essa noite tive um sonho,
e não foi um sonho qualquer.
eu era um gato,
que lambia meu rabo por muito tempo,
e dormia por muito tempo.
e vc havia me deixado,
a vizinha me dava comida de gato,
como é ruim comida de gato.
não me lembro de gostar de Wagner,
ela colocava uma música tão chata do apartamento dela,
era engraçado que agora eu ouvia com mais nitidez.
eu odiava ser um gato,
vc sabe que eu jamais gostei de gatos,
não gosto de bichos, cacete.
Por que vc me deixou quando eu mais precisei de você?
E você não voltava,
passava dias a fio,
e me lembro que a única coisa que me identificava enquanto ser humano,
era odiar leite.
eu era um gato que odiava leite.
E a minha barba de gato, fazia cócegas no meu rabo.
Porra, você foi embora e não era o meu rabo que eu queria lamber.
Eu tava doido pra ouvir Dvorak, eu era um gato romântico, cara.
Mas quando eu pedia Dvorak, surgia um miau desconsertante.
Tinha pêlos vermelhos, mas não era um ruivo ativo, era talvez adicto.
E você havia saído pela porta da frente, era o que me contara a vizinha;
Ela pensava que eu era só um gato e ficava me contando da vida imunda,
sua e dela.
E você não voltou, por meses ela reclamou que você não pagou os aluguéis que devia.
E quando eu cagava fora da caixinha, ela me xingava e te xingava,
que você deixou pra trás, alem de dívida, um gato filho-da-puta.
E eu fiquei velho, barrigudo e cri-cri...
Ela não me dava mais comida de gato,
e nem pensava em você como devedora.
Aí não precisava mais de você!
Ela dividia o almoço e às vezes eu tomava a cerveja que ela deixava no chão.
Já bêbada, ia dormir e eu lambia o rabo dela.
aí você me acordou, com um beijo de bom dia. E eu te odiei pro resto da vida.
Alguém há de dizer que são palavras fortes, mas tamanha é a força do texto de Téo e do seu grito, que não haveria como dizer deles, se não fosse com força. Se você é capaz de enxergar a ternura encoberta pelo mito do forte que tem medo de que percebam sua doçura, então é capaz de amar este blog. por Ana da Cruz.
terça-feira, 28 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Amor é afronte.
Talvez você não precise entender nada, porque na verdade, a busca pela resposta é sempre mais dolorida. A ilusão da busca, meu bem, ou das crenças de poemas de amor, faz com que você acabe acreditando em qualquer caráter e não são todos que estão dispostos a lhe ajudar com a dor da esperança ilusória, eu sou um deles.
Vista seus sapatos, primeiro calce as meias, há de ter bolhas caso não vista, entenda que você fica frágil demais nestas situações e isso pode ser perigoso. Calce duas, não dê sorte ao azar.
Entenda, por vez, que é necessário pensar, não deixo o amor ser afronte à sua inteligência, o amor é um afronte à inteligência de todos, olhe ao seu redor, que usa a porra do cérebro quando ama? Pense que não, há tantos paus imaculando por aí, há tantos filhos surgindo de amores bizarros, e quem pensa em ter filhos quando se usa o cérebro, quando sabemos que não há divindade lá, quando forem depositar seus restos mortais?
Talvez você só precise entender que os poemas de amor são escritos na ilusão. Por isso não têm valia. Ou você escreve pela loucura ou pela esperança. A ilusão é só uma forma de chegar mais perto do divino. E não há divindidade lá; onde você deposita seus restos mortais.
Vista seus sapatos, primeiro calce as meias, há de ter bolhas caso não vista, entenda que você fica frágil demais nestas situações e isso pode ser perigoso. Calce duas, não dê sorte ao azar.
Entenda, por vez, que é necessário pensar, não deixo o amor ser afronte à sua inteligência, o amor é um afronte à inteligência de todos, olhe ao seu redor, que usa a porra do cérebro quando ama? Pense que não, há tantos paus imaculando por aí, há tantos filhos surgindo de amores bizarros, e quem pensa em ter filhos quando se usa o cérebro, quando sabemos que não há divindade lá, quando forem depositar seus restos mortais?
Talvez você só precise entender que os poemas de amor são escritos na ilusão. Por isso não têm valia. Ou você escreve pela loucura ou pela esperança. A ilusão é só uma forma de chegar mais perto do divino. E não há divindidade lá; onde você deposita seus restos mortais.
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