domingo, 1 de julho de 2012

O grande erro.

Ninguem diria
que hoje
essa mulher
estaria viva.
Eu não poderia
impedir
que ela
estivesse
aqui.
Mas eu sempre
o tempo todo
a mantive
morta.
Ela não tinha
algo que
pudesse
me tirar
do sério.
Até descobrir
que em vida
a sua morte
não doía.
Seu jeito
de se matar
aos poucos,
era o mesmo
jeito de todos
se matarem aos poucos.
Mas ali
aqueles cabelos
escorrendo
pelo meu rosto
enquanto trepávamos,
era algo divino,
era uma morte feliz
e era a
primeira vez
na vida
que uma futura morta
me dava
sensação de vida.
E ela me abandonou.
Amei a morte
e a morte me abandonou.
Não tinha como se
livrar.
Nunca daria.
Ligo a tevê
e mudo de canal
a cada três
minutos
à espera
da morte.
Foi o erro

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