Coloca um. Um, meio, dois, tanto faz, na vibe que estamos a vida já ficou pra traz. Não é que eu queira viver, mas não quero morrer. E se por acaso houver um meio-termo, qual você há de preferir? Uma vida sóbria com problemas entalados na garganta, ou ainda, um ébrio sem condições de enfrentá-los? Seus problemas a esmo, jogados sobre a mesa, como um carteado de truco, esperando virar o coringa e você dá um sinal: nada.
Você tem duas opções: blefar ou fugir. Mas quando bebe toma coragem, blefar? Não, blefar é pra quem consegue mentir, mas se lembra de alguém dizer: você não sabe mentir porque tem memória fraca. Mas e daí? O jogo é tão rápido, precisa ser posto à mesa em questão de segundos. Você sabe mentir o suficiente pra enganar por segundos? Claro, você já mandou um “eu te amo” pra levar alguém à cama, conseguiu, depois que terminou foi embora. Como um cafajeste. O suficiente pra gozar, deixa-la masturbando e sair por aí dançando na chuva, como um Gene Kelly e se sentiu suficientemente realizado.
As cartas são feitas de realidade e a essa deve sua acepção, porque sua vida é mais dadaísta que Cabaret Voltaire. E termina ingrato, feito DADA, porque a beleza está morta.
Um comentário:
muuy interessante
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