sábado, 12 de junho de 2010

Motel

E daí que os homens constroem pontes se você não tem pretensão de atravessá-las? É que nem sempre tens muita aspiração pras coisas. Você tem duas coisas que mais ama na vida, mas falta saber o quê!
E se há desejos ponha-os à mesa, assume-os. E daí que rola um “saí da sua vida” de Reginaldo Rossi no seu som? É teu lado brega aflorando a futura trepada que planejas.
Ou você é muito homem ou continua sua vida nessa idéia de não conquistar quem te dê respeito. Você não precisa de respeito, precisa só de sexo, sexo move o mundo. É por causa do sexo que amplias teus horizontes, o amor não te dá experiências, o sexo sim.
Dia dos namorados, planejei fazer um motel na minha casa, pra ganhar algum dinheiro, contei sobre a idéia pra uma amiga, ela disse que seria uma boa, pra eu convida-la que ela não conhecia motéis. Eu disse que assim faria, se ela pagasse. Ela pagou por mim e pelo quarto, não sou o melhor puto do mundo, mas consegui dar uma boa trepada com a vagabunda. Foi embora e agora já quer mais.
Não sei saber de muita coisa, meu conhecimento é muito pouco, seja em qualquer área. Há muito frio aqui, há uma quermesse na igreja da esquina, há uma querença no peito que ninguém dá jeito. Há uma pitada de sal no arroz. Um desejo alucinado pela cura. Ainda é dia dos namorados, ainda há essa merda toda de comprar o presente a prazo.
Amantes mentirosos, há tanta gente espalhada por aí mais amorável que os seus. Tá, eu sei, eu não!

2 comentários:

Marianna Rafaella disse...

não ganharei/darei presentes, rá

Pati* disse...

Um bom negócio esse de abrir motel, já a de ser "puto", não sei se gosto muito da idéia, meu bem, mas não posso falar, né?
O problema não é querer ou não atravessar as pontes, o problema é que elas existem mesmo que não queiramos e lá vão continuar, incomodando-nos com sua presença, como o desafio que não aceitamos.
Quanto aos desejos, nem sempre é fácil pô-los na mesa, há nisso um depender do outro sem tamanho... Reginaldo Rossi provoca os sentidos do que sentimos, desde pequena ouço-o por tabela, acabei pegando gosto, sempre temos um lado meio brega que não assumimos, principalmente quando se fala do amor que (ainda) não pomos à mesa.
A discussão do que precisamos não é tão impessoal, cada um fala por sí, certezas são incongruentes, fugindo ou fingindo sempre teremos delatores, às vezes nós mesmos, isso é complexo demais de se pensar. Cada amante sabe o que lhe satisfaz o espírito, não há lugar para o senso comum, isso é o bom... a subversão sempre nos dá estímulo novo, como quando "vagabunda" se torna carinho, não é mesmo?
É verdade que nós nunca sabemos de muita coisa, dada a infinitude de conhecimentos e experiências que nunca teremos, essa é uma boa lição (mesmo sem querer) para o mundo de pretensiosos que temos ao nosso redor.
Acho que deveria ter ido à quermesse e tomado um quentão, não supriria a querença mas pelo menos esquentaria um pouco. Ânimo, meu bem, nem que seja para os negócios [risos].
Todos os amadores parecem mesmo iguais se vistos de fora. Falo amadores mesmo, pois ainda não se deram conta de que presentes não valem nada em detrimento de outrem e talvez nunca aprendam.
As escolhas são como tiros no escuro, sempre existem pessoas mais amoráveis, mas, cá pra nós, não sei se confio nelas.

Beijo :)