Praticamente via-se posto ao chão o rapaz que nem nome possuía mais. Possuído.
A uns dois quarteirões à frente a garota andava zonza, com medo de pisar no seu óculo, que havia caído sob forma indevida, não exatamente quando passou a procurar um novo rastro ao chão de alguém que te formava nova, momentaneamente. Há uns meses, anos ou décadas, já não se via tentáculos de felicidade, é-lhe tão impossível tentacular a felicidade; quanto ver aprazado um novo amor na vida do rapaz, sem nome a possuir.
A calçada era suja, mal-tratada, havia ratos por ali a roerem os lixos que ficavam presos nas estacas dos bueiros, a cagarem todo vão buraco que se constituía no concreto do canteiro, não sei, mas penso que o rapaz procurou o melhor lugar para definir o que havia dentro de ti, absurdo, mas encontrou, a calçada.
O óculo era vermelho, havia veia, corria sangue e o estranho: Andava sempre com a menina ao lado esquerdo do lugar onde se encontram os peitos. Era linda a menina, tinha pele, tinha cabelo, tinha pernas, mãos, mas acima de tudo inteligência, afetuosidade, caricia e um montão de coisas boas. A mãe dele, sim, do sem posse nominal, dizia para ela sempre “este é o melhor óculo que é possível ver em alguém, que enxerga a vida de forma perfeita, com previsões perfeitas e congrulações a alguém que ganha o teu podium e recebe troféu perfeito”. - Ela deixava ver o mundo com seu óculo. Havia sonhos no óculo, havia poderes de fazer alguém sonhar também, havia baixas inescrupulosas que outrem provocava a base da enganação que a fazia chorar com os olhos onde já não se encontravam os óculos. Era parte dela o que era parte dele e o sem posse nominal descobriu tão tarde que agora lhe restava, calçada, ratos, lixos e merda que ele se rendia tão obrigatoriamente quanto a justiça te impôs. A vida inteira sentenciado a ficar na calçada.
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