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Um livro.
Ficara até altas horas com drogas no bolso, com álcool na mente, com marolas na narina, com ela no coração. Havia máquinas de jogos em que nunca apostara, mas sempre havia esperança de ganhar. Tinha um tênis branco, usava-o com calças-sociais escuras, havia uma camiseta do radiohead, uma do velvet underground, uma do pearl Jam, uma do the doors, uma preta, outra verde e outra azul; das quais nunca se separava já havia alguns anos. A barba estava grande, cara, e era ruiva. Tocava um contra-baixo que soava só, a banda era paradoxo; acreditara que os satélites mandariam seu som pra marte e de lá, alguém captaria e botaria no que faltava em alguma banda pra completar.
Tirou um livro de bolso que não cabia no bolso; queria escrever algo àquela que faltara, sentira saudades, mentira tanto antes; que tudo agora era verdade e enfim; no anverso da capa escreveu: Faça o que quiser de mim, me bote pra servir-te, espere que eu chego já, eu não vou chegar. Estou exausto, me ajude a ler este livro? Vejo que não peso mais, não tenho massa, minha alma está mais pesada que meus músculos maltratados. Veja, meu bem. Não há nada que se aproveite em mim, mas me leia esse livro? Prometo que cada vez que falar de amor eu abro os olhos pra te olhar, toda vez que falar de ódio eu os fecho pra me olhar, toda vez que falar de mentira eu prometo abrir minha boca, toda vez que falar de virtudes eu prometo sorrir pra ti - ao sentir que são todas suas. Toda vez que leres a palavra "paixão" prometo sorrir e ao final, quando o rapaz ficar só ou morrer, prometo, mas prometo do fundo do coração que deixo você ir.
Tirou um livro de bolso que não cabia no bolso; queria escrever algo àquela que faltara, sentira saudades, mentira tanto antes; que tudo agora era verdade e enfim; no anverso da capa escreveu: Faça o que quiser de mim, me bote pra servir-te, espere que eu chego já, eu não vou chegar. Estou exausto, me ajude a ler este livro? Vejo que não peso mais, não tenho massa, minha alma está mais pesada que meus músculos maltratados. Veja, meu bem. Não há nada que se aproveite em mim, mas me leia esse livro? Prometo que cada vez que falar de amor eu abro os olhos pra te olhar, toda vez que falar de ódio eu os fecho pra me olhar, toda vez que falar de mentira eu prometo abrir minha boca, toda vez que falar de virtudes eu prometo sorrir pra ti - ao sentir que são todas suas. Toda vez que leres a palavra "paixão" prometo sorrir e ao final, quando o rapaz ficar só ou morrer, prometo, mas prometo do fundo do coração que deixo você ir.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Ao fPensamento sobre o curta...
Um rapaz britânico acorda pela manhã, escova os dentes, olha-se no espelho e anda pelo corredor do prédio, um longo corredor, meio obscuro.
Encontra a (Amada – namorada – esposa – amante – amiga) tudo até aí no mais puro silêncio, e começa a tocar fade out do Radiohead, e eles começam a discutir, exatamente quando um passa ao lado do outro, se olham, e ele inicia uma longa briga, para a musica << não foi justo tudo que você fez, a vida esteve por um passo da felicidade.>> Ele diz olhando em direção dela. << nunca nada é justo, justaposto, justamente, injusto, o amor preterido pelo ódio é forma de egoísmo, você foi tantas vezes egoísta, quando amou de verdade, não soube se controlar? O que é este teu sentimento agora? Você aí, passivo, sem planos a não ser fuga de si, si só é só!>> Ele ainda insisti em dizer olhando pra ela. E quando a câmera chega perto, vira como se estivesse olhando pelos olhos dele e vê um enorme espelho entre os dois – ele falava com ele mesmo.
Ela vai, e ele fica. Um Cúpido – pensei que pudesse ser um ET, já que os ingleses crêem de forma insana neles – retira do corpo do rapaz a flecha, com muito esforço, o rapaz briga com o cúpido << O que é? Saia de minha, alma que atenta minha sanidade, saia>>Diz o rapaz. << Tenho que levar a flecha, não cabe-te mais, não é mais sua de direito.>> Diz o cupido. <> Diz o rapaz. << Tenho que ir... >> Diz o cupido.
Quando o cúpido retira a flecha, o rapaz cai em pedaços, todos espalhados pelo corredor, a esta hora um pouco mais iluminado, para que soem visão e o barulho dos cacos no chão... Volta a tocar a música, a alma do rapaz ainda inteira, fica pegando os cacos um-a-um de modo que as peças do corpo que ele pega têm chagas, e vai se montando novamente, a musica para de novo, ele fica se reconstituindo, chorando, e vão caindo as lágrimas nas peças do corpo, que vão se derretendo, escorrendo pelo corredor do prédio << Como assim? Como assim? O que de mim espera? Um amigo assim, um amigo assim? Como assim? “I don’t belong Here” Como assim? Como assim? Nossa vida… Ah, tudo escorre pelo meu dedo, Vocativo, vem cá vocativo. Eu perco a voz na hora do vocativo. Como assim? Como assim? Agonia... Why? Oh God... Como assim Deus? Como assim? Sim, é meu nome, é meu nome quem chamas? >> Diz o rapaz.
<< Sim é teu nome que chamo! >> Diz a morte. Quando a ultima gota cai e a última peça é derretida a musica toca novamente, volta a namorada chorando copiosamente, pisa no liquido que ele virou, vai até o apartamento, pega um pano seca-o, com o pano encharcado vai até o ralo do prédio e torce o pano, ele escorre pelo ralo até misturar-se com a alma e o lodo que está abaixo do ralo...
Um rapaz britânico acorda pela manhã, escova os dentes, olha-se no espelho e anda pelo corredor do prédio, um longo corredor, meio obscuro.
Encontra a (Amada – namorada – esposa – amante – amiga) tudo até aí no mais puro silêncio, e começa a tocar fade out do Radiohead, e eles começam a discutir, exatamente quando um passa ao lado do outro, se olham, e ele inicia uma longa briga, para a musica << não foi justo tudo que você fez, a vida esteve por um passo da felicidade.>> Ele diz olhando em direção dela. << nunca nada é justo, justaposto, justamente, injusto, o amor preterido pelo ódio é forma de egoísmo, você foi tantas vezes egoísta, quando amou de verdade, não soube se controlar? O que é este teu sentimento agora? Você aí, passivo, sem planos a não ser fuga de si, si só é só!>> Ele ainda insisti em dizer olhando pra ela. E quando a câmera chega perto, vira como se estivesse olhando pelos olhos dele e vê um enorme espelho entre os dois – ele falava com ele mesmo.
Ela vai, e ele fica. Um Cúpido – pensei que pudesse ser um ET, já que os ingleses crêem de forma insana neles – retira do corpo do rapaz a flecha, com muito esforço, o rapaz briga com o cúpido << O que é? Saia de minha, alma que atenta minha sanidade, saia>>Diz o rapaz. << Tenho que levar a flecha, não cabe-te mais, não é mais sua de direito.>> Diz o cupido. <
Quando o cúpido retira a flecha, o rapaz cai em pedaços, todos espalhados pelo corredor, a esta hora um pouco mais iluminado, para que soem visão e o barulho dos cacos no chão... Volta a tocar a música, a alma do rapaz ainda inteira, fica pegando os cacos um-a-um de modo que as peças do corpo que ele pega têm chagas, e vai se montando novamente, a musica para de novo, ele fica se reconstituindo, chorando, e vão caindo as lágrimas nas peças do corpo, que vão se derretendo, escorrendo pelo corredor do prédio << Como assim? Como assim? O que de mim espera? Um amigo assim, um amigo assim? Como assim? “I don’t belong Here” Como assim? Como assim? Nossa vida… Ah, tudo escorre pelo meu dedo, Vocativo, vem cá vocativo. Eu perco a voz na hora do vocativo. Como assim? Como assim? Agonia... Why? Oh God... Como assim Deus? Como assim? Sim, é meu nome, é meu nome quem chamas? >> Diz o rapaz.
<< Sim é teu nome que chamo! >> Diz a morte. Quando a ultima gota cai e a última peça é derretida a musica toca novamente, volta a namorada chorando copiosamente, pisa no liquido que ele virou, vai até o apartamento, pega um pano seca-o, com o pano encharcado vai até o ralo do prédio e torce o pano, ele escorre pelo ralo até misturar-se com a alma e o lodo que está abaixo do ralo...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Curta.
Um rapaz britânico acorda pela manhã, escova os dentes, olha-se no espelho e anda pelo corredor do prédio, um longo corredor, meio obscuro.
Encontra a (Amada – namorada – esposa – amante – amiga) tudo até aí no mais puro silêncio, e começa a tocar fade out do Radiohead, e eles começam a discutir, exatamente quando um passa ao lado do outro, se olham, e ele inicia uma longa briga, para a musica << não foi justo tudo que você fez, a vida esteve por um passo da felicidade.>> Ele diz olhando em direção dela. << nunca nada é justo, justaposto, justamente, injusto, o amor preterido pelo ódio é forma de egoísmo, você foi tantas vezes egoísta, quando amou de verdade, não soube se controlar? O que é este teu sentimento agora? Você aí, passivo, sem planos a não ser fuga de si, si só é só!>> Ele ainda insisti em dizer olhando pra ela. E quando a câmera chega perto, vira como se estivesse olhando pelos olhos dele e vê um enorme espelho entre os dois – ele falava com ele mesmo.
Ela vai, e ele fica. Um Cúpido – pensei que pudesse ser um ET, já que os ingleses crêem de forma insana neles – retira do corpo do rapaz a flecha, com muito esforço, o rapaz briga com o cúpido << O que é? Saia de minha, alma que atenta minha sanidade, saia>>Diz o rapaz. << Tenho que levar a flecha, não cabe-te mais, não é mais sua de direito.>> Diz o cupido. <> Diz o rapaz. <> Diz o cupido.
Quando o cúpido retira a flecha, o rapaz cai em pedaços, todos espalhados pelo corredor, a esta hora um pouco mais iluminado, para que soem visão e o barulho dos cacos no chão... Volta a tocar a música, a alma do rapaz ainda inteira, fica pegando os cacos um-a-um de modo que as peças do corpo que ele pega têm chagas, e vai se montando novamente, a musica para de novo, ele fica se reconstituindo, chorando, e vão caindo as lágrimas nas peças do corpo, que vão se derretendo, escorrendo pelo corredor do prédio <> Diz o rapaz.
<> Diz a morte. Quando a ultima gota cai e a última peça é derretida a musica toca novamente, volta a namorada chorando copiosamente, pisa no liquido que ele virou, vai até o apartamento, pega um pano seca-o, com o pano encharcado vai até o ralo do prédio e torce o pano, ele escorre pelo ralo até misturar-se com a alma e o lodo que está abaixo do ralo...
Encontra a (Amada – namorada – esposa – amante – amiga) tudo até aí no mais puro silêncio, e começa a tocar fade out do Radiohead, e eles começam a discutir, exatamente quando um passa ao lado do outro, se olham, e ele inicia uma longa briga, para a musica << não foi justo tudo que você fez, a vida esteve por um passo da felicidade.>> Ele diz olhando em direção dela. << nunca nada é justo, justaposto, justamente, injusto, o amor preterido pelo ódio é forma de egoísmo, você foi tantas vezes egoísta, quando amou de verdade, não soube se controlar? O que é este teu sentimento agora? Você aí, passivo, sem planos a não ser fuga de si, si só é só!>> Ele ainda insisti em dizer olhando pra ela. E quando a câmera chega perto, vira como se estivesse olhando pelos olhos dele e vê um enorme espelho entre os dois – ele falava com ele mesmo.
