Alguém há de dizer que são palavras fortes, mas tamanha é a força do texto de Téo e do seu grito, que não haveria como dizer deles, se não fosse com força. Se você é capaz de enxergar a ternura encoberta pelo mito do forte que tem medo de que percebam sua doçura, então é capaz de amar este blog. por Ana da Cruz.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Boceta ambulante.
Havia encontrado um gênio. Oferecera-me três pedidos. E eu disse que um me bastava. Queria uma boceta ambulante, que falasse, mas que só falasse quando fosse me elogiar, porque era assim que eu queria as mulheres, queria que só falassem quando precisasse enaltecer o ego. E falar a verdade, o ego é a parte feminina de todo homem. O que nos faz sentir humanos, essa bosta é um estraga perfil. Quem dera eu mantivesse somente a minha consciência que passa 75% do tempo vivendo em 100% do período bestial e arruinado dessa vida que nada mais é que uma espera dolorida de algo melhor; a morte por ex. ou o sexo. Ou desordem. ou aposentadoria. ou paixão. Ou fábula. Ou lenda. Ou o inferno. Sentir-se humano é tão desagradável quanto ter consciência de que és urubu e és símbolo de algo escuro e muito podre. O gênio me deu a boceta, mas disse que eu precisava fazer os outros dois pedidos. Falei pra que voltasse na outra semana que eu articularia a bem-feitoria dos meus outros dois pedidos. Talvez quisesse que todo mundo fosse feliz, talvez quisesse ser famoso, talvez artista, talvez jogador de futebol, talvez músico, talvez amigo de Reinaldo Moraes e Bortolloto. Talvez dono de bar. Cervejaria. Boca de fumo. Talvez ordem. Mas quem precisa de ordem pra morrer? Nem o tempo seria a favor disso. Passei um dia inteiro passeando com a minha boceta embaixo do braço, era fervorosa e quente. Pingava o tempo todo, como era meu desejo, me excitava, e às vezes eu entrava no banheiro dos lugares e fazia sexo rapidamente, depois continuava o passeio. Tive que comprar uma bolsa, pelo tamanho da valia do produto tinha que comprar algo bom. Comprei uma bolsa cara, Louis Vitton, ela merecia. Levei a casa dos meus amigos, ela não disse nada, pegamos o ônibus e ela ficou seca. Joguei no banco ao lado e ela virou pra janela sem nem piscar pra mim. E ficamos uma semana nessa briga de casal e quando o gênio voltou eu disse: Cara, não há diferença alguma das mulheres que tive. A única é que as outras ao menos falam comigo, mas essa não. Não sou tão cretino assim, mereço um elogio às vezes, ao menos no sexo. E essa deve ter algum problema. Pode matar essa vagabunda; depois queima. E lá se foram meus outros dois pedidos e continuo na mesma merda com as mulheres. Gastando dinheiro, brigando, sem elogios e sendo taxado de marginal machista. Todas à merda. Desde que me dêem sexo.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
O problema é a demasia.
A agonia se reflete muito em mim.
e eu não sei o motivo.
talvez o fato de os gatos terem uma vida sexual mais ativa que a minha
e ainda conseguirem dormir 20 horas por dia, explique.
Talvez não.
Mas a realidade é que sob o sol não me dou muito bem
e sob a lua a vida parece demasiadamente incólume.
E não gosto de nada virgem, ileso ou salvo.
O risco que o sol me faz não é aventureiro
e a lua imaculada é tão chata quanto assistir, às onze da manhã, um filme de terror.
e eu não sei o motivo.
talvez o fato de os gatos terem uma vida sexual mais ativa que a minha
e ainda conseguirem dormir 20 horas por dia, explique.
Talvez não.
Mas a realidade é que sob o sol não me dou muito bem
e sob a lua a vida parece demasiadamente incólume.
E não gosto de nada virgem, ileso ou salvo.
O risco que o sol me faz não é aventureiro
e a lua imaculada é tão chata quanto assistir, às onze da manhã, um filme de terror.
sábado, 13 de novembro de 2010
Vida, morte e merda seca.
Não me disseram jamais a finalidade de trabalhar. Não acordo cedo há décadas, às duas e meio que estou a viver. Não gosto de ser um empregado quando sei que meu dom não é esse. Beber e fumar o inferno é o que tem sido repentinamente exclusivo, isso não me falta, nem às vésperas do despertador que tilinta meu cérebro que dói, depois de beber e fumar o inferno e dormir duas horas diárias. E ao chegar à empresa me dizem: para com isso, Téo. Isso um dia lhe matará. – e quem disse que eu to fugindo dessa desgraça toda? Um câncer, uma cirrose ou um enfisema seria somente uma batalha que eu adoraria por à prova. Ou você pode ou não pode. Daí vem o diagnóstico, ou melhor, o prognóstico – ou se é forte ou se é fraco, pra qualquer um dos dois, o protocolo tem um só resultado: a vida ou a morte que não têm diferença alguma de merda seca.
