Tinha 26 anos, meu quarto estava sujo, muito bagunçado, há mais de um mês não havia limpeza por aqui, livros jogados por todos os lados, papéis rasgados de poemas ou contos que em nada se pareciam com algo que prestasse. Tossia muito, tinha febre e as garrafas de conhaque que ganhava dos conhecidos feito esmola estavam vazias e cheias de vermes bêbados pelo tempo que já se encontravam no chão.
Não comia ninguém, não porque não havia mulher que quisesse me dar, mas é que as que queriam me dar eram burras, mulheres inteligentes não queriam me dar, mulheres independentes não queriam me dar, eu não queria que me dessem, se quisesse, estaria lá, tentando. Algumas diziam que me amava. Outras escreviam textos a fim de me conquistar, mas eu não acreditava no amor e a diferença entre elas era visível: umas me expunham a alma. Outras a boceta. E pra um homem que crê na materialidade a boceta é sempre mais apetecível. Você pode passar anos comendo uma mulher que não te acrescenta nada ou várias delas e isso te sustentar o ego. Mas depois que vê, que pras mulheres mais inteligentes você não passa de um mesquinho desgraçado que bebe e fuma , deve haver algo que aspira com mais eloqüência.
E via muita gente reclamando da vida, inclusive eu que sempre costumava beber invés disso. Não tinha trabalho, nem dinheiro, nem amigos, nem mulheres que prestassem e a vida estava à espreita da manifestação incólume literal. Meu telefone tocou e a moça me disse que estava nervosa, TPM fora de época, precisava fumar um baseado, mas se ela soubesse que eu odiava baseado não teria falado nada disso pra mim, não gosto das coisas que me deixam mais retardado do que sou. Exatamente por isso não lia Shakespeare, Wolfe, Jô Soares e afins. Era hora de parar de reclamar, mas eu queria dizer que se você for uma mulher inteligente e quiser me dar, me procure, no mais, se não for, vá à merda, leia Pessoa e chore horas a fio por um sonho idiota que sustenta sua alma romântica e perdida. Sua Tola.
Alguém há de dizer que são palavras fortes, mas tamanha é a força do texto de Téo e do seu grito, que não haveria como dizer deles, se não fosse com força. Se você é capaz de enxergar a ternura encoberta pelo mito do forte que tem medo de que percebam sua doçura, então é capaz de amar este blog. por Ana da Cruz.
sábado, 28 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Ah, mas eu tô tão feliz!
Tinha alguns desejos impressos toda vez que fechava meus olhos. Amar-te era mais que real desde a nascença. Você me dava paz, me fazia chorar, eu tinha uma percepção incrível dos teus atributos e isso me deixava pasmo. E pensava: será que um dia amarei alguém como te amo, meu amor? Você passava dilacerando meu coração quando não estava no ápice da peleja. E me lembrava que o álcool ajudava a curar as dores que me impunha quando derrotado. O levava a todos os lugares, ia pra qualquer lugar atrás de você, minha paixão era mais que visível e todos diziam: para com essa com essa obsessão. Mas era em você que eu conseguia forças pra seguir. Nos nossos 90 minutos de sexo, entre preliminares, orgasmos e realizações tu me fazias o homem mais feliz do mundo. Nas vezes que broxavas, eu não via intenção alguma de continuar. Mas você sempre me surpreendia com tua cor verdejante pelos quinhões da minha alma. E hoje, tenho 26 anos de amor por você, meu sentido. E fazes 96 anos, meu Palmeiras. E jamais vou deixar de amá-lo como se ama um passarinho morto referido por Bandeira. Parabéns, o presente é sempre meu, alviverde querido!
domingo, 22 de agosto de 2010
uísque barato, quarto fedido e o mesmo bêbado!
Ela me chamou de amor o tempo todo, era uma mulher muito bonita, tratava-me como a seus gatos, tinha um mais recentemente, entregara a alguém por aí. Você pode passar uma vida digladiando com os opostos, mas o extremo mesmo é de se variar. Uma idéia não é conjectura quando se trata de um bêbado, dizia ela. Eu agradecia com leves beijos e goles grandes do conhaque que sempre acompanhava.
Estava distante, não como sempre, agora mais. Não nos separavam os quilômetros, mas a presença. Havia se esquecido do homem que fui, havia me esquecido de não haver nada, mas era normal, um homem deseja e almeja muito quando impressionado. E isso pode partir de novos jogos, como o jogo da vida, dos sentimentos, do sexo, quando um pau encaixa bem numa boceta, tens a maior prova de que finalizou o jogo corretamente, mas entre estar bem posto ou não, não exige que o jogo permaneça intacto ou que ainda haverá novos truques a serem descobertos, o jogo pode simplesmente parar por ali, levantar-se, destruir a torre construída, ir ao bar e dizer: foda-se. Ir ao bar, e ter a companhia da melhor peça do jogo da vida: a bebida.