Ela vai, e ele fica. Um Cúpido – pensei que pudesse ser um ET, já que os ingleses crêem de forma insana neles – retira do corpo do rapaz a flecha, com muito esforço, o rapaz briga com o cúpido << O que é? Saia de minha, alma que atenta minha sanidade, saia>>Diz o rapaz. << Tenho que levar a flecha, não cabe-te mais, não é mais sua de direito.>> Diz o cupido. <
Quando o cúpido retira a flecha, o rapaz cai em pedaços, todos espalhados pelo corredor, a esta hora um pouco mais iluminado, para que soem visão e o barulho dos cacos no chão... Volta a tocar a música, a alma do rapaz ainda inteira, fica pegando os cacos um-a-um de modo que as peças do corpo que ele pega têm chagas, e vai se montando novamente, a musica para de novo, ele fica se reconstituindo, chorando, e vão caindo as lágrimas nas peças do corpo, que vão se derretendo, escorrendo pelo corredor do prédio <
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Téo!
Ele acorda, e pronto pra se abster da vida, anda. Logo, ao andar se sente perto do serviço e vai trabalhar, fica o seu primeiro período inteiro na internet vendo sites de inutilidades, porém, muito pessoais. Conversa com os amigos relembra o dia de ontem.
Faz de conta que tudo esta bem, e esta bem e não seria necessário fazer de conta, mas ser falso é sempre mais fácil, brincadeiras daqui, brincadeiras dali, “Téo cara de pasTÈO”, infantilidades que só mesmo o tempo da hora do almoço oferece, prestes a lutar por alguém e prestes a desistir da mesma... ...tudo isso é fato.
Eu acompanhei esse rapaz por uns dias, não foi fácil, sempre longe de si mesmo e de tudo o que sonha, chega a dar agonia, quando se vê que vive, sem viver. Rapaz de paz, amor, adjetivos completos de vida poderia viver perfeitamente como tudo que queria viver, mas sempre tem entre lances de memória, e resgates de desculpas uma frase de um psicoterapeuta chamado Flavio Gikovate “Admiração é fator de escolha, e não de amor!” e sempre acha que o que escolhe não vai nunca poder amar, também pudera, seus gostos são péssimos.
Enquanto um coração queima, a vida se refaz é engraçado como esse pobre coitado sabe reviver sempre, ressuscita todo dia como se tivesse uma vida a cada hora que quisesse viver, e sempre as vivia.
Costumei a seguir sua sombra, e vi que poderia ser igual a ele, de cores, de bastões e palavras, depois de tê-lo, persegui-lo, vivê-lo e morre-lo, tive a ousadia de também ressuscitar, e as ruas não serviram pra andar. As folhas não serviram pra implante de oxigênio, não tive multas de transito, sim as tive e foram à toa, não tive exageros a serem julgados, eu quis viver como um téo viveria, eu quis viver e partir dali tomei posse desse ser, eu fui alma, ele corpo; hoje somos um, adiantaria mais os inteiros juntos, ele me completa, eu o completo vivemos a mesma vida, trabalhamos na mesma empresa, amamos a mesma mulher, ouvimos as mesmas musicas... ...numa cumplicidade de se tornar inveja a outros seres não completos, simplesmente humanos.
Faz de conta que tudo esta bem, e esta bem e não seria necessário fazer de conta, mas ser falso é sempre mais fácil, brincadeiras daqui, brincadeiras dali, “Téo cara de pasTÈO”, infantilidades que só mesmo o tempo da hora do almoço oferece, prestes a lutar por alguém e prestes a desistir da mesma... ...tudo isso é fato.
Eu acompanhei esse rapaz por uns dias, não foi fácil, sempre longe de si mesmo e de tudo o que sonha, chega a dar agonia, quando se vê que vive, sem viver. Rapaz de paz, amor, adjetivos completos de vida poderia viver perfeitamente como tudo que queria viver, mas sempre tem entre lances de memória, e resgates de desculpas uma frase de um psicoterapeuta chamado Flavio Gikovate “Admiração é fator de escolha, e não de amor!” e sempre acha que o que escolhe não vai nunca poder amar, também pudera, seus gostos são péssimos.
Enquanto um coração queima, a vida se refaz é engraçado como esse pobre coitado sabe reviver sempre, ressuscita todo dia como se tivesse uma vida a cada hora que quisesse viver, e sempre as vivia.
Costumei a seguir sua sombra, e vi que poderia ser igual a ele, de cores, de bastões e palavras, depois de tê-lo, persegui-lo, vivê-lo e morre-lo, tive a ousadia de também ressuscitar, e as ruas não serviram pra andar. As folhas não serviram pra implante de oxigênio, não tive multas de transito, sim as tive e foram à toa, não tive exageros a serem julgados, eu quis viver como um téo viveria, eu quis viver e partir dali tomei posse desse ser, eu fui alma, ele corpo; hoje somos um, adiantaria mais os inteiros juntos, ele me completa, eu o completo vivemos a mesma vida, trabalhamos na mesma empresa, amamos a mesma mulher, ouvimos as mesmas musicas... ...numa cumplicidade de se tornar inveja a outros seres não completos, simplesmente humanos.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Caminhava, não tão só "nenhum de nós", caminhava. Uma caixa preta em seu caminho, alguns perfuradores de sonho faziam com que a paisagem fosse estragada ao pouco. Alguns estrondos musicais não reconhecia se Wagner, Chopin ou rock'n'roll. O céu escuro, sem estrelas, as pessoas sem face, não haviam rostos. Alguns Modigliani's nas paredes do tempo, alguns Chomsky's pelo pensamento perdidos. Não haviam notas musicais, também pudera, não sabiam tocar instrumentos; o que restara provinha dos povos que sabiam se encontrar nas idades de outrora.
E procurava o caminho, e a amava, por vezes havia discórdia, um que sumia o outro que não se achava e dizia ele: É como se eu não tivesse escolha, como se tudo me indicasse um único caminho, é como se tivesse que ir unicamente andando por ti, se tivesse que me prostrar, como que se eu tivesse que martirizar, como se meu sorriso, por ordem, só surgisse se eu fosse por ti. Como se eu não tivesse um par e fosse só ímpar, acontece que não quero ímpar e nem outro caminho. Não preciso de outra escolha.
E quando encontrou o caminho, o caminho andou sozinho.
E procurava o caminho, e a amava, por vezes havia discórdia, um que sumia o outro que não se achava e dizia ele: É como se eu não tivesse escolha, como se tudo me indicasse um único caminho, é como se tivesse que ir unicamente andando por ti, se tivesse que me prostrar, como que se eu tivesse que martirizar, como se meu sorriso, por ordem, só surgisse se eu fosse por ti. Como se eu não tivesse um par e fosse só ímpar, acontece que não quero ímpar e nem outro caminho. Não preciso de outra escolha.
E quando encontrou o caminho, o caminho andou sozinho.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Andando.
Estava no trem ao trem andara. Suado, feliz, perverso e apaixonado; mas a felicidade não provinha da paixão.
Com fones no ouvido, agora tocava "sex is on fire - Kings of leon" e batia o pé ao chão, mas queria agitar o corpo, seria banal se assim o fizesse. Lembrara-se de Tenessee Willians: O desejo é o oposto da morte. E continuava a desejar tudo que conhecia. Fez sexo ao decorrer da semana e ao domingo inteiro.
Era segunda-feira, não estava tão deprimente quanto tantas outras, por mais que havia céu nublado, por mais que havia malfeitores e pessoas feias no trem.
Lembrara-se do amor, o coração bateu mais forte, chamou-a pelo nome, ela estava longe, foi muito baixo, não gritou, gritar seria banal como agitar o corpo, então calou-se.
Com fones no ouvido, agora tocava "sex is on fire - Kings of leon" e batia o pé ao chão, mas queria agitar o corpo, seria banal se assim o fizesse. Lembrara-se de Tenessee Willians: O desejo é o oposto da morte. E continuava a desejar tudo que conhecia. Fez sexo ao decorrer da semana e ao domingo inteiro.
Era segunda-feira, não estava tão deprimente quanto tantas outras, por mais que havia céu nublado, por mais que havia malfeitores e pessoas feias no trem.
Lembrara-se do amor, o coração bateu mais forte, chamou-a pelo nome, ela estava longe, foi muito baixo, não gritou, gritar seria banal como agitar o corpo, então calou-se.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Bittersweet Symphony
É desesperador, o vento move tudo.
Tudo que quer o vento leva,
as melhores coisas do mundo,
é o vento quem arrasta.
Leva a paz, cala a calmaria,
ele é anáfora, às pipas euforia,
traduz-me ó vento o teu quebrante,
as clausuras do teu soar.
Vento pequenino e gigante,
dá-me o poder de carregar,
de borboletas a diamantes,
é outro meu desejar.
São dor e medo o teu sopro,
Agonia, tristeza e nojo.
Luto eterno por quem levou-me,
e no meu assopro vens quente do inferno.
Tudo que quer o vento leva,
as melhores coisas do mundo,
é o vento quem arrasta.
Leva a paz, cala a calmaria,
ele é anáfora, às pipas euforia,
traduz-me ó vento o teu quebrante,
as clausuras do teu soar.
Vento pequenino e gigante,
dá-me o poder de carregar,
de borboletas a diamantes,
é outro meu desejar.
São dor e medo o teu sopro,
Agonia, tristeza e nojo.
Luto eterno por quem levou-me,
e no meu assopro vens quente do inferno.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
É!!
"Amei você até sua ida, quis um pouco de você e tive muito. Sua justa clareza me fez mais homem e por raros momentos menino como deveria ser. Queria ter um lacuna inc. comigo, ou que fosse tão fácil te esquecer, como foi te amar."
domingo, 9 de novembro de 2008
no name II
Porque era presente sua companhia, mas não existia condicionalmente. Informam-me que no mundo há átomos, mas nada te constitui; nem protoplasma.
Não há anseios mais, não há focos no nosso torpor, não há paz, não há carinho, não há atenção. O futuro é esse agora, eu sozinho e você a andar por aí.
Quando viemos, filmamos, lembra-se do filme que fizemos? Lembra-se das cores? Lembra-se como eram os passos na praça? Lembra aquele banco que sentamos? Lembra aquele desejo árduo de fazer amor no banco da praça? Lembra como éramos cheio deles? Mas tão cheios que explodimos e não queremos mais nada agora. Se eu pudesse te dizer, meu amor. Era como acordar a uma da manhã e abrir a geladeira, a luz incomodava, não havia nada além de água, acho que estou pobre novamente.
Agora acordo duas horas da manhã, não há geladeira, não há grades, não há água, minha boca seca, meus dentes roçam, minha alma sai e Deus não existe mais. É como se eu quisesse dançar uma valsa, mas não não dá pra segurar na mão do vento e nem sentir seu cheiro nele.
Não há anseios mais, não há focos no nosso torpor, não há paz, não há carinho, não há atenção. O futuro é esse agora, eu sozinho e você a andar por aí.
Quando viemos, filmamos, lembra-se do filme que fizemos? Lembra-se das cores? Lembra-se como eram os passos na praça? Lembra aquele banco que sentamos? Lembra aquele desejo árduo de fazer amor no banco da praça? Lembra como éramos cheio deles? Mas tão cheios que explodimos e não queremos mais nada agora. Se eu pudesse te dizer, meu amor. Era como acordar a uma da manhã e abrir a geladeira, a luz incomodava, não havia nada além de água, acho que estou pobre novamente.
Agora acordo duas horas da manhã, não há geladeira, não há grades, não há água, minha boca seca, meus dentes roçam, minha alma sai e Deus não existe mais. É como se eu quisesse dançar uma valsa, mas não não dá pra segurar na mão do vento e nem sentir seu cheiro nele.
sábado, 8 de novembro de 2008
Conto do Telefone - Anderson Volpato.
Não é possível saber ao certo quantas imagens se obscurecem e se esclarecem momentos antes que uma pessoa adormeça. Acredito que os intervalos entre o sono e a consciência constituem um amplo portal para a passagem de nossos medos, fúrias, prazeres e, ao mesmo tempo, um descanso para o peso de nossas preocupações. São nevoeiros e abismos percorridos em minutos constituídos de outras propriedades. Foi no meio desta atmosfera embaçada, agradável e perigosa que um som familiar me despertou um dia desses.
O som pontiagudo e estilhaçado parecia dar braçadas no meio da obscuridade do meu estágio de entorpecimento. Parecia dar braçadas na escuridão do quarto, como um náufrago desesperado por ajuda.
