terça-feira, 24 de abril de 2012

Filho da puta, Vadia e correções.

Havia me cansado, qualquer mulher que fazia parte do meu passado me taxa de egoísta, fracassado ou bêbado sem fundamento. Não podia esperar que as coisas entrassem de acordo com o que eu acreditava, as coisas não entrariam em acordo com o que eu acreditava, você sabe em que acreditar quando tudo que você acreditou foi jogado no limbo por alguem?
Certo que havia errado com uma delas, aliás, com todas. Mas jamais deixei de ser sincero, quando se percebe que as coisas estão escorrendo pro ralo é melhor deixar ir, se tampar o ralo, pode inundar sua vida com água suja, de corpos cansados, de suores inúteis e prazeres disfuncionais.
E se é pra ser assim, viva da melhor forma possível, não adote mais as coisas que adotava quando era alguém complacente, você deixa de ser complacente quando a outra pessoa age como uma inútil e faz de tudo pra te causar danos.
O bar era um bom lugar pra se submeter à fuga. Cervejas, mulheres com blusas decotadas, idiotas falando sobre drogas e um pouco musica pra relaxar. Até que uma das mulheres te olha e você a olha também, oferece a ela uma bebida, ela gosta da mesma que você, então já pode leva-la pra cama.

- Como é seu nome? – pergunto.
- Lídia, e o seu?
- Téo. As pessoas me conhecem aqui, como você não me conhece?
- Não costumo conhecer gente desinteressante.
- Entendo. Quer mais um conhaque?
- Talvez você não aguente me acompanhar, Téo.
- A gente pode tentar, Lídia.
- Prefiro não arriscar.

Ela se levanta, vai ao canto do bar, há um rapaz tocando algumas músicas, um outro a pega pelo braço, ela sorri, começam a dançar, me levanto, a puxo pelo braço, a jogo no chão, aponto meu dedo, a chamo de puta, falo pra ela pagar a porra do meu conhaque, se levanta, senta no lugar onde estávamos e o rapaz que estava com ela se desculpa e vai embora.

- Você é um filho da puta, Téo.
- E você é uma vadia.

Assim são os homens, em geral, na sua cultura, são péssimos. Subestimam as mulheres em tudo, seus carros, suas peças, seus jogos, seus gestos de amor.E enquanto as mulheres ligarem tanto em demonstrar a verdadeira face deles, continuarão agindo assim, porque os homens são, coma s mulheres que têm, exatamente o que elas amam que não sejam.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Bebida, mulheres e desistência.

Não procriava sinapses, meu cérebro estava fora da realidade, nos bares não encontrava realizações, o meu quarto era em mim a constatação de que o mundo não me servia agora.
A bebida era uma espécie de fuga, mas não havia nada que eu quisesse desbancar, a bebida ja não era fuga então, a bebida era só um êxtase, um caminho, procedimento esperado para alcançar a alquimia. E não havia limites,era o meu remédio, algo que esperava desde sempre que me curasse.
A ausência de mulheres, enfim, estava me fazendo bem. A falta de telefonemas, o excesso de músicas com violões de aço e um contato breve com o mundo cada vez que ia ao banheiro, havia uma janela, o mundo estava vivendo la fora, não o suportava.
A falta de suas saias curtas, suas pernas grossas, suas reclamações sobre a vida, seus amigos idiotas, seus apontamentos sobre o meu humor, suas reclamações por eu
andar pelado pela casa, por cagar de porta aberta, por me masturbar enquanto assistem programas de fofocas na tevê que um dia eu vou vender e elas jamais me amarão novamente.
As mulheres jamais me amarão novamente, creio que qualquer cachorro que eu arrume jamais me amará, qualquer bar que eu vá não haverá alguem pra me salvar. Era isso,as pessoas estavam todas à busca da salvação, mas não havia mais chance. Era assim a vida, você se prepara pra luta, coloca o roupão, o juiz chama teu nome, você sobe no ring, as pessoas te aplaudem, a maioria vaia, a garota passa com a placa do primeiro round, você o suporta, ela sobe no segundo, você com o supercílio cortado, mas ainda consegue ver a bunda redonda dela, aguenta por mais algum tempo e no terceiro round, quando ela sobe no ring, você mesmo joga a toalha. E seu técnico te olha feio, você
perde, por desistência. E vai pra casa humilhado.