Havia ido a uma cidade distante, pra esquecer um pouco do viés da ilusão, dizer a ela que iria a trabalho, com uma companhia familiar, parentética, mas não, ir visitar outro país, beber uísque barato e pirata que havia comprado pela manhã, não sair pela cidade durante todo o dia, beber, encharcar-se, dormir no hotel como se fosse seu velho quarto fedendo ao seu corpo rude e vil, lembrar-se que ela poderia estar presente, mas não, a solidão é mais fugaz que a vida, seu uísque te provou isso.
Acordei bem, visitei as Cataratas, nada que me impressionasse muito, como o gosto do uísque, por exemplo, que parecia ser melhor que o original. Os cigarros fedidos e sem filtro, sem impostos, pelo valor de um pão que eu já não comia há muito tempo, voltei pro hotel, tomei mais uma garrafa de uísque, meio zonzo, levantei, fui à rodoviária, perdi o ônibus, embebedei mais um pouco, tomei tudo que a vida havia provido, o outro ônibus chegou, embarquei, bebi mais na viagem, a culpa do sentimento está diretamente relacionada à fragilidade e falta de capacidade de lidar com ele, pronto mensagem via inferno: lembrei de você, saudades. Acho que ainda se lembra quem sou. Talvez lembrasse. Fatídico e ocioso. Esquecer é fácil, mandar a dó pro escanteio que é mais complicado.
Estava distante, não como sempre, agora mais. Não nos separavam os quilômetros, mas a presença. Havia se esquecido do homem que fui, havia me esquecido de não haver nada, mas era normal, um homem deseja e almeja muito quando impressionado. E isso pode partir de novos jogos, como o jogo da vida, dos sentimentos, do sexo, quando um pau encaixa bem numa boceta, tens a maior prova de que finalizou o jogo corretamente, mas entre estar bem posto ou não, não exige que o jogo permaneça intacto ou que ainda haverá novos truques a serem descobertos, o jogo pode simplesmente parar por ali, levantar-se, destruir a torre construída, ir ao bar e dizer: foda-se. Ir ao bar, e ter a companhia da melhor peça do jogo da vida: a bebida.
Havia ido a uma cidade distante, pra esquecer um pouco do viés da ilusão, dizer a ela que iria a trabalho, com uma companhia familiar, parentética, mas não, ir visitar outro país, beber uísque barato e pirata que havia comprado pela manhã, não sair pela cidade durante todo o dia, beber, encharcar-se, dormir no hotel como se fosse seu velho quarto fedendo ao seu corpo rude e vil, lembrar-se que ela poderia estar presente, mas não, a solidão é mais fugaz que a vida, seu uísque te provou isso.
Acordei bem, visitei as Cataratas, nada que me impressionasse muito, como o gosto do uísque, por exemplo, que parecia ser melhor que o original. Os cigarros fedidos e sem filtro, sem impostos, pelo valor de um pão que eu já não comia há muito tempo, voltei pro hotel, tomei mais uma garrafa de uísque, meio zonzo, levantei, fui à rodoviária, perdi o ônibus, embebedei mais um pouco, tomei tudo que a vida havia provido, o outro ônibus chegou, embarquei, bebi mais na viagem, a culpa do sentimento está diretamente relacionada à fragilidade e falta de capacidade de lidar com ele, pronto mensagem via inferno: lembrei de você, saudades. Acho que ainda se lembra quem sou. Talvez lembrasse. Fatídico e ocioso. Esquecer é fácil, mandar a dó pro escanteio que é mais complicado.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Mulheres.
Um sol frio.
Assim como hoje, ela me parece.
Conversávamos sobre tudo,
Agora sobre mais ainda.
Ela é muito inteligente,
Sinto falta do conhaque
Quando meus pulmões estão assim.
Uma febre forte,
Quatro dias.
“deve ser paixão”
Passo o quinto fervendo,
Ela diz que sonhou
Dormindo no meu colo.
Eu sem casaco, frio,
Havia sido filantropo.
Mulher é um bicho ruim,
Ela sabe,
Mulheres são como deuses,
A obrigação delas é amar-nos,
A nossa é adorá-las.
Assim como hoje, ela me parece.
Conversávamos sobre tudo,
Agora sobre mais ainda.
Ela é muito inteligente,
Sinto falta do conhaque
Quando meus pulmões estão assim.
