segunda-feira, 4 de maio de 2009

Conhaque, puta e briga.

Caralho, eu não via sol, nem estrelas, eu não via céu, cara. Era estranho como as pessoas me olhavam, meus olhos estavam fundos, meus supercílios cortados, de fato não eram supercílios, porque no primeiro murro que tomaram já rasgaram. Fui caminhando embora, com o rosto sangrando, havia brigado no bar, mas sei que foi pior pra ele, sim, o cara que me desafiou, foi bem pior pra ele, saiu com nariz quebrado, garrafada na cabeça, sem um puto no bolso e eu caminhava com sua mulher pra minha casa.
- Hei, o que você quer?
- Não quero nada, rapaz. Só achei sua mulher bonita, não estou a assediando, assediaria se estivesse só, respeito, mas não aceito que ela ande com um babaca imensurável como você! – ele me deu o primeiro murro, eu não tava preparado, quando levantei sugeri:
- Vamos fazer algum desafio?
- Para apostar o que, palhaço?
- Apostar sua mulher, rapaz. – e dei um murro no canto direito da boca dele e quebrei a garrafa que estava na mão bem próximo a nuca do idiota. Não poderia deixar passar em branco; eu dava o mundo por brigas, diria então por vingança.
Ele levantou-se, disse algumas palavras que não ouvi direito, mas continuou:
- Conhaque, vamos ver quem aguenta mais uma garrafa, sem tirá-la da boca, quem abaixá-la primeiro, ficará com a mulher.
Ele era tão burro, cara. Que não quis saber do que EU poderia oferecer, eu simplesmente sairia ganhando com ou sem a vagabunda da mulher dele.
- Fechado, desce duas garrafas de DOMEQ, Ramon.
Ramon desceu as duas garrafas de domeq, fomos à competição, eu estava encharcado de conhaque, bebera desde manhã, já era noite ou começo dela, mas eu era herói, meus amigos ficavam impressionados pelo quanto eu bebia, o quanto eu tinha de disposição renal, meu fígado me chamava de garçom de tão servil que eu era a ele. O corno continuava bem, mas eu sabia desde o começo que não teria pra ele, terminei a minha garrafa e ele continuou tomando a dele, ainda havia três quartos da garrafa, bem logo desistiu, mas sem perder a oportunidade de dar uma garrafada na minha cara, bem nos meus olhos, rasgou o supercílio, começou a sangrar, a garrafa não quebrou, peguei logo o conhaque de dentro, joguei nos meus olhos, ardeu pra caralho, mas diziam ajudar no sangramento. Depois tomei todo o resto da garrafa.
Fui pra casa com a mulher dele, que não quisera saber o nome, era graciosa, uma morena alta, cabelo liso, um quadril que ninguem botara defeito, não sei porque frequentava o bar do Ramon, deveria ser puta, mas era uma puta muito charmosa, eu seria capaz de namorá-la!
- Benzinho, chegamos em casa, abra a porta pra mim? A chave está aqui no bolso.
Ela abriu a porta, entramos, pegamos um copo de uísque pra cada, deitei na minha cama, tirei meus sapatos e dormi. Ela permaneceu acordada até cedo, quando acordei, logo perguntei:
- Não dormiu, benzinho?
- Não consigo dormir na casa dos outros logo no primeiro dia, só a partir do segundo.
- Ok, vou ver se arrumo algum trabalho pra fazer, minha bebida acabou, o dinheiro tambem, espero poder te ver mais tarde.
A deixei em casa, sem comida, sem bebida, sem nada, havia a casa pra limpar, algumas roupas por lavar e passar. Ficamos por mais uma semana juntos, não trepamos em nenhuma noite, brinde fácil traz prazer fácil, os homens de todo o mundo não deveriam apostar as mulheres. Elas ficam tão chatas quando troféus! Na próxima escolherei um desafio mais difícil!

5 comentários:

Anônimo disse...

Realmente não entendi a moral do conto... aliais, eu até entendi duas coisas diferente, espero que ao menos uma delas seja só coisa da minha cabeça de fato!


PolianaP.S: parece que vc ganhou a aposta, não demorou muito pra que eu voltasse aqui

Anônimo disse...
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Éter Na Mente disse...

Fala ai maninho.
Cara, tu tá escrevendo cada dia melhor.
Estou louco pra ler o livro. Manda por e-mail.
Abração.

Moreninha disse...

Adoro finais inesperados.
Por segundos jurei que o ganhador iria foder o premio.

Achei fantástico.

Anônimo disse...

Não li todos os contos, mas li o que escreveram de você, e posso dizer que todos estão errados. o Téo que eu conheço são muitos em um só e amo ainda todos eles, o fodedor, o carinhoso, o apaixonado, o inseguro, o amante, o amigo, enfim o Téo que um dia foi meu e que agora faz parte daquilo que deixo guardado e nunca esqueço, saudades de vc, meu amor também sente sua falta. Te amo...
Ariadne