terça-feira, 22 de março de 2011

Viscoso, sóbrio e sem graça.

Isso talvez seja um poema.
O primeiro que escrevo sóbrio.
Talvez você não saiba a realidade dele,
porque o poema é um poema,
e viver sem a bebida não é poema.
Não tem copo onde encontrar a dor,
não que toda poesia tenha que ter dor,
não que toda poesia tenha que ter verdade,
não que toda poesia tenha que ser ambígua,
isso tudo reserva-se somente às boas.
Não que toda bebida tenha que
ser despejada em cima das palavras.
Mas não há como molha-las;
não há como hesita-las,
risca-las com um lápis,
sem que haja um novo pensamento melhor por cima.
Não há como ter um pensamento melhor por cima,
sem que haja um conhaque ou um vinho.
Por isso, agora, isso NÃO é um poema.
Porque eu não acredito.
Porque não tem álcool.
Porque não existo sóbrio.

3 comentários:

Kattyllene Fernandes disse...

é ver você sobrio e escrevendo seria algo fascinante...mais sei que suas idéias mais ousadas vem em momentos que está envolto em fumaça e fedendo a cachaça...kkkk

Laisa disse...

Preciso ler mais seu blog!
Fantástico!

Anônimo disse...

a vida sem álcool se torna monótona e insuportável. mas depois, na volta do bar, sempre se necessita de alguém que goste do sem graça, pra que nos ature no domingo. beijos. ;)