Uma febre forte,
Quatro dias.
“deve ser paixão”
Passo o quinto fervendo,
Ela diz que sonhou
Dormindo no meu colo.
Eu sem casaco, frio,
Havia sido filantropo.
Mulher é um bicho ruim,
Ela sabe,
Mulheres são como deuses,
A obrigação delas é amar-nos,
A nossa é adorá-las.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
medo do medo que dá!
Eu havia de fato me denunciado,
ela tinha um jeito qualquer de não sei o quê!
e por fim era ela quem me conquistaria por uns tempos.
Eu não acreditava em amor pra vida inteira,
muito menos no amor.
Ela tinha um nome, vários desejos e eu um sonho.
Eu a chamava de Dindi, mas servia Cass e tantos outros.
Nikki de Irvine Welsh, com aquele cabelo bonito,
boca sexy e bunda redonda. Eu sou louco por ela.
E eu dizia à ela: aqui é festa, amor.
E ela me dizia: covarde.
E eu dizia: gostosa.
e ela: covarde.
Por fim eu me apaixonei devassamente.
Se ela estivesse ao meu lado, depois do amor e do sexo,
talvez me cobrasse alguma coisa.
Eu não teria como pagar! Compraria pães.
Por tantas sopas que pudessem haver.
- Por que justo eu?
- Porque eu gosto de homens feios.
ela tinha um jeito qualquer de não sei o quê!
e por fim era ela quem me conquistaria por uns tempos.
Eu não acreditava em amor pra vida inteira,
muito menos no amor.
Ela tinha um nome, vários desejos e eu um sonho.
Eu a chamava de Dindi, mas servia Cass e tantos outros.
Nikki de Irvine Welsh, com aquele cabelo bonito,
boca sexy e bunda redonda. Eu sou louco por ela.
E eu dizia à ela: aqui é festa, amor.
E ela me dizia: covarde.
E eu dizia: gostosa.
e ela: covarde.
Por fim eu me apaixonei devassamente.
Se ela estivesse ao meu lado, depois do amor e do sexo,
talvez me cobrasse alguma coisa.
Eu não teria como pagar! Compraria pães.
Por tantas sopas que pudessem haver.
- Por que justo eu?
- Porque eu gosto de homens feios.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Mulher do inferno, companhia divina.
E eu vinha perdendo companhias, estava entre Kerouac, Bukowski, André Santanna, Caio F Abreu, mas quem estava vivo estava longe. Enfim, ela me disse que não queria barba, nem bigode, que achava ruim, eu disse pra se foder e trocasse de homem, fosse dar pra um viado. Reclamava de eu estar acordado há quase 48 horas com a minha sonolência ébria e febril. E eu mandava se foder novamente. Porque você pode ter duas coisas na vida: briga e sexo. E confesso que quando juntava as duas coisas a fodia com mais intensidade, mas também, tanto fazia, se eu não a comesse bem numa noite, durante o dia ela procurava alguém pra dar, se resolvia, fingia que me enganava, chegava mais relaxada e não me enchia o saco, eu queria encontrar o cara que a come, ah, como queria, pra dar um abraço bem forte e dizer que ele faz meus dias mais felizes, quando a leva pra longe.
Sentava no computador, não saía nada que prestasse, era um martírio com meus pulmões, a cabeça dolorida da ressaca, o dia seguinte era sempre impregnante, era como meus cigarros, há muito, cigarros, conhaque e cerveja deixaram de ser companhia, pra se tornarem inimigos, toda vez que se faziam presentes era pra me denunciar: mau cheiro, danos aos pulmões e fraqueza, ah, como o álcool sabia me dominar, era sempre assim, entre o bem e o mal, você escolhe o meio termo, fecha a cara, fica mal humorado, manda a vida à merda, a mulher se foder e ela usa o termo crítico, literal sai às oito da manhã e volta seis horas da tarde, mais sorridente que hiena, abre a bolsa, me dá um novo livro, dessa vez foi um Whitman, tenho uma nova companhia.
Sentava no computador, não saía nada que prestasse, era um martírio com meus pulmões, a cabeça dolorida da ressaca, o dia seguinte era sempre impregnante, era como meus cigarros, há muito, cigarros, conhaque e cerveja deixaram de ser companhia, pra se tornarem inimigos, toda vez que se faziam presentes era pra me denunciar: mau cheiro, danos aos pulmões e fraqueza, ah, como o álcool sabia me dominar, era sempre assim, entre o bem e o mal, você escolhe o meio termo, fecha a cara, fica mal humorado, manda a vida à merda, a mulher se foder e ela usa o termo crítico, literal sai às oito da manhã e volta seis horas da tarde, mais sorridente que hiena, abre a bolsa, me dá um novo livro, dessa vez foi um Whitman, tenho uma nova companhia.
