terça-feira, 7 de maio de 2013

Tristessa.

A primeira vez foi quando eu estava triste, a segunda tambem e a partir da terceira fazia por comodidade. Você vai pensando no dia seguinte e depois no outro e depois no outro e quando vê, ja está no que nem imaginou. A primeira vez foram duas ou três doses, a segunda vez foi um caminhar sem fim e totalmente zigue-zagueoso, se é que me entende, até a cama. Lembrava-me de algo que alguem havia me dito que não seria alcool ou mulher que me curaria daquela tristeza crônica. Era um Kerouac já velho que não prestava pra nada, não aguentava beber, um copo de conhaque e tudo parecia a morte. Aí lembrava que havia coisas piores que a morte, graças ao Buk, e bebia mais um pouco. Por algumas vezes tive a companhia de algo divino, mulheres, mulheres e suas vestes que me provocavam. Ou era mulheres ou eram bebidas ou era a cama. Ah, e era tristeza tambem. Abria a janela do quarto e a o sol estava lá, fechava novamente, no decorrer do dia arriscava abrir mais duas ou tres vezes, mas vou te contar, quando você está de ressaca até um vampiro aguenta mais sol na cara que você. E o sol não parecia feliz tambem. Ele me olhava e piscava pra mim como quem dissesse: estamos-na-mesma-meu-brother. Era dificil imaginar o sol tomando alguma coisa. Cerveja gelada então, me parecia impossível. Até que ontem foi a ultima vez entre a primeira e a segunda e todas as outras. Fechei a janela, só abro quando passar a ressaca. E que nenhuma daquelas mulheres me façam companhia novamente.  E eu espero que o sol esteja lá tambem, curado. E que você diga que me ama a cada copo que eu arriscar de tomar daqui pra frente.