Ficara até altas horas com drogas no bolso, com álcool na mente, com marolas na narina, com ela no coração. Havia máquinas de jogos em que nunca apostara, mas sempre havia esperança de ganhar. Tinha um tênis branco, usava-o com calças-sociais escuras, havia uma camiseta do radiohead, uma do velvet underground, uma do pearl Jam, uma do the doors, uma preta, outra verde e outra azul; das quais nunca se separava já havia alguns anos. A barba estava grande, cara, e era ruiva. Tocava um contra-baixo que soava só, a banda era paradoxo; acreditara que os satélites mandariam seu som pra marte e de lá, alguém captaria e botaria no que faltava em alguma banda pra completar.
Tirou um livro de bolso que não cabia no bolso; queria escrever algo àquela que faltara, sentira saudades, mentira tanto antes; que tudo agora era verdade e enfim; no anverso da capa escreveu: Faça o que quiser de mim, me bote pra servir-te, espere que eu chego já, eu não vou chegar. Estou exausto, me ajude a ler este livro? Vejo que não peso mais, não tenho massa, minha alma está mais pesada que meus músculos maltratados. Veja, meu bem. Não há nada que se aproveite em mim, mas me leia esse livro? Prometo que cada vez que falar de amor eu abro os olhos pra te olhar, toda vez que falar de ódio eu os fecho pra me olhar, toda vez que falar de mentira eu prometo abrir minha boca, toda vez que falar de virtudes eu prometo sorrir pra ti - ao sentir que são todas suas. Toda vez que leres a palavra "paixão" prometo sorrir e ao final, quando o rapaz ficar só ou morrer, prometo, mas prometo do fundo do coração que deixo você ir.
6 comentários:
uau, tocou na alma o.o
nossa, que bom, muito tocante mesmo! :D
own.
Saudade dói, Cabeça.
♥
Cara,que lindo!
beijao,
Ana
Caracas... to pasma.. to sem saber o que dizer... desceu uma lagrima!
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