Louco, Louco, Louco.
Não quero que você esteja disposta a me levar nos corredores da tua alma, não quero que seja ensejo em uma peça qualquer. Você abre os horizontes, tira o tempo nublado, você ergue o sol, você o põe, o céu vermelho, é nítida a sensação sonar do coração gritando pela vida.
Quero que de repente faça sentido, porque pra mim, ler isso, te transforma numa imagem natural diante dos meus pensamentos.
Você é linda, cativante, apaixonante e amorável, de todas as coisas me sobra só um sentimento, aquele inexplicável, que faz o coração tingir o corpo de vermelho e verde, a fim de paixão e esperança.
Mas essa vida tem me posto à prova, tudo tão louco, tão senil, tão amplo, que a vida tem andado paralela aos corredores de um hospital psiquiátrico. Louco, louco, louco...
Quero que de repente faça sentido, porque pra mim, ler isso, te transforma numa imagem natural diante dos meus pensamentos.
Você é linda, cativante, apaixonante e amorável, de todas as coisas me sobra só um sentimento, aquele inexplicável, que faz o coração tingir o corpo de vermelho e verde, a fim de paixão e esperança.
Mas essa vida tem me posto à prova, tudo tão louco, tão senil, tão amplo, que a vida tem andado paralela aos corredores de um hospital psiquiátrico. Louco, louco, louco...
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Caos!
Duas coisas homeopatas e indizíveis à beira da loucura. Você quer um projeto mental de respeito, mas aí vem o CAOS, o caos é protuberante, como sua barriga cheia de cerveja, que transpassa o limite do cinto de suas calças, sua barriga cobre seu pau, o CAOS cobre sua vida.
O CAOS te tele-transporta, vezenquando é bom pra que aprenda a pensar com mais carinho, mais distúrbio, uma mulher te acompanha o fim-de-semana, mas não te agrada. Cerveja está no limite, entre crer e sonhar beba bastante pra que creia, o álcool não te faz maior ou menor, mas te faz mais homem e verdadeiro. Digo: se fores do ápice ao pé da montanha em questão de horas, está certo, se manter no alto é perigoso, a queda pode ser dolorida. Um homem que bebe demais e ama todo mundo é tão mentiroso quanto Karl Marx. E se Nietszche diz que abençoados são os esquecidos, taí mais um motivo, encha a cara e se divirta com sua amnésia no dia seguinte. E como num acesso divino, pegue suas coisas, venda e me siga, eu segui Kerouac de fato é um profeta. Menos polvoroso e mais aceitável.
Vá do norte ao sul, caminhe sob condições ébrias, mantenha-se em pé, durma duas horas por dia, lute contra moinhos-de-vento, pegue mulheres, trepe em pé, sempre em pé, deitado estará vulnerável, não se esqueça do conhaque, alguma amizade às vezes, uma boa leitura, Boccaccio, por exemplo. Esteja sempre apto às soluções, arrume uma boa desculpa pro erro, não saia por baixo, desminta se te pegarem no flagra, jogue a culpa em alguém, faça do seu CAOS um reflexo do alheio.
O CAOS te tele-transporta, vezenquando é bom pra que aprenda a pensar com mais carinho, mais distúrbio, uma mulher te acompanha o fim-de-semana, mas não te agrada. Cerveja está no limite, entre crer e sonhar beba bastante pra que creia, o álcool não te faz maior ou menor, mas te faz mais homem e verdadeiro. Digo: se fores do ápice ao pé da montanha em questão de horas, está certo, se manter no alto é perigoso, a queda pode ser dolorida. Um homem que bebe demais e ama todo mundo é tão mentiroso quanto Karl Marx. E se Nietszche diz que abençoados são os esquecidos, taí mais um motivo, encha a cara e se divirta com sua amnésia no dia seguinte. E como num acesso divino, pegue suas coisas, venda e me siga, eu segui Kerouac de fato é um profeta. Menos polvoroso e mais aceitável.
Vá do norte ao sul, caminhe sob condições ébrias, mantenha-se em pé, durma duas horas por dia, lute contra moinhos-de-vento, pegue mulheres, trepe em pé, sempre em pé, deitado estará vulnerável, não se esqueça do conhaque, alguma amizade às vezes, uma boa leitura, Boccaccio, por exemplo. Esteja sempre apto às soluções, arrume uma boa desculpa pro erro, não saia por baixo, desminta se te pegarem no flagra, jogue a culpa em alguém, faça do seu CAOS um reflexo do alheio.
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