terça-feira, 27 de abril de 2010

úhhhhhhhhhhh

Odeio quem tenta explicar burrada colocando culpa no amor, no destino ou no outro. Felicidade é individual, não coletiva! Há muito eu não especulava o amor, a felicidade, a brisa, a cachaça, o cigarro e a companhia, a ultima delas é de menos importância.
Ou a gente se abre pro mundo ou ele nos arromba.
Ela tinha dois olhos da cor de jabuticaba, era um doce, uma pequena grande mulher. Falávamos de John Mayer, sexo, tequilas e... sexo? É Muito.
Eu não era muito agradável, não fazia a barba, barba ruiva e grande, tinha alguma sujeira embaixo das unhas, não ligava muito pra estética, nem pra higiene, visto que andava deturpado feito o horizonte, desde muito menino aprendi a não ser agradável ou aprendi que ser agradável era questão de mérito e não perspicácia ou unhas cortadas, barba feita, um Azzarro e água perrier.
Um dia ela me disse: quero você!
Um dia eu disse à ela: tudo bem.
Outro dia ela me disse: estou indo.
Outro dia eu disse: tudo bem.
Tinha impressão de que fodia muito bem, uma boca gostosa, um corpo bonito, algumas tatuagens, ficava pensando se me encaixaria muito ou pouco naquele corpo turvo e curvo. Foda-se o que eu imaginava.
Acabei na cerveja, pensando naquilo que havia escrito em um texto uma vez: E se a cerveja não tivesse, ao menos na gente, meu amigo, o poder de dissolver a tristeza dos problemas?

domingo, 25 de abril de 2010

...

Você tenta seguir por caminhos incorretos pra que não haja problema entre o viver, existir e sentir-se humano. Porque se é pra errar, vamos fazer a coisa certa, é preciso que se viva muito alem do limite, é preciso que suba e desça diversas vezes da sua montanha de relação ódio/amor. Quando você se cobra demais tem que se cuidar, porque pode não haver condições de fornecer o troco ou salário. Entre viver e sobreviver não tens apenas duas escolhas.
O maior problema é quando a vida se demonstra mais egoísta que você! Ah, aí você sabe que há alguém sempre pior que tua alma dilacerada, enfadonha e minimalista.
Quando você vê que a vida te rouba tudo, honestidade, sinceridade, competência, força, inteligência, sabedoria, amor, paixão, carinho e capacidade, a vida te furta tudo, só não te furta a culpa, o arrependimento e o desdém.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ज!

Isso é um pouco de amor,
Não há contra mão na estrada.
Placas que não limitam a velocidade,
Você ao meu lado, estamos a mil.
As árvores movem,
Gente pedindo carona no canteiro.
Rolando All around the world do Oasis no play.
Uma mulher das melhores, confesso.
E não há nada que limite também o âmago.
Sou tão feliz com essa subida de tom, no final, ouça.
O Lian sobe a voz, confesso que nada me deixa tão feliz
Quanto a sua presença e a felicidade da música.
Segura minha mão, ficamos em pé, deixa o carro ir.
Quanto à direção, deixa que a intuição toma conta.
Quanto a mim, você!
Quanto a você, eu.
Quanto a gente, o muito do amor.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

प्रिमिरो capíतुलों, इ daí?

Meio- dia e trinta, acabo de acordar, confesso que dormi sem escovar os dentes, tomei muito conhaque, minha boca amarga à espera do próximo, vou ao balcão, ao bar – como queira – e pego mais uma dose dupla, minha cabeça ainda roda, pela “manhã” a coisa é muito menos natural que à noite, não gosto de companhias quando acordo, eu seria capaz de cometer um crime sexual sem mesmo ter o sexo, estava à espreita, fui ao maço de Lucky strike e só havia um cigarro, acendi, normalmente, pelas manhãs os cigarros que eu fumava me deixavam tonto, esse era mais um. Sentei à mesa, uma mesa velha, com três pernas de ferro e uma de madeira, que improvisei quando caí em cima dela e quebrou semana passada, estava bêbado, pensei que fosse minha cama, a mesa já não era tão nova, se não quebrasse comigo, quebraria com um prato de comida, o próximo que eu colocasse ali em cima. Eu nunca colocava pratos de comida na mesa, lembrei que não comia há uns dois dias, nada, exatamente nada, sequer um petisco, salgado, salsicha, torresmo, qualquer coisa do boteco, não havia nada. Fui à dispensa, nada. Corri pro fogão e uma panela com uma raspa de arroz queimado, torrado, provável que havia esquecido no fogo, pela sorte da divina casa, o gás havia acabado, ou aquilo poderia ser pior.
Havia um sutiã em cima do sofá, duas calcinhas em cima da televisão, pelo que me lembro não trouxe ninguém ontem em casa, saí do bar, não me lembro pra onde fui, não exatamente, havia luzes, mas luzes havia em todos os lugares, era época de natal, aquelas merdas piscando pra todo lado, algumas vermelhas, verdes, azuis, brancas, que inferno era o natal, eu odiava ter que compartilhar a dissimulação alheia, apesar que eu era mais dissimulado que muitos, já havia conseguido comer algumas mulheres pela minha idéia sobre a fatídica vida.
Fui ao banheiro, ainda de cueca: filha-da-puta, quem fez isso com meu saco, caralho? A cueca melada de sangue, um corte artístico bem no meio do escrotal, lavei bem, porra, doía demais, parece que queriam levar minhas bolas de brinde, mas com a graça divina elas ainda estavam lá, era um corte superficial, acho que não me prejudicaria muito. Ah, eu pego quem fez isso, juro que pego. Joguei a cueca na pia, deixei de molho. Saí do banho, me sequei, havia lavado meu saco melhor que meu corpo, mas isso era praxe, talvez por isso ele tivesse mais valor pras mulheres que minha boca ou meu corpo. Coloquei as calças, minha carteira ainda lá, com os mesmos dinheiros míseros, meus documentos não, havia uma copia mal feita do RG, mas nada que pudesse durar o restante da minha vida, a não ser que tivessem me matado. Fui ao bar, cigarros, conhaque, ovos cozidos vermelhos, salsichas, torresmos, tudo dentro do mesmo saco de papel, pela manhã eu não reparava muito nas coisas ou nas pessoas: Joaquim, volto mais tarde pra acertar.