quarta-feira, 2 de maio de 2012

Permissão!

Essa noite eu permito!
Eu permito que você fique acordada até mais tarde.
Que você esqueça sua cama.
Essa noite eu permito que você me chame de otário.
Que me ache lendário.
Que me desfrute com os lábios.
Essa noite eu permito,
que você ja não durma,
que eu ja não hesite,
que a gente se coce.
Essa noite eu não quero,
que a noite tenha hora,
que o sol dite o fim,
da nossa noite que permito.
Essa noite não,
não aos grilos,
não às estrelas,
não aos carros.
Essa noite eu quero,
que você saiba,
que estar ao seu lado
é como se pudesse
dar um beijo de despedida na dor,
virando de costas,
sorrindo de desdem,
de boca cheia,
armado até os dentes,
de munição pra viver.

Você sabe morrer? Você não tem colhões pra morrer!

Você sabe morrer?
Você sabe morrer ao comer batatas fritas?
E você sabe morrer ao tomar uma cerveja?
Você sabe morrer?
Você sabe morrer ao enterrar uma bola de basquete,
ou a cobrar uma falta?
Você sabe morrer ao quebrar ovos para
fazer um bolo?
Você sabe morrer ao dormir?
Você sabe morrer?
Você sabe morrer ao desdizer
uma jura de amor?
Você sabe matar!
Você sabe morrer ao ver um show do Paul?
Você sabe morrer ao tocar yer blues, John?
Você sabe matar!
Sim, eu estou sozinho, mas ainda não sei morrer,
nem escrevendo um poema eu sei morrer.
Você sabe morrer?
Matar você sabe!