Pra se ler ouvindo: Everybody’s gotta learn sometimes - beck
Estava no bar, balcão molhado, ruiva ao lado, cerveja até o talo no copo, conhaque dessa vez não, isqueiro branco em cima do balcão, pensando na mudança do clima, a ruiva era uma delicia, tinha olhos verdes, um corpo delicioso, seios redondos o suficiente pra caberem nas mãos. Eu tinha um desejo enorme de fumar, uma placa na minha frente dizia que ali não, ali não podia, eu não costumava respeitar esse tipo de coisa, acendi um cigarro, a fumaça subia lentamente escrevendo um nome no ar que eu não conseguia identificar, havia alguns homens no bar, de mulher só a minha ruiva que nada falava, alguém talvez pensasse que fosse acompanhante, talvez fosse, não me lembro muito bem de onde surgira. Eu lia um texto que não havia parágrafos, lia pulp de buk, pensava no time que não ganhava há quatro jogos, queria encher a cara, mas eu não tinha dinheiro. Queria armar uma pindureta como diria o velho Mussum. Eu amava estar diante de tanta pinga, lembrava-me da minha infância rude e hostil, de brigas por causa de pipas, mulheres e time. Era todo verde, era todo comum, ninguém me olhava mais com cara de desejo, só desdém, era por isso que a ruiva deveria ser acompanhante. O garçom falou que não podia fumar ali, eu mandei um foda-se, ele me deu um murro no canto da boca, dei outro logo em seguida, tirou uma arma, atirou em mim, conheci Dona Morte, a ruiva saiu correndo, os caras do bar só me olhavam deitado no chão com a boca cheia de sangue, fechei os olhos, fiquei um tempo desacordado, abri os olhos, lembrei de Chicó de Suassuna, Nossa Senhora e Jesus Cristo, não haviam marcas, não sei o que aconteceu no meio tempo, sei que não sei onde era o bar, nem quem era a ruiva, nem que arma era, nem se de fato acordei da morte ou do sono.
Um comentário:
e o livro, sai quando?
hey, corinthians empatou no último minuto, chupa
Postar um comentário