Aos poucos fui retomando a consciência e percebi que o ruído ganhava forma e passou então a significar algo para mim: era o telefone! Levantei-me. A cabeça parecia pesada, pois quando esperamos algo avidamente, o cérebro parece só processar uma mesma informação, e o círculo vicioso torna-se matéria, pesa e fica estampado no rosto. A contradição presente em uma ansiedade sem esperança nos dá uma feição cadavérica, oblíqüa e rarefeita.
Minha cama fica não muito distante do aparelho. Mesmo assim, muitas vezes penso não chegar a tempo para atendê-lo. O telefone pode parar de tocar, penso. A pessoa do outro lado da linha pode imaginar que eu já esteja dormindo e desistir.
Às vezes, a saída do sono é como uma espécie de ressurreição. Ficamos um pouco parecidos a Lázaro saindo de suas ataduras e retornando progressivamente à vida. Ressuscito e desço da beliche com a esperança estampada nos vincos que o travesseiro fez no meu rosto.
O dia foi um pouco cansativo. Muitas coisas acontecem quando temos um campo perceptivo aberto e uma memória traiçoeira e sarcástica. Dizem que não existe vida interior e nem mesmo homem interior. Contudo, como explicar os duelos internos de quem se lembra da própria história e dos vultos do passado? Estamos em um teatro imaginário o tempo todo. Até mesmo diálogos solitários podem ser tecidos por horas em uma nova estrutura espaço/temporal. Na verdade, foram as falas flutuantes deste teatro que encheram as horas do meu dia antes da ligação.
Tendo descido do meu leito suspenso, meus pés quentes tocam o chão frio. Nunca encontro os chinelos. Meu corpo estranha a familiar posição de estar de pé. O incômodo que ele sente fisicamente é relativo ao incômodo que eu lhe proporciono mentalmente: a ansiedade em ouvir o irritante som do telefone. Imagino, cheio de certezas, o que há de latente neste som…
- Vamos lá! digo eu, vamos resolver logo o provável equívoco causado há alguns dias. Sinto um certo frescor curioso em ter esperanças tão simples no meio do grande ato da ressurreição do sono. Será apenas uma simples conversa!
À parte estas questões preliminares e claustrofóbicas, finalmente chego ao aparelho. Ainda tento tatear a parede na busca infrutífera pelo interruptor. Nem mesmo a luz mais forte seria capaz de clarear os torvelinhos das minhas sensações.
Fico frente a frente com o telefone. Minha mão hesita. Parece um bolo de dedos trêmulos e pálidos; parece um guardanapo embrulhado por mãos aflitas depois de uma refeição devorada sem apetite.
Enquanto isso, o som estridente, agora reconhecido enquanto estímulo opressor, continua. Minha esperança de que o aparelho pare de tocar e me deixe voltar para a cama é quase nula. Com certeza atenderei a ligação. É óbvio! Tenho algo muito importante a dizer! Sempre temos!
Lembro-me que certos momentos de indecisão como este já tiveram grande papel em minha nulidade social, profissional, espiritual etc, etc. Chega! Algo tão simples! Basta pegar o fone e ouvir a esperada interjeição ser pronunciada pela esperada voz: Alô!?...
Respiro fundo, verifico involuntariamente a escuridão do longo corredor ao meu lado e retiro o fone do gancho. Então, o som que penetra em meu ouvido esquerdo, ainda zumbindo pelos efeitos do sono, pode ser resumido graficamente em reticências esfumaçadas, porém, imponentes: Tum…! Tum…! Tum…! Tum…!
O som pontiagudo e estilhaçado parecia dar braçadas no meio da obscuridade do meu estágio de entorpecimento. Parecia dar braçadas na escuridão do quarto, como um náufrago desesperado por ajuda.
Aos poucos fui retomando a consciência e percebi que o ruído ganhava forma e passou então a significar algo para mim: era o telefone! Levantei-me. A cabeça parecia pesada, pois quando esperamos algo avidamente, o cérebro parece só processar uma mesma informação, e o círculo vicioso torna-se matéria, pesa e fica estampado no rosto. A contradição presente em uma ansiedade sem esperança nos dá uma feição cadavérica, oblíqüa e rarefeita.
Minha cama fica não muito distante do aparelho. Mesmo assim, muitas vezes penso não chegar a tempo para atendê-lo. O telefone pode parar de tocar, penso. A pessoa do outro lado da linha pode imaginar que eu já esteja dormindo e desistir.
Às vezes, a saída do sono é como uma espécie de ressurreição. Ficamos um pouco parecidos a Lázaro saindo de suas ataduras e retornando progressivamente à vida. Ressuscito e desço da beliche com a esperança estampada nos vincos que o travesseiro fez no meu rosto.
O dia foi um pouco cansativo. Muitas coisas acontecem quando temos um campo perceptivo aberto e uma memória traiçoeira e sarcástica. Dizem que não existe vida interior e nem mesmo homem interior. Contudo, como explicar os duelos internos de quem se lembra da própria história e dos vultos do passado? Estamos em um teatro imaginário o tempo todo. Até mesmo diálogos solitários podem ser tecidos por horas em uma nova estrutura espaço/temporal. Na verdade, foram as falas flutuantes deste teatro que encheram as horas do meu dia antes da ligação.
Tendo descido do meu leito suspenso, meus pés quentes tocam o chão frio. Nunca encontro os chinelos. Meu corpo estranha a familiar posição de estar de pé. O incômodo que ele sente fisicamente é relativo ao incômodo que eu lhe proporciono mentalmente: a ansiedade em ouvir o irritante som do telefone. Imagino, cheio de certezas, o que há de latente neste som…
- Vamos lá! digo eu, vamos resolver logo o provável equívoco causado há alguns dias. Sinto um certo frescor curioso em ter esperanças tão simples no meio do grande ato da ressurreição do sono. Será apenas uma simples conversa!
À parte estas questões preliminares e claustrofóbicas, finalmente chego ao aparelho. Ainda tento tatear a parede na busca infrutífera pelo interruptor. Nem mesmo a luz mais forte seria capaz de clarear os torvelinhos das minhas sensações.
Fico frente a frente com o telefone. Minha mão hesita. Parece um bolo de dedos trêmulos e pálidos; parece um guardanapo embrulhado por mãos aflitas depois de uma refeição devorada sem apetite.
Enquanto isso, o som estridente, agora reconhecido enquanto estímulo opressor, continua. Minha esperança de que o aparelho pare de tocar e me deixe voltar para a cama é quase nula. Com certeza atenderei a ligação. É óbvio! Tenho algo muito importante a dizer! Sempre temos!
Lembro-me que certos momentos de indecisão como este já tiveram grande papel em minha nulidade social, profissional, espiritual etc, etc. Chega! Algo tão simples! Basta pegar o fone e ouvir a esperada interjeição ser pronunciada pela esperada voz: Alô!?...
Respiro fundo, verifico involuntariamente a escuridão do longo corredor ao meu lado e retiro o fone do gancho. Então, o som que penetra em meu ouvido esquerdo, ainda zumbindo pelos efeitos do sono, pode ser resumido graficamente em reticências esfumaçadas, porém, imponentes: Tum…! Tum…! Tum…! Tum…!
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
É!
Voltando à chuva, veio e disse: Como você incomoda, baby.
Num momento entre aspas girar o mundo é paradoxo? Tudo bem que nada pode ter sentido, ter sentido e não ter é como uma pá, que enterra o demônio pra posteriormente enterrar a Deus. Quantas pás de barro são necessárias pra enterrar com a mesma pá o que nos mata ou há de nos matar, pra sermos enterrados, mas como assim? Não sei.
Do que a alma é constituída? De água. Do que o amor é constituído? De água. Do que o corpo é constituído? Muita água. Do que o mundo é constituído? Bem, sei que é maior que nós e contém muita água. Porra, que sede.
Meus pensamentos não têm hesitado em aparecer, mas de forma brusca, sem lapidação, sem entendimento, sem posteridade, sem virtude e sem verdades.
Aí, a chuva olhou pra ela e disse: Você quem me provoca, bem!
Mas com tanta água, como pode a sede? Com tanto sentimento, como pode sofrimento? Com tanta virtude, como pode mentiras? Com tanta dor, como pode desprezo?
Mas como assim? Eu te provoco? – repetiu a moça. E a chuva morreu de dia, a moça a noite e o rapaz mais tarde, amanhecendo. Como que o coração explodisse, por uma freada contínua, uma pisada amarga e um café sem gosto.
Num momento entre aspas girar o mundo é paradoxo? Tudo bem que nada pode ter sentido, ter sentido e não ter é como uma pá, que enterra o demônio pra posteriormente enterrar a Deus. Quantas pás de barro são necessárias pra enterrar com a mesma pá o que nos mata ou há de nos matar, pra sermos enterrados, mas como assim? Não sei.
Do que a alma é constituída? De água. Do que o amor é constituído? De água. Do que o corpo é constituído? Muita água. Do que o mundo é constituído? Bem, sei que é maior que nós e contém muita água. Porra, que sede.
Meus pensamentos não têm hesitado em aparecer, mas de forma brusca, sem lapidação, sem entendimento, sem posteridade, sem virtude e sem verdades.
Aí, a chuva olhou pra ela e disse: Você quem me provoca, bem!
Mas com tanta água, como pode a sede? Com tanto sentimento, como pode sofrimento? Com tanta virtude, como pode mentiras? Com tanta dor, como pode desprezo?
Mas como assim? Eu te provoco? – repetiu a moça. E a chuva morreu de dia, a moça a noite e o rapaz mais tarde, amanhecendo. Como que o coração explodisse, por uma freada contínua, uma pisada amarga e um café sem gosto.
domingo, 2 de novembro de 2008
O amor é uma dádiva.
O amor é um alicerce de paz e carinho.
O amor é um flerte fatal de Deus na gente.
O amor é um cu de bêbado.
O amor é um papel higiênico - reciclado - depois de ter limpado uma febre tifóide.
O amor é uma devassa da Augusta.
O amor é um Carioca insuportável.
O amor é uma idiocracia do veneno mais mórbido da naja indiana Maklin.
O amor é um ralo de fossa.
O amor é uma merda que fede - O qual não vives sem cheirar.
Nem eu.
O amor é um alicerce de paz e carinho.
O amor é um flerte fatal de Deus na gente.
O amor é um cu de bêbado.
O amor é um papel higiênico - reciclado - depois de ter limpado uma febre tifóide.
O amor é uma devassa da Augusta.
O amor é um Carioca insuportável.
O amor é uma idiocracia do veneno mais mórbido da naja indiana Maklin.
O amor é um ralo de fossa.
O amor é uma merda que fede - O qual não vives sem cheirar.
Nem eu.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
É que eu não nasço, sabe? De verdade a verdade é óbvia ululante sobre meu surgimento.
Mas, ainda assim, nem por pouco altruísmo alheio, conseguiram aliterar minhas vogais.
É que talvez, de fato, eu seja assim meio complicado, mas não impossível!
Um dia, ainda muito jovem, uns anos após meu surgimento, vi-me verter em sangue, sim, eu havia cortado meu dedo, era muito sangue, meu Deus. Era vermelho pra todo lado, eram glóbulos brancos que haviam dentro do vermelho – isso eu aprendi muito tempo Dê-pois no meu caderno, eu não fazia lição.
Dê, tenho saudades de você, manda um beijo pra Dona Relva, seu Severino e sua irmã que me dava asco; Geni.
Escrevo pra somente relembrar meu surgimento, eis que me finalizo, sabe, já não encontro mais quem esteja pra reinaugurar-nos, há muita noite lá fora, pouca lua, nenhuma estrela, muito vento – vejo transladando pelos nortes sulistas do céu. Não que eu esteja louco, olha, olha, veja como ele passa colorido, Dê, veja como não há sol, a noite está tão escura, tão intensa, sobretudo, está tão noturna.
Tem uma chaminé no vizinho, ele fez em dezembro à espera dum papai-noel, mas vou te contar um segredo: ali, juro, que ali, nem o pé do Papai-noel passaria. Vamos sair daqui? Vamos para o dia, dia seguinte.
