- Estou num hotel, vem pra cá?
- Vou só me arrumar e quando chegar aí, te ligo pra avisar que cheguei, Téo!
Enquanto não chegava, jurava que a vida passava devagarinho, eu mal via a hora de encontrar aquele encanto todo e tê-la em minha boca. Beijar os mais brancos pardos lances de seu corpo, senti-la prestes a por na sua o meu corpo, querer lançá-la ao desejo súbito de trepar desvairadamente.
Tomei alguns goles de vinho, pedi uns copos de run, pedi dois tragos de gin, fumei uns 2 maços de cigarros, era extremamente angustiante a minha espera, doía até em quem via, mas ninguem veria. Não era hora de alguem me ver, com os olhos pesados, um corpo destruído, uma vontade tardia de me recuperar da vida que havia levado, eu amava uma outra, eu amava um amor que não havia sentido antes, tinha minhas limitações, tinha pernas curtas, mentira tanto pra outras que eu já havia virado uma mentira, daí amei de verdade e nada disso impediu que eu pulasse e pulei, mas aí havia a necessidade física, precisaria comer alguem.
Até que o amor ligou:
- Téo, aonde você está?
- Estou comprando tênis!
- Demoras o dia inteiro pra comprar um tênis?
- Ainda há tempo, depois nos falamos, preciso desligar! – E desliguei.
Ela tinha voz linda, um sotaque incrível, eu adorava quando ela me dizia cantando as histórias que ninguem contaria com tanto sigilo ao pé do meu ouvido.
- Téo, cheguei, me busca na porta do hotel? – desci e busquei, ela me deu um beijo no rosto, com carinho, era uma boca rosada, tinha olhos claros, cabelos ruivos, corpo sexy, peitos redondos, tatuagem ao pé da barriga, um nariz desenhado como que quem o tivesse feito tivera muito cuidado em fazê-lo direito.
- Esse quarto é tão pequeno, Téo, como você consegue ficar sempre aqui?
- Não preciso de muito espaço pra fazer sexo, moça.
- Téo, antigamente você era mais amoroso, mais simpático.
- Jura?
- Sim, o que há contigo?
- Nada, cara. Eu sabia que tinha perdido alguma de minhas mentiras, mas não sabia qual, ainda bem que você é inteligente o suficiente pra descobrir. Sou grato.
E como prova de gratidão dei-te muito sexo aquele dia, a fiz estremecer tanto sentada em mim, na minha boca, que creio que aquela paixão que a fez tomar 8 chopes pra poder dizer em um outro encontro qualquer:
- Téo, deixo meu orgulho de lado e assumo que te gosto.
Daí, paguei o hotel, fomos embora, deixei-a na estação do trem, foi embora pra casa, fui embora pra minha, quando cheguei ela já havia entrado em contato com o amor e dissera pro amor que ficamos, e a vida não foi mais a mesma. Não havia matos com gosto de framboesa, traí meu amor, traí o amor, não houve mais perdão, não fiquei mais com a ruiva de olhos claros, não amei outra senão aquela que tanto tento desdizer, mas encontrarás em todas as linhas do que escrevo. Não tenho mais chance, mas sempre nos falamos e sempre dizem:
- Téo, você já foi mais amoroso, mais simpático.
Talvez desaprendi a mentir.
6 comentários:
Tenho uma dúvida.
Era o esperado.
..e eu tenho dezena de centenas de milhares de duvidas...sérá que nossas duvidas são as mesmas duvidas??
kkkkkkkkkkk
O pior é quando se tem uma certeza.
FATO.
/\
|| Não, não foi algo engraçado, mas quando rimos de tudo pode ser desespero, né?!
"Serei sua durante uma noite e estarei curada da doença que estou sentido de você. E depois? Depois seguirei minha vida, voltarei aos braços daqueles que mentem que me amam, pq todos precisam de mentiras e um mundo de fantasias para viver..."
Como sempre... muito, muito bom.
Postar um comentário