O azar não é tão mau quanto pintam, às vezes uma desventura pode caber muito bem na danação da vida. E você pode passar anos lutando contra uma condição ou pretendendo lhe dar objetivos, mas à condição sobra a dor, porque é assim que tem que ser. Entre amar e odiar, o meio termo! Você vai vivendo, percorrendo caminhos, abrindo estradas vicinais, bebendo, trepando, amanhecer num sol escaldante, ter a dor de cabeça da sua ressaca, depois de uma noite trepante com uma mulher que pra você tanto faz se ficaria viva ou morta depois da bebedeira, chama seu amigo, Shakespeare, que mais parecem dois cafetões no inferno enquanto a mesma mulher beija os dois, pica alheia, gosto de porra, gente chata, esquisita, o diabo circulando, cerveja, cigarros e você ainda reclama da vida!
Olho pela janela, as pessoas sobem e descem, todas com seus segredos, o que guardam? Andando no metrô, gente feia pra caralho, na cidade de São Paulo você encontra gente de todo tipo, mas e você, que tipo de gente é? Tenho pensado no fato de ter parado de ter idéias, a mim, sobra quase uma amplidão de existencialismo, o termo fatídico do bom ou mau de Nietzsche, a Paz Perpétua de Kant se corrói aqui, aqui não há paz, não há termos, as três leis são obscuras, na cidade em que eu me crio, na cidade em que crio, a lei é só uma: leges sexum... Não posso observar teus olhos, mas eles estão aberto, caso sim, desista de vez, a vida não é mais lá estas coisas. É, retiro tudo que disse anteriormente.
3 comentários:
Você é maavilhoso em tudo que escreve, Téo...
E não é que dessa vez o Bukowski arranjou uma companhia inusitada? E nem tô falando da mulher sem identidade que me fez levantar mil-e-uma suposições antes de perceber sua desimportância, mas do Shakespeare, inesperada parceria, eu diria, que parece que deu certo no papel de "cafetões do inferno" protagonizando uma torpe partilha.
As pessoas guardam segredos e se resguardam, caminham trazendo às costas o peso de suas dores, vontades e até mesmo dos seus sonhos... e fazem isso para que não sejam eles próprios os carregados, por essa mesma torrente!
Eu estranharia mais se não reclamasse da vida, não tem jeito, esse é o seu jeito (ou a falta dele) que ainda vai te fazer penar muito vida afora. E sabe o que parece? Que mesmo com tanta farra, com tanto alcool e tanto sexo, mesmo seguindo a "leges sexum" que dita a vivência nessa terra distante, o saldo é sempre o mesmo, é o vazio, o retorno eterno de quem não sabe pra onde vai no início, no fim e muito menos nesse meio-termo.
Beijo, P.
Fantástico! Muito bom mesmo Téo. Vou continuar pegando teus livros emprestados hahaha Tá fodido.
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