- Quando estendo o braço pra acionar a parada do dia seguinte, Dê. Não tenho mais dedo pra apontar o sinal, me finalizaram antes do meu tchau... Tchau é tão parecido com Tiamo, não? Fale rápido e baixo: Tchau/Tiamo. É tão legal, parece que foram feitos pra serem usados no mesmo momento, pra finalizar. Tchau/Tiamo.
Mas, ainda assim, nem por pouco altruísmo alheio, conseguiram aliterar minhas vogais.
É que talvez, de fato, eu seja assim meio complicado, mas não impossível!
Um dia, ainda muito jovem, uns anos após meu surgimento, vi-me verter em sangue, sim, eu havia cortado meu dedo, era muito sangue, meu Deus. Era vermelho pra todo lado, eram glóbulos brancos que haviam dentro do vermelho – isso eu aprendi muito tempo Dê-pois no meu caderno, eu não fazia lição.
Dê, tenho saudades de você, manda um beijo pra Dona Relva, seu Severino e sua irmã que me dava asco; Geni.
Escrevo pra somente relembrar meu surgimento, eis que me finalizo, sabe, já não encontro mais quem esteja pra reinaugurar-nos, há muita noite lá fora, pouca lua, nenhuma estrela, muito vento – vejo transladando pelos nortes sulistas do céu. Não que eu esteja louco, olha, olha, veja como ele passa colorido, Dê, veja como não há sol, a noite está tão escura, tão intensa, sobretudo, está tão noturna.
Tem uma chaminé no vizinho, ele fez em dezembro à espera dum papai-noel, mas vou te contar um segredo: ali, juro, que ali, nem o pé do Papai-noel passaria. Vamos sair daqui? Vamos para o dia, dia seguinte.
- Quando estendo o braço pra acionar a parada do dia seguinte, Dê. Não tenho mais dedo pra apontar o sinal, me finalizaram antes do meu tchau... Tchau é tão parecido com Tiamo, não? Fale rápido e baixo: Tchau/Tiamo. É tão legal, parece que foram feitos pra serem usados no mesmo momento, pra finalizar. Tchau/Tiamo.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Lembro-me quando fui passarinho e ciscava e caía toda vez que desiquilibrava na bosta que cagara.
Quando voava era muito pouco, parecia o avesso do avesso do avesso. Logo caía emputecido com o deus que me criara tão passarinho e admirava os passarões.
E ciscava novamente, caía na merda novamente. E voava e não passava do mais alto que os dois metros de altura - aquilo era tão injusto.
Até que me joguei de uma árvore, bati a cabecinha e morri. Nunca consegui voar.
Agora sou humano, cago mais que caio, mas a bosta ta sempre presente nos meus desiquilibrios. Há sempre alguma coisa pior, só há bosta. Não há mais liberdade e nem dois metros de altura pra se voar.
Quando voava era muito pouco, parecia o avesso do avesso do avesso. Logo caía emputecido com o deus que me criara tão passarinho e admirava os passarões.
E ciscava novamente, caía na merda novamente. E voava e não passava do mais alto que os dois metros de altura - aquilo era tão injusto.
Até que me joguei de uma árvore, bati a cabecinha e morri. Nunca consegui voar.
Agora sou humano, cago mais que caio, mas a bosta ta sempre presente nos meus desiquilibrios. Há sempre alguma coisa pior, só há bosta. Não há mais liberdade e nem dois metros de altura pra se voar.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Hoje acordei pensativo, tive regras ontem e durante todo o meu passado: os dias também foram todos regras, e eu pensei (pensar já se fazia regra), porém eu pensei, eu não quis mais tentar ser um homenzinho radical, que perdeu a capacidade de viver, por uma simples crise de existência, é quando me disseram crise de existência foi que eu me toquei o quanto fui nojento e sem escrúpulos, dentro da regra fui estúpido, eu não queria viver, eu não queria amar, ou talvez amava demais e ao olhos de quem via não me imaginava triste, porem eu aos pedaços apalpava cada canto do meu peito, pra juntar os cacos, meu sangue servia como cola, mas toda cola seca, e grudava ainda mais o que não tinha que ser grudado, eu não quis ser mais um, não mais um, por esse momento não mais um!
E quando me levantei, foi justamente que cai, foi como ser a vida tivesse “plantando bananeira” e tinha esquecido-se que eu estava ali no bolso dela, não quero ser apenas alguém que possa ser mantido por segredo, eu quero ser exaltado eu tenho prestigio pra isso, por que eu não posso acreditar? Por que me dói tanto amar, se vejo por ai que o amor apenas alimenta, apenas alimenta e sustenta a alma, enquanto o resto ressuscita pra vida eterna?
Como vejo mães e filhos, eu vejo pais e filhas, eu vejo que se amam e comecei a fugir das regras, eu já não queria ver tudo como via, porque não acreditava em tudo, eu não acreditava, e sinceramente não quero mais acreditar, quero criar pra mim um habito novo de serenidade, paz e principalmente vida, eu já não vivo a quanto tempo? Só por não acreditar!
Eu me levanto e tropeço, vivo como um pássaro de asas cortadas, preso numa gaiola que não me deixa viver, me impede de muito, vivo a comer comida tratada, quero mais é voar, quero sobrevoar o mundo, ver o mundo azul como é, quero sentir o ar de liberdade, mas tenho medo, sou covarde, fraco, tolo, inútil, nu com a mão no bolso! Eu não quero mais subir aos céus, não quero fugir das regras, não quero mais crer em coisas novas, eu tenho medo...
... e continuo a ser quem sou!
E quando me levantei, foi justamente que cai, foi como ser a vida tivesse “plantando bananeira” e tinha esquecido-se que eu estava ali no bolso dela, não quero ser apenas alguém que possa ser mantido por segredo, eu quero ser exaltado eu tenho prestigio pra isso, por que eu não posso acreditar? Por que me dói tanto amar, se vejo por ai que o amor apenas alimenta, apenas alimenta e sustenta a alma, enquanto o resto ressuscita pra vida eterna?
Como vejo mães e filhos, eu vejo pais e filhas, eu vejo que se amam e comecei a fugir das regras, eu já não queria ver tudo como via, porque não acreditava em tudo, eu não acreditava, e sinceramente não quero mais acreditar, quero criar pra mim um habito novo de serenidade, paz e principalmente vida, eu já não vivo a quanto tempo? Só por não acreditar!
Eu me levanto e tropeço, vivo como um pássaro de asas cortadas, preso numa gaiola que não me deixa viver, me impede de muito, vivo a comer comida tratada, quero mais é voar, quero sobrevoar o mundo, ver o mundo azul como é, quero sentir o ar de liberdade, mas tenho medo, sou covarde, fraco, tolo, inútil, nu com a mão no bolso! Eu não quero mais subir aos céus, não quero fugir das regras, não quero mais crer em coisas novas, eu tenho medo...
... e continuo a ser quem sou!
domingo, 26 de outubro de 2008
Ele chegou, sentou-se em um banco, colocou a pasta ao lado e recostou-se. Parecia chateado com algo. De repente, começou a procurar um melhor jeito de acomodar-se no assento sujo e desconfortável.
Após alguns minutos, seu olhar mostrava uma incomunicabilidade extrema com o lugar: ele era apenas pensamentos. A paisagem ao redor parecia ter uma latência para mudar. Os dias de verão são aquarelas que dão errado a qualquer pincelada. Um vento de chuva arrastou algumas folhas caídas que conviviam com garrafinhas de suco e maços de cigarro: Assim é a convivência das coisas por aqui. Enquanto isso, a sombra das folhas da árvore dançavam em seus pés.
Após alguns minutos de um outro tipo de tempo, ele resolveu abrir a pasta; notou que ela estava entreaberta. Sentiu receio de ter perdido algo. Mesmo assim, tirou uns papéis. De longe, parecia uma carta a ser terminada. Depois que abriu a pasta, parece que ele ficou menor no meio daquele monte de papel branco hospitalar.
Os raios de sol que se mixavam nas folhas das árvores tomavam um aspecto de jogo. Mas a preocupação dele afastava qualquer pessoa que quisesse sentar-se ao banco. Estava com uma turbulência imóvel nítida.
Um tronco de árvore, no lado direito à sua frente, dava uma profundidade à cena. Os veios da madeira, de uma forma ou de outra, assemelhavam-se aos de seu rosto. O clima, aguardando a chuva, deixava as mãos com uma certa umidade desconfortável. O calor passou a ser um tipo de ironia. Sabemos bem falar de desconforto por aqui.
Incomunicável como um boneco de látex, ele ficou com algumas folhas tiradas da pasta sobre o colo. Aqueles papéis preocuparíam qualquer um: poderíam ser documentos importantíssimos! E as folhas caídas das árvores continuavam esvoaçando a seus pés, fazendo desenhos abstratos de descompromisso.
Novamente ele tentava aconchegar-se no banco. O vento soprou, as folhas se levantaram em suas mãos como cartas de baralho de um jogo ganho. Os raios de sol foram-se e restou apenas o vapor que deixaram. As nuvens no céu formavam mil figuras conhecidas e, ao mesmo tempo, nunca vistas. Não é comum levantar a cabeça para ver as coisas hoje em dia: As nuvens brincavam de caverna platônica.
Aquele homem parecia preocupado demais para estar ali. Aqueles papéis, talvez a carta, os envelopes, a pasta… o vento poderia levar tudo para o convívio com as coisas do chão.
Uma leve garoa chegou. Não havia mais sol. A umidade era, agora, visualmente presente: orgânica. Ele, então, olha o relógio, tira-o do braço e coloca-o na pasta.
Pelo lado direito, apareceu uma mulher; sentou-se no banco, cumprimentaram-se. Ele entregou algumas folhas para ela; despediram-se. Ela se levantou, olhou para a esquerda e foi embora. Ele colocou de novo o relógio, organizou a pasta, fechou-a bem com o zíper e a presilha, levantou-se e saiu.
Por Anderson Volpato Rodrigues
Após alguns minutos, seu olhar mostrava uma incomunicabilidade extrema com o lugar: ele era apenas pensamentos. A paisagem ao redor parecia ter uma latência para mudar. Os dias de verão são aquarelas que dão errado a qualquer pincelada. Um vento de chuva arrastou algumas folhas caídas que conviviam com garrafinhas de suco e maços de cigarro: Assim é a convivência das coisas por aqui. Enquanto isso, a sombra das folhas da árvore dançavam em seus pés.
Após alguns minutos de um outro tipo de tempo, ele resolveu abrir a pasta; notou que ela estava entreaberta. Sentiu receio de ter perdido algo. Mesmo assim, tirou uns papéis. De longe, parecia uma carta a ser terminada. Depois que abriu a pasta, parece que ele ficou menor no meio daquele monte de papel branco hospitalar.
Os raios de sol que se mixavam nas folhas das árvores tomavam um aspecto de jogo. Mas a preocupação dele afastava qualquer pessoa que quisesse sentar-se ao banco. Estava com uma turbulência imóvel nítida.
Um tronco de árvore, no lado direito à sua frente, dava uma profundidade à cena. Os veios da madeira, de uma forma ou de outra, assemelhavam-se aos de seu rosto. O clima, aguardando a chuva, deixava as mãos com uma certa umidade desconfortável. O calor passou a ser um tipo de ironia. Sabemos bem falar de desconforto por aqui.
Incomunicável como um boneco de látex, ele ficou com algumas folhas tiradas da pasta sobre o colo. Aqueles papéis preocuparíam qualquer um: poderíam ser documentos importantíssimos! E as folhas caídas das árvores continuavam esvoaçando a seus pés, fazendo desenhos abstratos de descompromisso.
Novamente ele tentava aconchegar-se no banco. O vento soprou, as folhas se levantaram em suas mãos como cartas de baralho de um jogo ganho. Os raios de sol foram-se e restou apenas o vapor que deixaram. As nuvens no céu formavam mil figuras conhecidas e, ao mesmo tempo, nunca vistas. Não é comum levantar a cabeça para ver as coisas hoje em dia: As nuvens brincavam de caverna platônica.
Aquele homem parecia preocupado demais para estar ali. Aqueles papéis, talvez a carta, os envelopes, a pasta… o vento poderia levar tudo para o convívio com as coisas do chão.
