Ela chegou
de volta
com meus dedos.
E me aninhou em seus cliques
de pneumática.
Você sabe
quanto é duro
pra mim
escrever um
poema?
E o
quanto me
dói
quando simples-
mente
me confesso
nesse
pedaço
vil de
palavras?
Ela não sa-
beria.
E quando
me ani-
nhava
no conhaque,
doía nela.
Alguém há de dizer que são palavras fortes, mas tamanha é a força do texto de Téo e do seu grito, que não haveria como dizer deles, se não fosse com força. Se você é capaz de enxergar a ternura encoberta pelo mito do forte que tem medo de que percebam sua doçura, então é capaz de amar este blog. por Ana da Cruz.
domingo, 1 de julho de 2012
Espalhado.
você se
espalha
por aí.
Quando
alguem
reconhece
seus pedaços.
Você não é
mais
tão inteiro.
Os dias
os meses
os anos
faz você
virar
menos
a cada passo.
Quem te
respira
não respira
só você
tambem
o pouco
dos que respirara
antes
de se
espalhar
por aí!
Quando?
o tempo todo!
espalha
por aí.
Quando
alguem
reconhece
seus pedaços.
Você não é
mais
tão inteiro.
Os dias
os meses
os anos
faz você
virar
menos
a cada passo.
Quem te
respira
não respira
só você
tambem
o pouco
dos que respirara
antes
de se
espalhar
por aí!
Quando?
o tempo todo!
Três dias.
Havia alguma coisa
de errado.
Era a terceira vez,
que ela virava a cara
e ia embora.
Devia ter percebido,
que quando troquei
todas
as fechaduras
da casa,
menos uma,
era pra ela voltar.
Ela tinha aquela chave.
E quando eu
dizia,
que amava o
costume que tinha
com a minha solidão,
não era sempre.
Três dias que
havia saído por aquela
porta.
Três dias
que não voltara.
Minha solidão
era angustia.
Você devia
ter voltado,
agora
tarde da noite,
ligo a tevê,
e a moça do tempo
diz que amanhã
a previsão
continua a mesma.
de errado.
Era a terceira vez,
que ela virava a cara
e ia embora.
Devia ter percebido,
que quando troquei
todas
as fechaduras
da casa,
menos uma,
era pra ela voltar.
Ela tinha aquela chave.
E quando eu
dizia,
que amava o
costume que tinha
com a minha solidão,
não era sempre.
Três dias que
havia saído por aquela
porta.
Três dias
que não voltara.
Minha solidão
era angustia.
Você devia
ter voltado,
agora
tarde da noite,
ligo a tevê,
e a moça do tempo
diz que amanhã
a previsão
continua a mesma.
Um velho e um amor.
"Você me pergunta: por que você me deixou quando eu te amava? Eu te
respondi: é que eu não te amava. Mas a verdade é só uma; é que o tempo
passa, agora você me ama, daqui a pouco me amassa e quando eu tiver sem
condições você vai deixar de me amar.
Quando eu ficar velho e solitário. Com meu litro de conhaque e meu maço
de cigarros, bêbado, às três da manhã, ouvindo Chico Buarque, ainda
haverá a lembrança de que te deixei enquanto você me amava. E nada
melhor do que a glória do amor, o amor só é eterno pra quem tem a
coragem de vive-lo sozinho. Eu tambem te amava quando te deixei e tambem
te amo agora quase velho, eu e meu amor, a sós. Por isso estamos vivos e
quase velhos."
Queimar-se.
Você se queima, claro que se queima.
Você estará disposto a lardear tuas derrotas?
Passa por limitações,
embebeda-se.
Você não vai se salvar tanto quanto acha que pode.
E então você se entrega.
E a vida está pronta,
cozida, assada, da melhor forma que tens pra comer.
Alguns cachorros latindo seus choros,
algumas mulheres reclamando dos amores impossíveis.
Você está nas listas negras delas,
mas elas tambem estão nas tuas.
Você pode se livrar,
se encontrares a chave do absurdo.
Lamentarás ao divino,
regozijará por ele.
Alimentar-se-á do incrédulo.
E a tua vida voltará à ativa.
Entre duas ou tres palavras,
uma nova mulher.
E quando tudo estava perdido,
quando tudo estava enlameado,
seu coração pérfido,
voltará à lealdade.
flores, sorrisos e promessas
te colocando em pé novamente.
Você estará disposto a lardear tuas derrotas?
Passa por limitações,
embebeda-se.
Você não vai se salvar tanto quanto acha que pode.
E então você se entrega.
E a vida está pronta,
cozida, assada, da melhor forma que tens pra comer.
Alguns cachorros latindo seus choros,
algumas mulheres reclamando dos amores impossíveis.
Você está nas listas negras delas,
mas elas tambem estão nas tuas.
Você pode se livrar,
se encontrares a chave do absurdo.
Lamentarás ao divino,
regozijará por ele.
Alimentar-se-á do incrédulo.
E a tua vida voltará à ativa.
Entre duas ou tres palavras,
uma nova mulher.
