segunda-feira, 13 de junho de 2011

Amor é afronte.

Talvez você não precise entender nada, porque na verdade, a busca pela resposta é sempre mais dolorida. A ilusão da busca, meu bem, ou das crenças de poemas de amor, faz com que você acabe acreditando em qualquer caráter e não são todos que estão dispostos a lhe ajudar com a dor da esperança ilusória, eu sou um deles.
Vista seus sapatos, primeiro calce as meias, há de ter bolhas caso não vista, entenda que você fica frágil demais nestas situações e isso pode ser perigoso. Calce duas, não dê sorte ao azar.
Entenda, por vez, que é necessário pensar, não deixo o amor ser afronte à sua inteligência, o amor é um afronte à inteligência de todos, olhe ao seu redor, que usa a porra do cérebro quando ama? Pense que não, há tantos paus imaculando por aí, há tantos filhos surgindo de amores bizarros, e quem pensa em ter filhos quando se usa o cérebro, quando sabemos que não há divindade lá, quando forem depositar seus restos mortais?
Talvez você só precise entender que os poemas de amor são escritos na ilusão. Por isso não têm valia. Ou você escreve pela loucura ou pela esperança. A ilusão é só uma forma de chegar mais perto do divino. E não há divindidade lá; onde você deposita seus restos mortais.

2 comentários:

Aline Stéfanie disse...

Talvez voce so precise entender que temos liberdade sobre as coisas. A vida nao e um jogo de perguntas e respostas, nem de sentimentos dados e sentimentos recebidos (se e que sentimento pode ser visto como uma moeda cambiavel). O fato e que somos livres pra ver tudo como quisermos. Se quisermos acreditar que o amor e uma ilusao, assim ele sera. Existe entre nos e o mundo algo. Mas esse algo nao e apenas uma ponte, porque uma ponte serve apenas para ligar um lugar ao outro. E nem nos nem o mundo somos resumidos a lugares. Entre nos e o mundo existe um caleidoscopio de sentimentos e ideias e o que fazemos todo o tempo e gira-lo na extensao do tempo. (Cumprindo com a minha palavra, aqui estou!)

"Toda a sua liberdade acabava de retroceder sobre ele.
Pensou: «Não, não é cara ou coroa. O que quer que aconteça, é através de mim que há‑de acontecer.»
Ainda que se deixasse levar, desamparado, desesperado, mesmo que se deixasse transportar como um saco de carvão, tinha escolhido a sua perdição.
Era livre, livre, para tudo, com liberdade de ser um animal ou uma máquina, de aceitar, de recusar, de hesitar, casar, desaparecer, de se arrastar durante anos com aquela cadeia aos pés.
Podia fazer o que quisesse, ninguém tinha o direito de aconselhá‑lo.
Só havia para ele Bem e Mal se os inventasse.
Em volta dele as coisas tinham‑se agrupado, esperavam sem um sinal, sem a menor sugestão. Estava só no meio de um silêncio monstruoso, só e livre, sem auxílio nem desculpa, condenado a decidir‑se sem
apelo possível, condenado à liberdade para sempre."

(Sartre - A Idade da Razao)

Laisa disse...

Que post fantastico, Teo!