Uma leve garoa chegou. Não havia mais sol. A umidade era, agora, visualmente presente: orgânica. Ele, então, olha o relógio, tira-o do braço e coloca-o na pasta.
Pelo lado direito, apareceu uma mulher; sentou-se no banco, cumprimentaram-se. Ele entregou algumas folhas para ela; despediram-se. Ela se levantou, olhou para a esquerda e foi embora. Ele colocou de novo o relógio, organizou a pasta, fechou-a bem com o zíper e a presilha, levantou-se e saiu.
Por Anderson Volpato Rodrigues
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Um sonho.
Andava pela praia, estava nublado, era cedo e o pé não encaixava na areia.
Via-se as ondas quebrarem no acorde mais bonito - sol. As águas vinham, transpassavam a pele, não molhava, tocavam os ossos, arrepiava-o.
Os passos curtos à beira-mar, os pés intactos, não sujavam-se, à areia dava-se graças por não sujarem-no.
Havia você, haviam águias e gaivotas, e agora há impossibilidade de aplicar por interjeição os barulhos dos animais e do coração, mas tão felizes; os animais e o coração.
Eras linda, como sempre fostes, como és e sempre serias. Estavas nua, sem pudor e nua. Ah! Excitação da Alma. Os braços dele não eram fortes, não conseguia te pegar no colo, mas te jogava na areia e eram eternos.
O rapaz acordava sempre, trabalhava, andava no asfalto e se sujava. Na volta pra casa se banhava, comia, chorava e bebia. Depois dormiria novamente afim de que se eternizasse todo sonho que sonhasse.
Via-se as ondas quebrarem no acorde mais bonito - sol. As águas vinham, transpassavam a pele, não molhava, tocavam os ossos, arrepiava-o.
Os passos curtos à beira-mar, os pés intactos, não sujavam-se, à areia dava-se graças por não sujarem-no.
Havia você, haviam águias e gaivotas, e agora há impossibilidade de aplicar por interjeição os barulhos dos animais e do coração, mas tão felizes; os animais e o coração.
Eras linda, como sempre fostes, como és e sempre serias. Estavas nua, sem pudor e nua. Ah! Excitação da Alma. Os braços dele não eram fortes, não conseguia te pegar no colo, mas te jogava na areia e eram eternos.
O rapaz acordava sempre, trabalhava, andava no asfalto e se sujava. Na volta pra casa se banhava, comia, chorava e bebia. Depois dormiria novamente afim de que se eternizasse todo sonho que sonhasse.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Porque fico a procurar pontinhos pra corrigir meu péssimo português. E fico andando e não canso e não acelero, mas não diminuo meu passo, meu amor.
E fico me cedendo pra você e moras em mim e me enfeita e me decora e me pinta de azul e me restaura e me inaugura, moras sempre, meu amor.
E quando seguro a sua mão, me rendo e sou criança, me cuidas, me ensina a atravessar e olho p'ros dois lados, mas só vejo você, meu bem.
Eu sorrio e sou mais feliz e venero e duplico. Olha a segunda voz, ouve? E suplico e imploro e não há maldade, nem melancolia, meu amor.
E quando amo e quando chamo é quando gosto é como gosto. Porque és meu mar e eu tua ilha. Daí morri, morri rindo, não havia quem chorasse, não houve mártir, nem pecado, nem santidade e houve paz, porque te ouvi, princesa.
Agora há e sempre haverá, meu amor.
E fico me cedendo pra você e moras em mim e me enfeita e me decora e me pinta de azul e me restaura e me inaugura, moras sempre, meu amor.
E quando seguro a sua mão, me rendo e sou criança, me cuidas, me ensina a atravessar e olho p'ros dois lados, mas só vejo você, meu bem.
Eu sorrio e sou mais feliz e venero e duplico. Olha a segunda voz, ouve? E suplico e imploro e não há maldade, nem melancolia, meu amor.
E quando amo e quando chamo é quando gosto é como gosto. Porque és meu mar e eu tua ilha. Daí morri, morri rindo, não havia quem chorasse, não houve mártir, nem pecado, nem santidade e houve paz, porque te ouvi, princesa.
Agora há e sempre haverá, meu amor.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
- Não sei se eu vou ser chato assim por muito tempo ainda fazendo com que seu sentimento por mim se acabe.Mas, se puder me desculpa, é só minha falta de segurança, meu medo imaturo de te perder, minha vontade de roubar souvenirs e te dar. Mas eu não onde caber se não tenho teus olhos pra me proteger e nunca tiver.
Não é que só preciso de ti pra ser feliz e só você me fará feliz, mas é que a maior parte da minha vida é aliterada a sua, e se não tenho um bom emprego - que me faça feliz. Se não tenho um bom lugar - que me realize pra morar. Se não tenho um dom capaz de surpreender as pessoas, ao menos - não que seja muito pouco ou quase nada, porque é muito - tenho você e se não tiver, não terei mais nada.
- O Que quer dizer com isso, amor?
- Tenho medo de que você vá, mesmo sem querer que vá.
E ela não foi.
Não é que só preciso de ti pra ser feliz e só você me fará feliz, mas é que a maior parte da minha vida é aliterada a sua, e se não tenho um bom emprego - que me faça feliz. Se não tenho um bom lugar - que me realize pra morar. Se não tenho um dom capaz de surpreender as pessoas, ao menos - não que seja muito pouco ou quase nada, porque é muito - tenho você e se não tiver, não terei mais nada.
- O Que quer dizer com isso, amor?
- Tenho medo de que você vá, mesmo sem querer que vá.
E ela não foi.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Sua Vida.
Eu fui sua menarca.
Eu fui seu vestido de debutante.
Eu fui suas brincadeiras infantis.
Eu fui seu braço quebrado.
Eu fui sua viagem pra Angra dos Reis nas férias.
Eu fui seu carro batido.
Eu fui seu estresse.
Eu fui sua tentativa de divórcio.
Eu fui sua demissão.
Eu fui sua internação no Souza Aguiar.
Sou sua invalidez.
Sou sua viuvez.
Sou seu asilo.
Sou sua solidão.
Sou seu câncer.
Sou seu lar no São João Batista.
Eu fui seu vestido de debutante.
Eu fui suas brincadeiras infantis.
Eu fui seu braço quebrado.
Eu fui sua viagem pra Angra dos Reis nas férias.
Eu fui seu carro batido.
Eu fui seu estresse.
Eu fui sua tentativa de divórcio.
Eu fui sua demissão.
Eu fui sua internação no Souza Aguiar.
Sou sua invalidez.
Sou sua viuvez.
Sou seu asilo.
Sou sua solidão.
Sou seu câncer.
Sou seu lar no São João Batista.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Vontade.
Algo que escrevi quando tinha uns dezesseis anos.
Eu levantei hoje às 08 horas, com uma vontade insípida de fazer sexo.
Foi nojento, juro.
Um homem, praticamente culto, praticamente nulo, com uma vontade impraticável? Oh yeah... My God!
Eu queria a todo custo levantar da cama, mas, eu não me levantava sozinho, éramos eu e ele, ele embaixo eu em cima, quanto sonho bobo, quanto desejo famigerado, me lembrei de quando eu era pequeno; todos me falavam que isso não era coisa de gente educada. Sexo - oh yeah, my God - não é coisa de gente do bem, não é coisa de gente que tem por objetivo ser alguém na vida, em vida social, em vida cordial, um menino bom, um homem certo, e um velho sábio, segundo me diziam, não poderia pensar em sexo, imagine então, às oito horas da manhã!
Acabei por criar minha tese, sou este mesmo famigerado, sou o mesmo homem incerto, um futuro velho burro, um passado garoto negligente que vive a vida por prazer.
Não que tenhamos que praticar sexo a torto e a direita, mas, façamos sempre às direitas!
Eu levantei hoje às 08 horas, com uma vontade insípida de fazer sexo.
Foi nojento, juro.
Um homem, praticamente culto, praticamente nulo, com uma vontade impraticável? Oh yeah... My God!
Eu queria a todo custo levantar da cama, mas, eu não me levantava sozinho, éramos eu e ele, ele embaixo eu em cima, quanto sonho bobo, quanto desejo famigerado, me lembrei de quando eu era pequeno; todos me falavam que isso não era coisa de gente educada. Sexo - oh yeah, my God - não é coisa de gente do bem, não é coisa de gente que tem por objetivo ser alguém na vida, em vida social, em vida cordial, um menino bom, um homem certo, e um velho sábio, segundo me diziam, não poderia pensar em sexo, imagine então, às oito horas da manhã!
Acabei por criar minha tese, sou este mesmo famigerado, sou o mesmo homem incerto, um futuro velho burro, um passado garoto negligente que vive a vida por prazer.
Não que tenhamos que praticar sexo a torto e a direita, mas, façamos sempre às direitas!
sábado, 11 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Miss Butterfly
(...) Sem pressa... Deixe entrar, deixe envenenar, deixe enlouquecer. Sem pressa... Apenas sinta. Deixe pulsar. Sangue ferver. Pupila dilatar. Sem pressa... Deixe os olhos abertos... Estremece.
Quanto mais exploro teu beijo, mais quero te conhecer, Miss Butterfly. Até teus beijos têm segredos - EU
Sem pressa... Não há no mundo beijo igual ao beijo de uma borboleta.
Sem pressa... Miss Butterfly escolhe os lábios que irá presentear com o gosto da vida.
- Sem pressa... vem devagar me beijar. – Miss Butterfly
Quem pode resistir ao canto de Miss Butterfly? - EU
Sem pressa... deixe as asas de Miss Butterfly te aquecer os ombros, enquanto o beijo flui como puro libido pelo sangue quente.
Sem pressa... Deixe o seu corpo se derramar nas águas de Miss Butterfly.
Sem Pressa... Devagar... Macio... Intenso... – Miss Butterfly (...)
Quanto mais exploro teu beijo, mais quero te conhecer, Miss Butterfly. Até teus beijos têm segredos - EU
Sem pressa... Não há no mundo beijo igual ao beijo de uma borboleta.
Sem pressa... Miss Butterfly escolhe os lábios que irá presentear com o gosto da vida.
- Sem pressa... vem devagar me beijar. – Miss Butterfly
Quem pode resistir ao canto de Miss Butterfly? - EU
Sem pressa... deixe as asas de Miss Butterfly te aquecer os ombros, enquanto o beijo flui como puro libido pelo sangue quente.
Sem pressa... Deixe o seu corpo se derramar nas águas de Miss Butterfly.
Sem Pressa... Devagar... Macio... Intenso... – Miss Butterfly (...)
domingo, 5 de outubro de 2008
E olhava pra ela, cara. E me excitava, cara. Eu tinha tesão por ela de forma que não havia pecado, é como se eu estivesse acima de Deus e Deus me venerasse e por diversas vezes Deus me adorava, como criador de si.
Os cigarros não prejudicavam meus pulmões, o abscesso mental não me deturpava mais, eu não era fraco, eu não fazia jus ao meu estado doentio, era tão saudável quanto o Álamo pra cultos. Ninguém me desvendava, ninguém me desvenda.
Adoro teus os decotes, são os mais belos que meus olhos fisgam; é como se pudesse masturbar meu cérebro a cada hora que tenho visão sobre ti e gozasse de forma múltipla pelos membros do corpo todo. - Dizia a ela.
Cara, deixei de ser misantropo.
Por Téo.
Os cigarros não prejudicavam meus pulmões, o abscesso mental não me deturpava mais, eu não era fraco, eu não fazia jus ao meu estado doentio, era tão saudável quanto o Álamo pra cultos. Ninguém me desvendava, ninguém me desvenda.
Adoro teus os decotes, são os mais belos que meus olhos fisgam; é como se pudesse masturbar meu cérebro a cada hora que tenho visão sobre ti e gozasse de forma múltipla pelos membros do corpo todo. - Dizia a ela.
Cara, deixei de ser misantropo.
Por Téo.
no name.
Esperar a vida,
à espera de Deus,
é sarcasmo do Diabo,
que se rende aos teus.
Esperar a vida
à espera da felicidade,
é sarcasmo divino,
visando a liberdade.
sede feliz nesta vida,
que a outra é duvida.
"tristeza forma de egoísmo"
e impurifica a alma plena.
