quinta-feira, 23 de abril de 2009

Cof, cof.

Era um purgueiro de primeira, havia uma, duas ou três moscas circulando pelo quarto, extremamente fedido, não havia frigobar, se quisesse pedir uma cerveja pra tomar eles cobravam o dobro, porque era incluso o frete pra ir buscar a cerveja no bar da esquina e levá-la ao quarto.
Tirei um maço de cigarros, havia dois ou três cigarros, meus pulmões faziam cara feia e me atacavam só de pensar em acendê-los, tranquei a porta do quarto, acendi um cigarro, dei um trago, foi tudo perfeito, pedi uma cerveja, dei o segundo trago foi mais perfeito ainda, toc, toc, a cerveja chega, ouço o tilintar do anel no alumínio e bebo um gole, fumo novamente, no ultimo trago tenho um ataque pulmonar, parece-me o King Kong assolando a porra da natureza que são meus pulmões, e tossia, perdia o ar, tranquei a porta, pus o travesseiro sobre a cara pra que ninguem ouvisse aquele terrível incidente, e tossia mais, meus pulmões sangravam, a cama ficou toda ensangüentada, lembrei dos filmes de Zé do Caixão, quase que me verti sangue, quase que tornara-me sangue, até que parou tudo e consegui terminar de beber minha cerveja, quis passear um pouco. Desci ao bar que tinha no subsolo do hotel, havia algumas putas, alguns negros, alguns bêbados, alguns cafetões, como diria Bukowski: Meus mestres estavam todos lá.

- Oi, você não é o Téo?
- Sim, sou!
- Téo, sou sua fã!
- De onde me conhece, guria?
- Uma amiga tem um livro duma edição que você lançou na vergueiro!
- E gosta daquilo?
- Eu adoro, Téo. Sou apaixonada pelo que escreves. Quer uma trepada como aquelas que você descreve de graça?

Eu não estava muito a fim, mas coisas grátis que lhe dão prazer, jamais deverão ser dispensadas.
Enquanto subíamos pro quarto, eu passava mão pelo “dorso” da vagabunda, tinha uma bunda tão redonda e gostosa, eu mal via a hora de enfiar todo meu pau dentro dela. Chegamos no quarto, ela tirou a roupa, enfiou a mão por dentro da minha calça, eu respirava muito mal, meus pulmões estavam extremamente ridicularizados, começou a me chupar, tive um ataque de tosse, tossia demais, sangrava muito, ela ficou com medo, desmaiei, não sabia o que acontecia, preferi não saber, não morri, mas não melhorei, quando acordei ela estava ao meu lado, chorando, como se fosse apaixonada por mim, como se quisesse passar minha doença pra ela!

- O que você ainda faz aqui?
- Téo, estava contigo pra cuidar de você!
- Eu não pedi pra você cuidar de mim, puta do caralho. Sai fora.

Ela foi embora, fechou a porta do quarto chorando, parecia que me amava, não era mais paixão, era amor. Recolhi minhas coisas, fui embora pra outro lugar, havia uns 426 reais na minha carteira, dava pra viver por uma semana ainda.

8 comentários:

Lucy disse...

esse é o velho Téo q eu conheço..Parabéns!!! mas naum gosto q sangre, naum gosto do cof cof, keria apenas ver o Téo "fodedor" e assim seria completamente feliz...=/

Anônimo disse...

que lamentável... odiei.. e tu sabes pq. Esse não é o Meu Téo. Só eu conheço de verdade o Meu Téo.

beijos da sua menina.

Anônimo disse...

é por isso que vc nao o reconhece mais menina, porque ele já não pode ser mais o Seu Téo...

Agora ele é o MEU TÉO! :)

E apesar de nao gostar de ouvir dos pulmões que sangram, adoro sempre o que escreve! sempre!

beijos benhêeeeeeeeeeee

sua borboleta

Anônimo disse...

Por isso ele é um puto.

Todas ficam o desejando, mas ele mesmo não diz qual ele quer.

Téo, já que é tão bom, diz aqui quem realmente quer.

Moreninha disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

A mulherada se matando, vai ser gostoso assim la em casa hein?! hahaha

Mas, esse também não é o Téo que eu conheci, o Téo que eu conheci não mandaria a garota embora dessa forma (ainda que sentisse vontade), o Téo é bem menos imbecil que esse Téo descrito no texto,eu jamais teria admiração por um Téo tão bossal...

Agora, o Téo "FODEDOR" como descreveu a Lucy, esse eu adoro ler e é bem mais parecido com o Téo que eu conheci.

Anônimo disse...

é, muito legal ler tudo isso, Téo... fique com suas borboletas.

Cansei!

Pati* disse...

Ótima representação espacial, adoro a crueza das descriçãoes que vc faz, o ambiente exerce total influencia e é essencial na construção da narrativa.
Quem disse que as putas tbm não amam? Sexo e amor sobrepõem-se ao profissionalismo.. Mas tanto o desejo puramente fisico quanto o envolvimento contemplativo da mulher ficam sem resposta, a reação orgância construída ao longo do texto traz o desfecho inesperado que por isso mesmo causa estranheza no leitor.
Boa Noite!

Juliana disse...

Só pra dizer que na leitura, o que menos me importava era saber quem era o Téo....mas se havia verossimilhança nisso...