Mentira e Bach.

E na caixa de correios,
uma carta.
Algo diz: fomos uma mentira.
E você finge que acredita.
Alguem que cre
que sua vida foi uma mentira
não te procuraria pra dizer:
você foi uma mentira.
E você rasga a carta.
Entra na sua casa,
abre uma cerveja,
liga pra outra mulher,
diz que sente falta do sexo
e desliga.
E liga sua tevê,
não há nada.
Liga seu rádio,
Bach não interessa,
e termina sua cerveja,
dorme e não quer acordar mais,
mas sempre acorda.

domingo, 15 de abril de 2012

Sexo, dor de cabeça e sono.

E são oito horas da noite,

você repousa nos colchões de solteiro juntados,

você e sua mulher.

Ela sente dor de cabeça,

ela está abalada,

com um tédio sem fim.

E você não sabe como prosseguir,

ela abre a blusa e diz:

amor, toca meus peitos, me faça relaxar.

E você toca os peitos dela,

e lambe os mamilos.

A vida com dor de cabeça,

pra alguns,

pode ser bem pior.

E ela vira as pernas

por cima das suas.

E você se encaixa nela,

Na tevê, um filme de rock'n'roll,

você fode sua mulher

e a dor de cabeça dela.

Até que você goza.

Ela pergunta se você realmente a ama,

e você vira para o lado.

Ela continua falando,

sobre a dor de cabeça,

e você relaxado, simplesmente, dorme!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cervejas e sorrisos circenses.

Cheguei no bar, eu estava a espera de alguem. Uma mesa de dois lugares. Um deles estava vazio. Uma cerveja e um copo de conhaque.
No telefone uma mensagem: Téo, ja chego. Atrasarei-me um pouco. Essa chuva dessa cidade, esse transito, mas prepare a minha cerveja.
Ela mal imaginava, que ali, na mesa de dois lugares, algo alem da cerveja a esperava com afinco.
- Oi, Téo.
- Olá, meu bem. Como vai?
- Vou bem, Téo.
Levantei-me, dei-lhe um abraço e um beijo.
- Senta-se. - eu disse.
Ela tinha os olhos mais lindos que ja pude ver, e a tua boca dizia 'tu' como nenhuma outra havia dito. E teus olhos, brilhavam cores circenses, guarda-chuvas de frevo e tua boca tinha a carne que meu olhos adoravam.
- Essa cerveja está gelada, Téo.
- Pois é, por isso gosto desse lugar.
Você pode passar dias longe da felicidade e em poucos momentos você pode passar a felicidade de dias.
- Agora que você ja chegou, que ja tomamos a cerveja, poderíamos ir pra minha casa?
- Tudo bem, Téo.
Paguei a conta, recolhi o maço de cigarros da mesa, despedi-me do dono do bar e segurei sua mão.
- Seja bem-vinda.
- Gostei da tua casa vazia.
- Ela fica assim sempre, ficará sempre.
Liguei o rádio, tocava Bach, não era hora, troquei por uma coisa que ela tambem gostava, e Beth Gibbons cantava: give me a reason to love you!
- Separei esse vinho pra gente, Luana. É o meu vinho preferido - casillero del diablo.
Ela sorriu.
- Era tão esperado por ti que eu viesse à sua casa, Téo?
- Era.
Sorriu novamente.
Sentou-se à minha frente no sofá, com um vestido roxo, suas pernas, lindas, talvez havia feito com a intenção de me provocar, visto que eu sempre havia dito que adorava pernas, estavam cada vez mais à mostra.
Dado momento, levantou o vestido um pouco mais.
- Erga mais um pouco teu vestido.
- Ainda mais?
- Sim, ainda mais.
Tomava meu vinho, olhava tuas pernas, nada dizia, o silêncio não incomodava. Fui até o sofá, beijei sua boca, levantei seu vestido, coloquei a mão por dentro da sua calcinha, estava molhada. Beijei sua boca com mais lingua agora.
- Seu beijo é bom, Luana.
- Você quer me engolir, Téo.
Eu era um adolescente, a joguei na cama, de barriga pra baixo, fiz uma massagem em suas costas, beijei-a na mesma intensidade. Trepamos, gozamos, não uma ou duas vezes, infinitas. O cérebro brindava, o coração palpitava na mesma intensidade do pau. Era uma nova descoberta, era um novo homem, com a experiência de um amor falido e com a perspicácia de um homem fodido.
- Você é um puto, Téo.
- Tudo bem.
Beijei sua testa, com mais sensibilidade que quando beijei sua boca ou seus peitos. Não sabia onde estavam meus cigarros, pouco me importava tambem. Havia cinzas demais dentro de mim, era hora de tornar aquele monte de escuridão e torpor, em luz e sorriso. Ela olhou pra mim e junto à Beth Gibbons cantou: give me a reason to be a woman. Virei o restante do meu vinho, direto na garrafa. Olhei nos teus olhos e sorri. Estava ali, em abril, meu primeiro sorriso desde sempre.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Amor, cérebro e palpitações.