Sede feliz pela rosa,
que nasce todo dia,
Sede feliz pelo sexo
que é presente em toda vida.
Prazer e prazer... descompasso errante,
uma palavra nova que voa,
é neologismo ambulante...
Vai ser GAUCHE na vida,
e morrer por ter vivido!
à espera de Deus,
é sarcasmo do Diabo,
que se rende aos teus.
Esperar a vida
à espera da felicidade,
é sarcasmo divino,
visando a liberdade.
sede feliz nesta vida,
que a outra é duvida.
"tristeza forma de egoísmo"
e impurifica a alma plena.
Sede feliz pela rosa,
que nasce todo dia,
Sede feliz pelo sexo
que é presente em toda vida.
Prazer e prazer... descompasso errante,
uma palavra nova que voa,
é neologismo ambulante...
Vai ser GAUCHE na vida,
e morrer por ter vivido!
sábado, 4 de outubro de 2008
Moça.
Difícil é entender quem não há, haver.
Faz tempo que não sei o quê me dilacera com tanta facilidade que só sinto em mim coração e cabeça, o resto se esvaiu, vai ver é alguma partícula poluidora que respiras por aí.
Meu Deus, quanta fragilidade; seria hora de jesusinho agir pra evitar transtornos piores, não? Não.
Transpassaram-me feito lança em pulmões dos quais jorraram água, mas meu corpo conteve lágrimas, já secaram e agora não há o porvir, nem o que sorrir, nem o que gozar.
Lembro-me do beijo, do queijo e da tua idéia. Sua presença me negaceia e penso em cair em tentação, mas não.
Não tive o beijo, tens o queijo, meu desejo, minha ternura, meu sexo, minha virtude, minha aspiração, meu sonho e o que cresce "amor".
Mas por que tantos deslizes acusam-me de infidelidade? É só o medo de que sejas demais pro que sou de menos, mas até que se passe, eu fico. Porque te amo, com afinco e diversão. Logo, me regenero.
Faz tempo que não sei o quê me dilacera com tanta facilidade que só sinto em mim coração e cabeça, o resto se esvaiu, vai ver é alguma partícula poluidora que respiras por aí.
Meu Deus, quanta fragilidade; seria hora de jesusinho agir pra evitar transtornos piores, não? Não.
Transpassaram-me feito lança em pulmões dos quais jorraram água, mas meu corpo conteve lágrimas, já secaram e agora não há o porvir, nem o que sorrir, nem o que gozar.
Lembro-me do beijo, do queijo e da tua idéia. Sua presença me negaceia e penso em cair em tentação, mas não.
Não tive o beijo, tens o queijo, meu desejo, minha ternura, meu sexo, minha virtude, minha aspiração, meu sonho e o que cresce "amor".
Mas por que tantos deslizes acusam-me de infidelidade? É só o medo de que sejas demais pro que sou de menos, mas até que se passe, eu fico. Porque te amo, com afinco e diversão. Logo, me regenero.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
hei!
O que me impressiona,
Não são teus olhos esverdeados,
Nem teus glúteos tão desejados.
O que me impressiona é a fantasia,
Do jeito que faz pra viver assim me catalogando,
O que me impressiona são as formas da excitação.
O que me impressiona são os teus Ballet Boots
Na verdade, tanto rodeio.
Pra dizer que nunca vi nada austero,
Nem um déspota hostil.
Eu nunca vi pleonasmo sem significado,
Nem antítese sem antônimo,
O que eu vi, vou dizer:
Foram essência e visibilidade do ser.
Qualquer que se forme nu e cru,
Transparente pra dizer que és tu,
Dane-se Cupido ou Vênus – padre.
Quero mesmo é saber do teu seio,
Que amamentará nossos filhos...
Ah! Que platonização...
Lá fora os homens trabalham,
Batem martelos e prego,
E em mim, o que hei eu de bater?
Não são teus olhos esverdeados,
Nem teus glúteos tão desejados.
O que me impressiona é a fantasia,
Do jeito que faz pra viver assim me catalogando,
O que me impressiona são as formas da excitação.
O que me impressiona são os teus Ballet Boots
Na verdade, tanto rodeio.
Pra dizer que nunca vi nada austero,
Nem um déspota hostil.
Eu nunca vi pleonasmo sem significado,
Nem antítese sem antônimo,
O que eu vi, vou dizer:
Foram essência e visibilidade do ser.
Qualquer que se forme nu e cru,
Transparente pra dizer que és tu,
Dane-se Cupido ou Vênus – padre.
Quero mesmo é saber do teu seio,
Que amamentará nossos filhos...
Ah! Que platonização...
Lá fora os homens trabalham,
Batem martelos e prego,
E em mim, o que hei eu de bater?
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Nada mais além de ti.
Andando, vagando, generosamente um vagabundo passeando no parque. Olhando a lagoa, olhando as moças, olhando nada e querendo tudo. E se eu pudesse dizer o que é tudo isso, eu jamais abriria a boca. A tentativa de desvendar os fatos do pensamento é totalmente idiota.
Tentando falar outras línguas, tentando lamber outras línguas, chupar outros beiços, tentando e não conseguindo, não me sai do pensamento o que nunca tive, mas sinto o gosto.
Pau que não endurece pra outras bocetas, pau que não voluptua, pau que não quer ter outrem, mas que porra, malandro. Isso é o amor? Que desejo insaciável de ter uma única pessoa o tempo todo, de gozar com uma pessoa o tempo todo de não ter que acender cigarros depois do ato pra esconder que a pessoa só é boa companhia na hora da trepação! Óh, Céus. Acho que estou em devaneios. Acho que te achei na hora que me perdi e acho que os clichês agora são mais intensos.
Tentando falar outras línguas, tentando lamber outras línguas, chupar outros beiços, tentando e não conseguindo, não me sai do pensamento o que nunca tive, mas sinto o gosto.
Pau que não endurece pra outras bocetas, pau que não voluptua, pau que não quer ter outrem, mas que porra, malandro. Isso é o amor? Que desejo insaciável de ter uma única pessoa o tempo todo, de gozar com uma pessoa o tempo todo de não ter que acender cigarros depois do ato pra esconder que a pessoa só é boa companhia na hora da trepação! Óh, Céus. Acho que estou em devaneios. Acho que te achei na hora que me perdi e acho que os clichês agora são mais intensos.
sábado, 27 de setembro de 2008
100 anos da morte de Machado de Assis.
Cara, desde o começo eu havia prometido que não postaria nada de alguém já no auge. Hehehe, só pra haver novas descobertas. Porém, há uma coisa que faz-se necessário agora. Veja bem, Daniel Piza assinou uma crônica sobre Machado de Assis; repare ainda mais que não gosto do "Estado de São Paulo"(Jornal)e muito menos pra quem cede inteligência a esse tipo de veículo noticiário. Mas, por vezes as pessoas nos surpreendem coisa e tal... quem puder, clique: http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art248476,0.htm 100 anos da morte do mestre.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
ruir!
Passei a passear pelas casas alheias,
Vi as coisas que ruíam-se,
Passei o tempo a admirar como ruíam-se,
O tempo passou e eu lá admirando-as,
Quando dei por mim quem ruiu fui eu...
...E as coisas continuaram de pé!
Vi as coisas que ruíam-se,
Passei o tempo a admirar como ruíam-se,
O tempo passou e eu lá admirando-as,
Quando dei por mim quem ruiu fui eu...
...E as coisas continuaram de pé!
domingo, 21 de setembro de 2008
Espere por mim.
Ela virá logo...
Não, juro que ela não vai demorar por muito tempo.
Bem, senhor... Não sei.
Mas ainda acho que ela virá.
Sim, claro.
Sim, eu a amo demais. Entendeu, senhor?!
Grato, senhor.
Ha! Olha ela lá, senhor.
Sim, obrigado por esperar.
O taxista olha pelo espelho e dá um sorriso.
"Muito bem, rapaz. Vá em frente."
Céu é azul.
Chão vermelho e amarelo.
Rosa vermelha é legal.
Margarida amarela não... questão de partição.
por Marcelo Molinaro.
Ela virá logo...
Não, juro que ela não vai demorar por muito tempo.
Bem, senhor... Não sei.
Mas ainda acho que ela virá.
Sim, claro.
Sim, eu a amo demais. Entendeu, senhor?!
Grato, senhor.
Ha! Olha ela lá, senhor.
Sim, obrigado por esperar.
O taxista olha pelo espelho e dá um sorriso.
"Muito bem, rapaz. Vá em frente."
Céu é azul.
Chão vermelho e amarelo.
Rosa vermelha é legal.
Margarida amarela não... questão de partição.
por Marcelo Molinaro.
É!
acho que por horas e horas vou sem ter por aí.
e por ela me calo, por não saber o que falar.
sexo, amor, sexo, amor, sexo, amor... óh, que mundo justo.
É, Deus. Nem vamos ser em dois até o fim, ela chegou.
e por ela me calo, por não saber o que falar.
sexo, amor, sexo, amor, sexo, amor... óh, que mundo justo.
É, Deus. Nem vamos ser em dois até o fim, ela chegou.
sábado, 20 de setembro de 2008
Flor!
Olha que bonitinha, uma flor assim, aberta, linda, sem olheiras, sem vão, vermelha, tão meiga.
Dá vontade de tirar, pegar, entregar e dizer que faz parte do amor.
Dê-me licença, preciso de você flor, vou tirá-la rápidamente daqui, te levarei pra ela, te botará num vaso, açúcar ao fundo pra te adoçar, talvez.
Pronto, Rosa, mas não precisava ter cortado meu dedo com seu espinho, não? Você está linda, bem aqui, caminhando em direção ao meu bem, olha, que linda, o vermelho escurecendo, se fechando, noite chegando, agora já tens um pouco de olheiras, flor. Olha, se fechou, quiçá dormiu!
Dá vontade de tirar, pegar, entregar e dizer que faz parte do amor.
Dê-me licença, preciso de você flor, vou tirá-la rápidamente daqui, te levarei pra ela, te botará num vaso, açúcar ao fundo pra te adoçar, talvez.
Pronto, Rosa, mas não precisava ter cortado meu dedo com seu espinho, não? Você está linda, bem aqui, caminhando em direção ao meu bem, olha, que linda, o vermelho escurecendo, se fechando, noite chegando, agora já tens um pouco de olheiras, flor. Olha, se fechou, quiçá dormiu!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
coisa chata da vida... literatura ruim!
Ela é uma menina revolta. Ela sempre acha que tem razão quando faz as piores besteiras da vida. Ela é mimada, ela é chata, ela tem uma voz irritante, ela é ruim de cama, de beijo, ela é uma santa de tão besta e tapada.
- Suma, filha. Suma.
- Não sumo, Téo. Não enquanto eu não foder com sua vida.
- Suma, sua vaca do caralho.
- Não sumo, amor. Sou obcecada, predestinada a fazer tudo pra te ter, ainda que seja te fazer triste.
- Suma, Menina chata da porra. Estou apaixonado agora por alguém como nunca fui e nem vou ser mais, somente por ela, assim, cada dia mais.
- Não sumo, Téo. Eu te amo, eu imploro, ao menos uma vez diga que me ama? Só pra eu não ir embora preterida.
- Não digo, menina.
E eu continuei amando a outra que agora ama-me menos, porque mulheres sempre perfazem e destroem como querem.
- Suma, filha. Suma.
- Não sumo, Téo. Não enquanto eu não foder com sua vida.
- Suma, sua vaca do caralho.
- Não sumo, amor. Sou obcecada, predestinada a fazer tudo pra te ter, ainda que seja te fazer triste.
- Suma, Menina chata da porra. Estou apaixonado agora por alguém como nunca fui e nem vou ser mais, somente por ela, assim, cada dia mais.
- Não sumo, Téo. Eu te amo, eu imploro, ao menos uma vez diga que me ama? Só pra eu não ir embora preterida.
- Não digo, menina.
E eu continuei amando a outra que agora ama-me menos, porque mulheres sempre perfazem e destroem como querem.
domingo, 14 de setembro de 2008
Cinema.
