terça-feira, 10 de maio de 2011

à espera!

Pode haver um absurdo quando você começa a questionar a vida, mas jamais haverá absurdo se você continuar com a mesma ideia depois de um tempo. Você pode simplesmente apagar suas dúvidas por um funcionamento correto do cérebro, ou você pode, carinhosamente dizer: ah, que besta que sou ao questionar algo tão perfeito! E você vai passando etapas, enfrentando barreiras, pensando que é sua fé em algo que lhe faz caminhar, mas não. Não é sua fé. Quando sua mulher vai embora, quando seu homem chega bêbado em casa, quando seus dias se arruínam com uma doença, não é a fé que lhe faz uma pessoa nova, não é a fé quem renova suas esperanças; é a espera.
Quando você acha que tudo está perdido, talvez se afunde na cerveja à espera de algo que possa lhe ressuscitar, talvez se afunde na Bíblia, talvez você ande de um lado pro outro, essa é a forma mais correta, de um lado e pro outro, pensando no que fazer e não faz nada. Daí vem a espera, a espera é lenta e dolorosa, no meio tempo há coisas que foram feitas pra te iludir, paixões, amores, museus, saraus, este texto e uma porção de outras coisas enganosas. Você acorda, escova os dentes, olha pra privada, levanta a tampa, mija e pensa mais um pouquinho, ah, ah velha cagada antes de ir trabalhar, tão necessária, a sujeira do dia anterior saindo pelo seu reto, alguns guardam por até três dias ou mais, vai saber... ...cagar foi a ilusão mais gostosa que fizeram, sexo foi a mais divertida e prazerosa. Aos frígidos e ressecados sobra o castigo por acreditarem muito em outras coisas que não a espera!
E você trabalha, bebe, alguns trepam, outros não – que vida de merda devem ter. E alguns se apaixonam e amam – que vida de merda devem ter. E vão vivendo, se aposentando, casando e se fodendo e estão sempre à espera. Ou da morte ou da vinda de Jesus ou do próximo copo de cerveja! Ou esperando sua mulher voltar, seu marido voltar sóbrio ou a cura!