Tu não estavas à vista,
mas eu te olhava.
E meus olhos piscavam,
cheios de lágrimas,
num ritmo sonar.
Havia duas de você,
a que segurava o copo,
e a que me cedia o colo.
Na borda do copo,
tua boca.
E na borda da tua boca,
meu nome.
E meu nome sujo,
purificava-se
nos teus
lábios filtros.
Já não era mais um homem,
e infantilizado
pelo sentimento vil,
tu não estavas à vista.
Eu não te olhava mais,
e nas bordas dos copos,
minha boca,
e na borda da minha boca,
outras bocas.
E na borda das outras bocas,
ilusão.
Enquanto meu cérebro
palpitava teu nome
já limpo.
De outras vidas,
limpo.
De outros homens,
limpo.
De meus sonhos,
limpo.
Era então
amor.
E do amor
nascera
o sujo,
pro amor
nascera teu nome a
palpitar
em meu cérebro.

sacana, canalha e sexo.

- Téo?
- Sim.
- Te conheço.
- legal.
- você é aquele cara dos textos sacanas.
- nunca escrevi algo sacana.
- ué, mas você fala de putaria.
- putaria não é sacana.
- você quer um conhaque, Téo?
- já estou tomando, obrigado.
- uma amiga minha já deu pra você.
- deve ter sido terrível pra ela.
- ela disse que você é canalha, Téo.
- eu talvez esteja começando a acreditar.
- adoro homens cachorros.
- que pena. Sou no máximo canalha.
- você mora longe, Téo?
- considerável.
- Quer carona? Ofereço carona e carinho.
- tenho sapatos novos, sabe. Compro sapatos novos só depois de muito usar os antigos, preciso acostumar-me com eles, mas obrigado por oferecer a carona. E quanto ao carinho, sou canalha demais pra merecê-lo.
- Téo, você pode me comer hoje?
- tudo bem. Garçom, a conta por favor...
- eu pago, Téo.
- Ok. Te espero lá fora.

...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Roto.

Seu maior erro,
não é estar entre os teus.
Seu maior erro,
é a sua palavra.
Água de uma fonte rota,
triste demais pra um pouco de felicidade.
Teus olhos findos,
sorriem noturnamente.
Embebedando-se em dias torpes,
Deus não está mais aí.
Mas até aí,
sem problemas.
Ele não está aqui tambem.
Você age,
maldosamente.
Teus nãos,
afunilam a graça,
e entope o trecho,
que os sins coloridos,
passariam
brindando o amor.