Estava só, cara. Doido pra ver qualquer filme, qualquer que fosse. Só havia Speed racer ou iron man; porra, nem é pra tanto, mas queria ver um filme, acabei indo pro homem-de-ferro porque tocava Black Sabbath. Sentei na cadeira, aquelas duplas, compreende? Comendo chocolates e prestando atenção no filme a moça pede licença, extremamente gostosa, senta-se ao meu lado, põe minha mão por dentro da sua calcinha, goza nos meus dedos, geme no meu ouvido, põe a mão na minha calça e de tanto por em por gozei pra porra e ela bebeu tudo... acabei levantando e disse ao pé do ouvido dela: Meu bem, vou me lavar no banheiro, já volto. Acabei fugindo, não quereria saber o nome dela, nunca quis. Só que porra, meu. Perdi o final do filme; fui pro bar, bebi uísque, bati outra punheta pra ela no banheiro do boteco e depois cheguei em casa, comi pizza do dia seguinte, mas porra, velho. Perdi o final do filme.
Por Téo.
Por Téo.
sábado, 13 de setembro de 2008
Manda me avisar. ♫♪
Minha genialidade é muito peculiar, não sei se você entende destas coisas, mas as coisas jamais te entendem desse jeito; não que você se regresse a jogar a culpa nas coisas, mas coisas estranhas jamais são taradas, atraídas ou solicitas a você.
Assim, tão normal, e qual o ponto alto da genialidade? Físicos-turistas em que movem o corpo para serem felizes e dependem da arte corporal pra conhecerem os corpos distintos de outros estados, países ou sistemas carcerários – a genialidade está na distinção do gozo mercenário e dissimulado das mulheres de Atenas.
Os amantes, todos tolos, interesseiros, prévios, capciosos; cura pra todo bem encaixado no mal – se lembra dela todo dia, do gozo, das brincadeiras bucais, das anáforas sem razão, da metafísica do corpo, do emblema da garrafa de cerveja, das torres (de chope) que derrubaram sem precisar de terroristas, das estrelas que contaram, e perderam-se tantas vezes sem achar o número final, das alianças que trocaram, dos amores que fizeram, do sexo que houve e os cigarros que acenderam, da despedida dissimulada que não é pra sempre, das mulheres de Atenas que não viraram musica e do regresso desmedido de um pensamento sonolento em que apenas sonha com o dissimulado reencontro que também não será para sempre.
Assim, tão normal, e qual o ponto alto da genialidade? Físicos-turistas em que movem o corpo para serem felizes e dependem da arte corporal pra conhecerem os corpos distintos de outros estados, países ou sistemas carcerários – a genialidade está na distinção do gozo mercenário e dissimulado das mulheres de Atenas.
Os amantes, todos tolos, interesseiros, prévios, capciosos; cura pra todo bem encaixado no mal – se lembra dela todo dia, do gozo, das brincadeiras bucais, das anáforas sem razão, da metafísica do corpo, do emblema da garrafa de cerveja, das torres (de chope) que derrubaram sem precisar de terroristas, das estrelas que contaram, e perderam-se tantas vezes sem achar o número final, das alianças que trocaram, dos amores que fizeram, do sexo que houve e os cigarros que acenderam, da despedida dissimulada que não é pra sempre, das mulheres de Atenas que não viraram musica e do regresso desmedido de um pensamento sonolento em que apenas sonha com o dissimulado reencontro que também não será para sempre.
Não sei escrever poesias.
De talvez um dia respirar sem medo
Alguma paz atravessou outrora o ódio.
Duas bocas, corpos atravessados no pensamento.
Não me sai do pensamento, resignação?
Forma dos ventos que nem sabem indicar caminho,
Borboleta santa que jamais se purificará!
Amor, como viver a audácia de Camões?
Como te socorrer se é meu poema que está em jogo?
Demora, vai, demora.
Vou estar de volta quando tudo terminar,
Prefiro que seja tarde a ser cedo.
Lua, quem? Lua.
Vai e volta quando derem tua permissão,
Minha azia volta depois do teu lanche de esnobismo
E alguém grita: Hidróxido de Alumínio.
Por Téo.
Alguma paz atravessou outrora o ódio.
Duas bocas, corpos atravessados no pensamento.
Não me sai do pensamento, resignação?
Forma dos ventos que nem sabem indicar caminho,
Borboleta santa que jamais se purificará!
Amor, como viver a audácia de Camões?
Como te socorrer se é meu poema que está em jogo?
Demora, vai, demora.
Vou estar de volta quando tudo terminar,
Prefiro que seja tarde a ser cedo.
Lua, quem? Lua.
Vai e volta quando derem tua permissão,
Minha azia volta depois do teu lanche de esnobismo
E alguém grita: Hidróxido de Alumínio.
Por Téo.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Pub
Entrei lá, pedi uma velho barreiro com groselha, trouxe-me uma dose a moça, muito simpática e com uma bunda redonda demais, que de tanto olhar, quase vomitei por rodar muito. Logo, posteriormente, pedi a garrafa de véio e outra de groselha, enchi a cara, aquela porra, de fato, era um pub paraguaio.
Lembrei das putas que comi, da vez que uma se apaixonou por mim, descobriu meu celular, ligava desenfreadamente, e descobri que tinha conseguido com um amigo meu, deu pra ele afim de conseguir meu telefone.
Era bem gostosa, mas nada de diferente de tantas outras que eu já havia comido. Lembro-me que ela dizia aos outros que fazia tudo, menos anal. E comigo, ela dizia: Téo, come meu rabo? Ah, céus.
Depois que eu comi, desapareci. Soube que ela tomou pílulas aos montes de Valiun e eu não liguei, comecei a freqüentar outros puteiros.
Depois de comer tanta mulher gostosa, não é mais isso que quero. Ou morro sem trepar novamente ou morro amando... Amando... Amando. Ah, Amanda, você foi doida.
Lembrei das putas que comi, da vez que uma se apaixonou por mim, descobriu meu celular, ligava desenfreadamente, e descobri que tinha conseguido com um amigo meu, deu pra ele afim de conseguir meu telefone.
Era bem gostosa, mas nada de diferente de tantas outras que eu já havia comido. Lembro-me que ela dizia aos outros que fazia tudo, menos anal. E comigo, ela dizia: Téo, come meu rabo? Ah, céus.
Depois que eu comi, desapareci. Soube que ela tomou pílulas aos montes de Valiun e eu não liguei, comecei a freqüentar outros puteiros.
Depois de comer tanta mulher gostosa, não é mais isso que quero. Ou morro sem trepar novamente ou morro amando... Amando... Amando. Ah, Amanda, você foi doida.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Gi!
Vesti uma blusa preta. Ela me deixa com metade das costas de fora. Não gosto das costas nuas. Sinto-me totalmente nua.
Por outro lado, a filha da puta valoriza minha cintura e principalmente é generosa ao acentuar meus pequenos seios.
Pensei cá com meus botões:
Com que finalidade vesti essa blusa se me sinto nua?
*Adorei meus pequenos seios bem desenhados nessa blusa.
Por Gi.
Gostei disso, foi uma moça que comentou com isso num post meu. (Téo)
Por outro lado, a filha da puta valoriza minha cintura e principalmente é generosa ao acentuar meus pequenos seios.
Pensei cá com meus botões:
Com que finalidade vesti essa blusa se me sinto nua?
*Adorei meus pequenos seios bem desenhados nessa blusa.
Por Gi.
Gostei disso, foi uma moça que comentou com isso num post meu. (Téo)
Homem.
Via-se ali no poste, um homem já velho, sentado, esperando o tempo passar ou a morte chegar. Era tão inteligente, sarcástico às vezes, porém, sabia encaixar suas palavras em qualquer lugar, mas era só um homem.
Havia também ali, um sapo, algumas formigas que brincavam de esconde-esconde e uns ratos que corriam como que suspeitos de um crime.
Este homem tinha rosto enrugado, alma depenada, lágrimas até mesmo na testa. Talvez, porque vivia de corpo pra baixo ou crucificado de ponta cabeça ou tão somente por chorar pelo corpo todo porque tudo lhe doía, pés, cabeça, corpo e alma.
Um certo dia, o homem levantou do poste deitou-se na sua acepção e foi enterrado, por fim, nem nome de rua virou!
Por Téo.
Havia também ali, um sapo, algumas formigas que brincavam de esconde-esconde e uns ratos que corriam como que suspeitos de um crime.
Este homem tinha rosto enrugado, alma depenada, lágrimas até mesmo na testa. Talvez, porque vivia de corpo pra baixo ou crucificado de ponta cabeça ou tão somente por chorar pelo corpo todo porque tudo lhe doía, pés, cabeça, corpo e alma.
Um certo dia, o homem levantou do poste deitou-se na sua acepção e foi enterrado, por fim, nem nome de rua virou!
Por Téo.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Menino-morto.
Era uma vez um menino que era bonitinho e
que morava em um lugar cheio de fantasias e escuridão.
Um belo dia, o menino morreu.
Agora ele é um menino-morto bonitinho que mora
no mesmo lugar que morava antes; e namora, e estuda
e come, talvez fode.
Fim.
Por Luciane Tavares.
que morava em um lugar cheio de fantasias e escuridão.
Um belo dia, o menino morreu.
Agora ele é um menino-morto bonitinho que mora
no mesmo lugar que morava antes; e namora, e estuda
e come, talvez fode.
Fim.
Por Luciane Tavares.
pensamentos.
Porque tudo que cogita hipótese se torna deveras duvidoso. E não há nada neste mundo que muda mais os passos que as pernas. Ah, as pernas, por vezes injustas nunca estão no mesmo passo que outra, uma lá outra aqui e se distanciam quando são tão iguais.
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Mas assim, conhecer alguém que já foi presente outrora e admirar a mesma beleza que se viu outrora, como forma de perfeição, coisa que nunca deixa de existir, um sorriso no canto da boca, um cabelo escuro pra servir de cortina pra proteger do pó da rua, os olhos castanhos a prostrarem santidade de cipreste a nossa vida, é a coisa mais agradável do mundo.
**********************************************************************
Os passos vão ficando mais cansados é difícil termos que nos adaptar com a idade, é difícil ter que deixar de lado aquela alma criança que não precisava se manter com renuncias, renunciar algo que goste muito; é a maior prova do amor.
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A mim, uma pessoa amorável é exata até provarem o contrário, mas quando provam ela se torna algo indesejável, ilegível e preterível.
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Amar é muito diferente que sentir. Amar é não sentir nos lábios uma só palavra a dizer por não poder explicar.
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Talvez, hoje, agora, eu tenha me sabido de vez o que vem acontecido; é que talvez o meu processo de amadurecimento tenha sido também o meu processo de decadência e o que eu queria antes que pudesse ter sentido pra um futuro bom, não tem mais.
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O coração se pudesse viver, sobreviveria.
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Tive até inveja daquele robô do comercial do Johnny Walker, que diz que queria ter sentimentos, mas como, se querer algo já é ter sentimentos, mas ainda Sim, eu não queria ter sentimentos.
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é como veludo que não se abraça vestido, o gostoso da vida é poder abraçá-la pelado e sentir as vibrações!
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Gostoso? Gostoso mesmo é foder a porra da garrafa de vinho, hoje tomei um copo, mas a porra do prozac não faz mais efeito, estou com muita porra nos ouvidos me zunindo, ela nem gozou na minha cara ainda, espera, espera lá... meus pensamentos começam com pernas e terminam com putarias. Eu comecei com os dedos pra ela e vou terminar com zombarias, espere, espera lá, jajá termina, como uma vacina da rubéola, dolorida, mas protege de futuras doenças, assim funciono.
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Mas assim, conhecer alguém que já foi presente outrora e admirar a mesma beleza que se viu outrora, como forma de perfeição, coisa que nunca deixa de existir, um sorriso no canto da boca, um cabelo escuro pra servir de cortina pra proteger do pó da rua, os olhos castanhos a prostrarem santidade de cipreste a nossa vida, é a coisa mais agradável do mundo.
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Os passos vão ficando mais cansados é difícil termos que nos adaptar com a idade, é difícil ter que deixar de lado aquela alma criança que não precisava se manter com renuncias, renunciar algo que goste muito; é a maior prova do amor.
