quarta-feira, 27 de maio de 2009

Se!

Eu não sou a busca sua incessante de amor premeditado, sou o que não se premedita.
E que se estava dentro da minha alma a sede por você, saiba que agora está fora.
Buscava-te enfim nas latas de alumínio, nas cevadas inconstantes, nas drogas malfeitoras, no mundo que não cabes!
E se fosse pra dizer, diria: Eu quero, quero sem limites!
Mas eu nunca dizia, precisava passar por cima dos meus instantes de homem duro, quebrar meu coração que era de pedra e dizer-te tudo que eu sentia, eu não dizia porque tinha medo e a restauração do meu eu era questão de tempo, questionar o tempo tambem era uma causa muito justa, eu não poderia levar ao céu algo que não precisava ser divino, eu sabia que a nossa busca era desenfreadamente rude e hostil e que se você fosse novamente embora eu não sei o que seria de ti, o que faria por ti e mataria-me juntamente a física ida, dá tua mão, olha pra mim: Foda-se diria eu!, pra manter-me macho dentro da idéia de ter medo de fazer de novo o que foi feito.
E se você viesse eu diria: Eu te amo! Te veria lacrimejar, eu sei das tuas necessidades e das minhas, se fores de novo, e se fores somente, se fores sempre, irás.
Se ficares, me farei novo, minha sede externada é absolutamente dependente do seu corpo, seu corpo matarás a sede, sua alma sustentará meu estômago e essa merda de vida ficará pra trás.
Nada de mentira!

domingo, 17 de maio de 2009

oh, céus.

Que não fosse a alma que me alcançasse, mas que fosse algo. Pedia pra que todo dia os papéis se invertessem, que a alma não fosse lúgubre, que os desejos não fossem repentinos, que a vontade de bater não existisse depois de trepar. Uma alma mais forte, me aparece você, vens de não sei onde, não preciso saber, e que se vens, me faz, e se me faz crio-me, se me crio consigo chegar a maturidade de forma esplendorosa, você é o que não existe.
Você é guerra, você me sangra, você me machuca, você me dói, você me corrompe, você lucra comigo, você tem poder sobre minha paz, você me agita, me ama, me odeia, você não sabe o que quer e quando quer quer tão unicamente que me apaixono, me dominas, me faz novo, carinho, paz, amor, tesão, desejo, desejo, tesão, desejo, carinho, paz, amor, amor, amor... morte.
Você me mata, me ressuscita.
Você é o que desatina!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Conhaque, puta e briga.

Caralho, eu não via sol, nem estrelas, eu não via céu, cara. Era estranho como as pessoas me olhavam, meus olhos estavam fundos, meus supercílios cortados, de fato não eram supercílios, porque no primeiro murro que tomaram já rasgaram. Fui caminhando embora, com o rosto sangrando, havia brigado no bar, mas sei que foi pior pra ele, sim, o cara que me desafiou, foi bem pior pra ele, saiu com nariz quebrado, garrafada na cabeça, sem um puto no bolso e eu caminhava com sua mulher pra minha casa.
- Hei, o que você quer?
- Não quero nada, rapaz. Só achei sua mulher bonita, não estou a assediando, assediaria se estivesse só, respeito, mas não aceito que ela ande com um babaca imensurável como você! – ele me deu o primeiro murro, eu não tava preparado, quando levantei sugeri:
- Vamos fazer algum desafio?
- Para apostar o que, palhaço?
- Apostar sua mulher, rapaz. – e dei um murro no canto direito da boca dele e quebrei a garrafa que estava na mão bem próximo a nuca do idiota. Não poderia deixar passar em branco; eu dava o mundo por brigas, diria então por vingança.
Ele levantou-se, disse algumas palavras que não ouvi direito, mas continuou:
- Conhaque, vamos ver quem aguenta mais uma garrafa, sem tirá-la da boca, quem abaixá-la primeiro, ficará com a mulher.
Ele era tão burro, cara. Que não quis saber do que EU poderia oferecer, eu simplesmente sairia ganhando com ou sem a vagabunda da mulher dele.
- Fechado, desce duas garrafas de DOMEQ, Ramon.
Ramon desceu as duas garrafas de domeq, fomos à competição, eu estava encharcado de conhaque, bebera desde manhã, já era noite ou começo dela, mas eu era herói, meus amigos ficavam impressionados pelo quanto eu bebia, o quanto eu tinha de disposição renal, meu fígado me chamava de garçom de tão servil que eu era a ele. O corno continuava bem, mas eu sabia desde o começo que não teria pra ele, terminei a minha garrafa e ele continuou tomando a dele, ainda havia três quartos da garrafa, bem logo desistiu, mas sem perder a oportunidade de dar uma garrafada na minha cara, bem nos meus olhos, rasgou o supercílio, começou a sangrar, a garrafa não quebrou, peguei logo o conhaque de dentro, joguei nos meus olhos, ardeu pra caralho, mas diziam ajudar no sangramento. Depois tomei todo o resto da garrafa.
Fui pra casa com a mulher dele, que não quisera saber o nome, era graciosa, uma morena alta, cabelo liso, um quadril que ninguem botara defeito, não sei porque frequentava o bar do Ramon, deveria ser puta, mas era uma puta muito charmosa, eu seria capaz de namorá-la!
- Benzinho, chegamos em casa, abra a porta pra mim? A chave está aqui no bolso.
Ela abriu a porta, entramos, pegamos um copo de uísque pra cada, deitei na minha cama, tirei meus sapatos e dormi. Ela permaneceu acordada até cedo, quando acordei, logo perguntei:
- Não dormiu, benzinho?
- Não consigo dormir na casa dos outros logo no primeiro dia, só a partir do segundo.
- Ok, vou ver se arrumo algum trabalho pra fazer, minha bebida acabou, o dinheiro tambem, espero poder te ver mais tarde.
A deixei em casa, sem comida, sem bebida, sem nada, havia a casa pra limpar, algumas roupas por lavar e passar. Ficamos por mais uma semana juntos, não trepamos em nenhuma noite, brinde fácil traz prazer fácil, os homens de todo o mundo não deveriam apostar as mulheres. Elas ficam tão chatas quando troféus! Na próxima escolherei um desafio mais difícil!