E quando tudo estava perdido,
quando tudo estava enlameado,
seu coração pérfido,
voltará à lealdade.
flores, sorrisos e promessas
te colocando em pé novamente.
Noite daquelas.
Era uma noite
daquelas
ela estava
dentro
de mim
e percebia
e consequente-
mente
me
matava
ela sabia
que eu
a guardava
no meu
coração
cérebro
pulmões
rins
e os
danava
quando
percebia
qualquer indicio
de fraqueza.
Era uma noite
daquelas.
daquelas
ela estava
dentro
de mim
e percebia
e consequente-
mente
me
matava
ela sabia
que eu
a guardava
no meu
coração
cérebro
pulmões
rins
e os
danava
quando
percebia
qualquer indicio
de fraqueza.
Era uma noite
daquelas.
nessa casa
Nessa casa
o chão
está forrado
de garrafas
vazias
e maços
de cigarros
fedidos,
que servem
de cinzeiros.
Nessa casa
o chão
não passa
de um chão
como em
outras
casas.
E no teto
o forro branco
a tevê
no canto
que nunca liga
a janela
do quarto
que nunca trava
a cama
no canto
que nunca esfria
o sofá
que se
oferece
como companhia.
Nessa casa
metade
das coisas
não são
iluminadas
ha um relógio
na parede
que sempre
aponta
meia-noite,
'seja mais
otimista, Téo,
pense que é
meio-dia
que ele aponta'
Nessa casa
metade das
coisas
sou eu
e a outra metade
sou eu
tambem.
Nessa casa
ha tempos
não
entrava
alguem
pra arruma-la.
Prazer.
o chão
está forrado
de garrafas
vazias
e maços
de cigarros
fedidos,
que servem
de cinzeiros.
Nessa casa
o chão
não passa
de um chão
como em
outras
casas.
E no teto
o forro branco
a tevê
no canto
que nunca liga
a janela
do quarto
que nunca trava
a cama
no canto
que nunca esfria
o sofá
que se
oferece
como companhia.
Nessa casa
metade
das coisas
não são
iluminadas
ha um relógio
na parede
que sempre
aponta
meia-noite,
'seja mais
otimista, Téo,
pense que é
meio-dia
que ele aponta'
Nessa casa
metade das
coisas
sou eu
e a outra metade
sou eu
tambem.
Nessa casa
ha tempos
não
entrava
alguem
pra arruma-la.
Prazer.
O grande erro.
Ninguem diria
que hoje
essa mulher
estaria viva.
Eu não poderia
impedir
que ela
estivesse
aqui.
Mas eu sempre
o tempo todo
a mantive
morta.
Ela não tinha
algo que
pudesse
me tirar
do sério.
Até descobrir
que em vida
a sua morte
não doía.
Seu jeito
de se matar
aos poucos,
era o mesmo
jeito de todos
se matarem aos poucos.
Mas ali
aqueles cabelos
escorrendo
pelo meu rosto
enquanto trepávamos,
era algo divino,
era uma morte feliz
e era a
primeira vez
na vida
que uma futura morta
me dava
sensação de vida.
E ela me abandonou.
Amei a morte
e a morte me abandonou.
Não tinha como se
livrar.
Nunca daria.
Ligo a tevê
e mudo de canal
a cada três
minutos
à espera
da morte.
Foi o erro
que hoje
essa mulher
estaria viva.
Eu não poderia
impedir
que ela
estivesse
aqui.
Mas eu sempre
o tempo todo
a mantive
morta.
Ela não tinha
algo que
pudesse
me tirar
do sério.
Até descobrir
que em vida
a sua morte
não doía.
Seu jeito
de se matar
aos poucos,
era o mesmo
jeito de todos
se matarem aos poucos.
Mas ali
aqueles cabelos
escorrendo
pelo meu rosto
enquanto trepávamos,
era algo divino,
era uma morte feliz
e era a
primeira vez
na vida
que uma futura morta
me dava
sensação de vida.
E ela me abandonou.
Amei a morte
e a morte me abandonou.
Não tinha como se
livrar.
Nunca daria.
Ligo a tevê
e mudo de canal
a cada três
minutos
à espera
da morte.
Foi o erro
Permanecer vivo.
você vai se
calar
tua vida
não
fará sentido
por enquanto.
então você
vai beber
e vai escre-
ver
dois ou
três
poemas
essencial
que um
deles
fale de você
da sua fragili-
dade
e você
permanecerá
vivo
então você
beberá
mais
um
pouco
e quando
menos
esperar
sua vida
não
estará
somente
alinhada
na bebida.
outro poema
que fale
de amor
e então
alem de frágil
você
estará
condenado
à
vida eterna.
calar
tua vida
não
fará sentido
por enquanto.
então você
vai beber
e vai escre-
ver
dois ou
três
poemas
essencial
que um
deles
fale de você
da sua fragili-
dade
e você
permanecerá
vivo
então você
beberá
mais
um
pouco
e quando
menos
esperar
sua vida
não
estará
somente
alinhada
na bebida.
outro poema
que fale
de amor
e então
alem de frágil
você
estará
condenado
à
vida eterna.
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