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A mim, uma pessoa amorável é exata até provarem o contrário, mas quando provam ela se torna algo indesejável, ilegível e preterível.
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Amar é muito diferente que sentir. Amar é não sentir nos lábios uma só palavra a dizer por não poder explicar.
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Talvez, hoje, agora, eu tenha me sabido de vez o que vem acontecido; é que talvez o meu processo de amadurecimento tenha sido também o meu processo de decadência e o que eu queria antes que pudesse ter sentido pra um futuro bom, não tem mais.
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O coração se pudesse viver, sobreviveria.
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Tive até inveja daquele robô do comercial do Johnny Walker, que diz que queria ter sentimentos, mas como, se querer algo já é ter sentimentos, mas ainda Sim, eu não queria ter sentimentos.
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é como veludo que não se abraça vestido, o gostoso da vida é poder abraçá-la pelado e sentir as vibrações!
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Gostoso? Gostoso mesmo é foder a porra da garrafa de vinho, hoje tomei um copo, mas a porra do prozac não faz mais efeito, estou com muita porra nos ouvidos me zunindo, ela nem gozou na minha cara ainda, espera, espera lá... meus pensamentos começam com pernas e terminam com putarias. Eu comecei com os dedos pra ela e vou terminar com zombarias, espere, espera lá, jajá termina, como uma vacina da rubéola, dolorida, mas protege de futuras doenças, assim funciono.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Vicky.
Vicky tem apenas quatro meses de vida.
Esconde da família e resolve curtir a vida.
Vai ao cinema e transa com um estranho.
Devora mil doces.
Realiza a fantasia de ser fotografada na cama com o marido.
Por Marcelo Molinaro.
Esconde da família e resolve curtir a vida.
Vai ao cinema e transa com um estranho.
Devora mil doces.
Realiza a fantasia de ser fotografada na cama com o marido.
Por Marcelo Molinaro.
Amei Fernanda na quinta série, mas segundo ela... Eu era juvenil demais.
Amei Vicky, mas nem começar começou.
Amei Claudia, mas era inútil pra ela.
Amei Ingrid recentemente...
Ingrid era problemática.
“Quem é você pra me julgar?!” Era sempre o que perguntava.
Não era muito criativa numa discussão, assim como não era na cama.
Mas não durou muito.
Última vez que me perguntou
Ri e respondi algo como:”Sou o homem que coloca seu ego no lugar. O homem que pretende entender a erosão do seu mundo.”
Não sei porque, mas também disse que não gostaria que ela se arrependesse e chorasse em cima do meu caixão.
Realmente não chorou.
Ela bateu a porta da minha casa, entrou no carro e cometeu suicídio.
Por Marcelo Molinaro.
Amei Vicky, mas nem começar começou.
Amei Claudia, mas era inútil pra ela.
Amei Ingrid recentemente...
Ingrid era problemática.
“Quem é você pra me julgar?!” Era sempre o que perguntava.
Não era muito criativa numa discussão, assim como não era na cama.
Mas não durou muito.
Última vez que me perguntou
Ri e respondi algo como:”Sou o homem que coloca seu ego no lugar. O homem que pretende entender a erosão do seu mundo.”
Não sei porque, mas também disse que não gostaria que ela se arrependesse e chorasse em cima do meu caixão.
Realmente não chorou.
Ela bateu a porta da minha casa, entrou no carro e cometeu suicídio.
Por Marcelo Molinaro.
domingo, 7 de setembro de 2008
Olha, está vermelho.
Vou falar, espera, estou cheirando seu cheiro que me inspira e que inspiro.
Fique quieta, não me interrompa, agora é minha vez.
Quero que você saiba que não preciso de um coração pra amar, sou todo um.
Desde o momento que te vi, cujo noturno acendia meus olhos, eu amava sem parar, eu queria sem parar, eu vivia sem parar e me tornei eterno.
Agora, não espere que eu vá, eu não vou. Não espere que meus erros voltem a surgir, não voltam, não creia que sou como todos os outros, me reconfigurei, tipo monomotor, exclusivo só seu.
Quando olho pros teus olhos e tua boca diz, me surpreendo. Você teima ser pacífica até na voz... Mas é também guerra – minha santa guerra – em nome de deus (eros) na intenção de fazer-nos eternos.
Agora, somos o que engendramos em nós, pau, pedra, construção, sonho – mas o meu segredo é que prefiro você realidade, não conte pra ninguém. Ta?
Já chorei muito por você também já fiz você chorar, não precisa nem olhar pra lá, eu não vou embora.
Quando toco sua pele, quando toco o céu, estes dois toques são congruentes, magnitude sua, de me fazer tão grande, quando nasci tão ralé.
Ontem pedi pro rapaz tirar o tapete do chão, não há mais necessidade de algo abaixo de mim onde caia minhas lágrimas.
Ontem pedi pro rapaz polir o colchão que formos dormir, me esnobou acredita? Disse que não se pulem colchões, eu estranhei, mas me lembrei da nuvem, da nossa nuvem, que vamos administrar no sonho noturno, juntos, de corpos colados, abraçados e de conchinha.
Abaixo a Califórnia e os desertos ilhados por um pacífico turvo, diz Caetano.
Acima a gente, digo Eu... Acima, minha guria, Acima...
Olhai, o sinal ficou verde, pedestramente atravessemos, vamos... dê-me a mão.
Vou falar, espera, estou cheirando seu cheiro que me inspira e que inspiro.
Fique quieta, não me interrompa, agora é minha vez.
Quero que você saiba que não preciso de um coração pra amar, sou todo um.
Desde o momento que te vi, cujo noturno acendia meus olhos, eu amava sem parar, eu queria sem parar, eu vivia sem parar e me tornei eterno.
Agora, não espere que eu vá, eu não vou. Não espere que meus erros voltem a surgir, não voltam, não creia que sou como todos os outros, me reconfigurei, tipo monomotor, exclusivo só seu.
Quando olho pros teus olhos e tua boca diz, me surpreendo. Você teima ser pacífica até na voz... Mas é também guerra – minha santa guerra – em nome de deus (eros) na intenção de fazer-nos eternos.
Agora, somos o que engendramos em nós, pau, pedra, construção, sonho – mas o meu segredo é que prefiro você realidade, não conte pra ninguém. Ta?
Já chorei muito por você também já fiz você chorar, não precisa nem olhar pra lá, eu não vou embora.
Quando toco sua pele, quando toco o céu, estes dois toques são congruentes, magnitude sua, de me fazer tão grande, quando nasci tão ralé.
Ontem pedi pro rapaz tirar o tapete do chão, não há mais necessidade de algo abaixo de mim onde caia minhas lágrimas.
Ontem pedi pro rapaz polir o colchão que formos dormir, me esnobou acredita? Disse que não se pulem colchões, eu estranhei, mas me lembrei da nuvem, da nossa nuvem, que vamos administrar no sonho noturno, juntos, de corpos colados, abraçados e de conchinha.
Abaixo a Califórnia e os desertos ilhados por um pacífico turvo, diz Caetano.
Acima a gente, digo Eu... Acima, minha guria, Acima...
Olhai, o sinal ficou verde, pedestramente atravessemos, vamos... dê-me a mão.
sábado, 6 de setembro de 2008
Idiotice.
Assim, Luiz.Há muito tempo que não há o que se fazer nesse lugar, gosto de estar aqui, mas não gosto de me fazer por aqui. Dizem que quando bebo fico mais up que down, meio adverso as coisas normais que as pessoas se prestam a fazer.Estou com saudades imensas da menina, mas a menina está ali; pra ser sincero, tenho medo de olhar pra lá e fazê-la perceber que não gosto o suficiente dela pra me render, mas gosto o suficiente pra admirar, e confesso que, Luiz, antes de qualquer desejo sexual tenho vontade do corpo dela só pra fazer companhia pro meu. Isso é loucura, mas no meu auge da vida, antes de qualquer algum outro, sinto-me sincero o suficiente pra não fazer alguém sofrer e ser só, só, um alguém de paz do jeito que todas procuram."Nem venha atucalhar meu coração, não há o que ver, transponho qualquer denuncia, refaço qualquer caráter, sou pudico, são, pecado e salvação; mas não sou o que sou quando não há você" - Digo sempre pra ela, Luiz.Mas me diz, e seu filho, como está? Felipe, lindo, bonito, inteligente, acho que tudo que é anverso a ti veio de brinde a ele. - Gosto de brincar contigo.Estou tomando um Cocoblanc,lembra quando éramos menores e incitávamos a sonhar feito piratas e escrever poesias a magistrais? A pensar em mulheres feito Dom Quixote era você; eu, sempre "perverso" como você adjetivava preferia escrever sobre corpos, gostos, desejos, tesão, bucetas e peitos. E você me denominava um anti-romântico. Pois bem, tive que me render, sou romântico hoje, mas só hoje, amanhã volto a ser a alma sem pudor e o corpo sem poder. Do mais, continua tudo como está, o trabalho, a realidade, as dívidas. Dizem que a verdade está nas coisas simples, nem acho. A verdade está nas coisas difíceis, porque sempre me denunciam quando não sei sair pela culatra. Mas sempre tento.
Porra de amorzinho o quê!
Oi, amor. Saí e esqueci de deixar os recados que lhe faltavam. Vou sentir saudades, esse é o primeiro sentimento. Ah, o que o rapaz iria sugerir a você; era que fizessem sexo no domingo até o amanhecer de segunda.
Não esperei você chegar pra me despedir porque não gosto de despedidas, choro demais na hora do adeus, daí, acho que não consigo ir, mais fácil por aqui, não tem olho-no-olho, nem lero-no-lero.
Não consegui entregar os filmes na locadora, não me lembro se eram alugados. Não dei comida pro cachorro, nem pro gato, acho que eles estão com uma fome de leão. Não consegui almoçar também, não havia comida, mas fiz comida pra você; está no microondas. Cuida das crianças, limpei o quarto deles lá nos fundos, como haviamos combinado de ser o lugar quando elas viessem. Volto a te falar: Sua comida está no fogão, a comida do cachorro e do gato está na geladeira e a minha estou levando no saco de ração.
Te amo, tchau
Não esperei você chegar pra me despedir porque não gosto de despedidas, choro demais na hora do adeus, daí, acho que não consigo ir, mais fácil por aqui, não tem olho-no-olho, nem lero-no-lero.
Não consegui entregar os filmes na locadora, não me lembro se eram alugados. Não dei comida pro cachorro, nem pro gato, acho que eles estão com uma fome de leão. Não consegui almoçar também, não havia comida, mas fiz comida pra você; está no microondas. Cuida das crianças, limpei o quarto deles lá nos fundos, como haviamos combinado de ser o lugar quando elas viessem. Volto a te falar: Sua comida está no fogão, a comida do cachorro e do gato está na geladeira e a minha estou levando no saco de ração.
Te amo, tchau
Inspiração da calcinha-cor-de-rosa. (Bukowski)
Fiquei desde ontem imaginando nosso "remember"; lembro-me que foi ela quem disse: Coma-me. e fiquei surpreso, quase sem reação, mas meu pau, como sempre, pensou por mim e a comeu. Se fosse só por mim, não teria comido-a aquele dia, sim, era de dia. Lembro-me da calcinha de onça que ela vestia, aquilo me deu nojo, nunca achei que uma mulher inteligente acharia calcinha de oncinha algo sexy, mas meu feeling sabia que a buceta dela era escaldante, e sim, escorria, aliás, estava escorrendo quando eu a toquei a primeira vez - e eu nem sabia do meu poder de sedução, compreende?
Tenho saudades da minha época de pac-man. Era só tomar um poderzinho que comia todo mundo, não há mais poderzinho, não há mais fantasmas, não há mais ninguém, estou sozinho, morrendo sozinho e ela, quiça: ainda com calcinha de onça; dá pra outro.
Estou cansado de bater punheta, vou pensar em suicídio.
Tenho saudades da minha época de pac-man. Era só tomar um poderzinho que comia todo mundo, não há mais poderzinho, não há mais fantasmas, não há mais ninguém, estou sozinho, morrendo sozinho e ela, quiça: ainda com calcinha de onça; dá pra outro.
Estou cansado de bater punheta, vou pensar em suicídio.
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