Sentado, um frio enorme, tomava um conhaque pra esperar a quentura prevalecer. Havia um velho por ali, que escrevia bem demais, eu era seu fã, escrevia crônicas feito ninguém, me apresentou Bukowski, Hemingway, Kerouac, Caio F., Ana Cristina César, Reinaldo Moraes, quer mais? Tem muitos.
- Bom dia, Téo.
Balancei a cabeça, como um sinal positivo, esperando que aquilo servisse pra apartar o assunto, mas aquele dia o velho tava insistente.
- Te observei Téo. Duas horas com esse copo na mão, porque não bebe logo?
- Porque o problema é meu, vai à merda, velho.
- Vamos em casa, Téo, lá tem uísque, vamos tomar e tenho mais algumas coisas pra te apresentar.
Levantei, esperei pelo velho, pagou a conta, fomos pra casa dele, chovia, o asfalto estava molhado demais, escorregadio feito sabão ou eu não agüentava mais que um copo de conhaque. Tomamos chuva, não falávamos nada no caminho, ele subiu as escadas bem mais rápido que eu, disse que um velho de 73 anos não poderia ser mais forte que um rapaz de 26. Eu mandei-o tomar no cu. Ele me perguntou se eu me lembrava do trecho de velho safado quando Bukowski fala que no fundo todo mundo é viado, que todo mundo deveria se assumir, pra ser melhor. E eu dei um murro na orelha do velho, mas ele era forte pra caralho, me segurou pelo pescoço, jogou no chão, quebrou um pedaço de madeira na minha cabeça e desmaiei. Acordei e meu zíper estava aberto, meu pau molhado, aquele velho fodido, disse que eu não prestava nem pra ficar de pau duro enquanto desmaiado, se roçava em algo, ele tinha uma cenoura na mão e enfiava no próprio rabo, aquilo me deixava com asco, mas eu não podia fazer nada. E me dizia que no fundo, todo escritor é assim que se acaba, todo escritor é sempre enrabado por trás, ou pela morte, ou pela loucura ou por uma cenoura.
4 comentários:
primeiro eu fiquei com nojo, mas depois eu ri huahuahu
será que isso vale pra mim? huauhahu
deixa eu sair dessa vida
Sabe aquela história de que ninguém faz nada pra ninguém de graça, que por detrás de tudo existe sempre uma intenção?
Nisso que pensei do velho: orientando leituras, oferecendo bebidas para no fim ter sua paga.
Bom para refletir se no mundo as coisas funcionam mesmo assim ou eu que ainda sou ingênua demais!
Quanto ao ataque libidinoso, chega até a ser engraçado [risos]
Mas a visão é pessimista, será que só isso resta mesmo aos escritores? Morte? Loucura? Cenoura? Eu, como aspirante que sou, espero ter alternativas mais atraentes... haha
Beijos
kkkkkkkkkkkkkkkk
INCRIVEL!
Eu tenho uma queda irremediável por perversidades, Huahauhauahuahuahau
É justo!
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