segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A arte que perturba, presta. A outra é de deus.

Com o pensamento um pouco alem da imaginação, saber da inteligência nos causa arrepios, mas até onde a inteligência está proporcionalmente ligada ao nosso convívio? Muito raramente encontra-se gente inteligente, inteligência é amplidão, e se você é inteligente somente nas coisas que te agradam, reprima-se, eis o erro. Para ser inteligente é necessário um prazer constante nas coisas que, inclusive, pouco te satisfazem, ser inteligente nas coisas que te satisfazem está absurdamente ligado à sua preguiça e comodidade. Estou inteiramente convencido de que inteligência passa longe de mim, se nem por mais nem menos, me faz gosto a matemática. Se nem conta de porcentagem, muito menos dois números na chave pra uma divisão, faço conta, não sou inteligente.
E à arte, o que dedicas? A arte que te inibe, a arte que te perturba ou a arte que te santifica e te faz idiotamente impressionado como um Da Vinci ou Botticelli? – Que por sinal são uma porcaria, a arte boa é aquela que te impressiona, que te perturba, arte que santifica é de deus, a outra, é humana. E a deus o que é de deus, aos homens o que é dos homens, portanto, que o Renascença vá ao paraíso enquanto nós vamos ficando aqui, no inferno, com o genial Modigliani. E o Picasso rodando com um espeto no rabo e uma maçã na boca, pra ter o final que merece, por ser um porco sem nenhuma utilidade. Você tem que se impressionar com a arte, a arte precisa te provocar, não há arte sem provocação, não há beleza na arte sem provocação, não há beleza que extravase os olhos se não provocar, à arte que não sabe provocar, sobra indolência, e isso, deixamos aos crus, que não buscam a inteligência, mas a comodidade. E é pra nós, perturbados, que sobra o álcool, pra suavizar essa presença infernal da boa arte na nossa vida, aos deuses o que é deles, a nós o que perturba, a arte não santifica, a arte enlouquece.

Nenhum comentário: