sábado, 21 de janeiro de 2012

Bar, mulher e saudade.

Estávamos os três na mesa do bar. Algumas garrafas de cerveja no canto da parede, aquilo, já era tudo que havíamos tomado, mais conhaque, mais pinga com mel, mais rock’n’roll e uma dúzia de mulheres vazias, como nós. Estávamos bêbados e discutíamos sobre futebol. Não éramos os mais bonitos do bar, muito menos os mais amáveis, mas tinha algo na gente, que ninguém tinha, eu não sei ainda, mas um dia eu descubro.
Karen chega e nos cumprimenta com beijo no rosto, a mim, é mais receptiva, senta no meu colo e me diz ao pé do ouvido: essa noite posso ser tudo que você quiser.
Levanto, a pego pelo cabelo, e dou um beijo quente em sua boca. Ela sorri, diz que vai sofrer, com cara de safada, querendo sofrer e no meio do bar, coloca a mão por dentro da minha calça, pega no meu pau e ainda dizendo ao pé do meu ouvido: quero brincar com ele hoje. E fomos pra minha casa. Tirou um pouco de cocaína do bolso, cheirou. Eu não quis, não era algo que podia arriscar mais. Disse que com a cocaína ficaria mais elétrica, meteria ainda mais, eu já sabia, não era a primeira vez, mas com ela, tudo parecia primeira vez. Ela me dava calafrios. Era uma mulher de um porte intelectual sem medidas, conhecia de tudo, fazia de tudo, era artista plástica, cantava, dançava, rebolava, como nenhuma outra. Eu era apaixonado por aquela mulher. Mas não sabíamos disso, porque tudo que nos apetecia era sexo e não carinho.
Olhei em teus olhos, segurei seus cabelos, joguei-a na cama, arranquei sua roupa, chupei seus peitos, sua boceta, eu enfiei meu pau o mais fundo que podia e gozei dentro dela. Eu queria aquela mulher, eu tive, gozamos como nunca... Acendi um cigarro, ela cheirou outra carreira de cocaína e então, pedi pra ir embora, já era hora. Rasgou meu ‘mulheres’ do Bukowski, ficou emputecida porque pedi pra ir embora, a puxei pelos cabelos joguei na rua e mandei, implorei, pedi, rastejei pra que nunca mais aparecesse. E nunca mais apareceu. Às vezes o álcool não supre a falta de uma boa mulher, nem amigos feios, nem rock’n’roll, nem pinga com mel ou muito menos o conhaque. Claro que não. O álcool não supre os problemas, mas os incomoda. Nos faz preteri-los em detrimento da dor.
Hoje acordei com febre, chamei teu nome três vezes, pedi pra que alguém a ajudasse, Karen. Meus olhos não funcionam mais tão bem e meus ouvidos não te ouviriam se você quisesse pedir pra eu te comer de novo. Meu pulmão continua sangrando, minha tosse é insuportável. Escute: cuide-se. Pare com a droga, arrumAe um homem que não vá te bater por causa de um livro, mas que te ame tanto quanto aquele que o fez. Perdoa-me, baby... Se eu pudesse escolher viver novamente, sob o efeito do Eterno Retorno, eu viveria. Você me foi um prazer.. Toca agora a musica de Gardel, que tanto gostávamos: Cuantas veces embozada, una lagrima assomada, yo no pude contener.

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