Você passa a vida toda procurando por explicações pra essa causa, e entre tantas organizações não governamentais, não há nenhuma que te dá assistência mortal. Seria ótimo ter um lugar que te desse coragem pra seguir em frente caso quisesse desistir. Corda, facas, 38, casa com gás encanado, sem janelas, abrir e boom... Estourar seu cérebro com a mesma coragem que encara um copo de cerveja. As pessoas são hostis e burras demais, não há ninguém que encare com naturalidade a perda da vida. Um aborto, uma legalização de droga, qualquer droga, e a política vai acompanhando esse processo de banalização da inteligência, não há um nesse mundo, quem vá contra os princípios caóticos, se preferir; católicos e delinqüentes. Minha mulher me diz que a morte é doída e ingrata e eu a esbofeto toda vez que blasfema em vão. Falar da vida pode, afinal, todo mundo sabe o sentido que essa coisa mais-ou-menos traz pra quem passa, injustiça, trabalho, mulheres apaixonadas e broxadas. Às mulheres deixo minha lápide, ao bar minha conta, aos amigos minha ausência e ao demônio o desafio: tenta sorte.
Você passa a vida toda procurando por explicações pra essa causa, e entre tantas organizações não governamentais, não há nenhuma que te dá assistência mortal. Seria ótimo ter um lugar que te desse coragem pra seguir em frente caso quisesse desistir. Corda, facas, 38, casa com gás encanado, sem janelas, abrir e boom... Estourar seu cérebro com a mesma coragem que encara um copo de cerveja. As pessoas são hostis e burras demais, não há ninguém que encare com naturalidade a perda da vida. Um aborto, uma legalização de droga, qualquer droga, e a política vai acompanhando esse processo de banalização da inteligência, não há um nesse mundo, quem vá contra os princípios caóticos, se preferir; católicos e delinqüentes. Minha mulher me diz que a morte é doída e ingrata e eu a esbofeto toda vez que blasfema em vão. Falar da vida pode, afinal, todo mundo sabe o sentido que essa coisa mais-ou-menos traz pra quem passa, injustiça, trabalho, mulheres apaixonadas e broxadas. Às mulheres deixo minha lápide, ao bar minha conta, aos amigos minha ausência e ao demônio o desafio: tenta sorte.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Paixão, umbigo e verruga.
No bar, o conhaque, a cadeira vazia.
- Téo, posso me sentar?
- sentai, Johnny.
- Téo, conheci uma mulher, que, cara...
- Comeu?
- Comi, Téo. Mas tem um diferencial.
- Qual?
- ela é uma aberração!
- como assim?
- nos beijamos, conversamos sobre Sartre e Coates, sim, cara, ela gosta de Coates, me disse que Valse Serenade é melhor que trepar e tocar o umbigo. Não entendi, claro, jamais entenderia até ver.
- entendo.
- então, aí ela me chamou pra casa dela, do nada, sem sequer um conhaque. Entramos, ela arrancou minha roupa, me chupou e disse pra eu esperar... foi ao banheiro, e voltou de roupão e a beijei a boca, estava apaixonado, olhava nos olhos dela e dizia que a amava, era tudo que eu queria. Era linda; aí ela tirou o roupão, e tinha um umbigo maior que meu pau, cara.
- e você gostou?
- no começo achei estranho, mas depois fui me acostumando, ela me disse que era pra eu descobrir o ponto fraco dela, e adivinha onde era?
- no cu?
- não, Téo, caralho... ... no umbigo.
- e você chupou o umbigo dela?
- então... comecei com receio, mas depois a beijei loucamente, afinal, eu havia dito que a amava e quando a gente ama alguém, pouco importa a cara, quiça o umbigo. E nos jogamos na boca, já havia gozado na boca dela, ela havia dito que me amava também e fomos nos tocando, nos conhecendo, definitivamente. Pediu pra eu parar e colocou Coates, pedi Mahler, já que aquilo era estranho pra mim, Mahler cairia melhor. Não obedeceu, acabou colocando a Missa Solenis do Beethoven, era de fato uma aberração, Téo. Quando a penetrei, ela estava molhada e estimulava o clitóris enquanto a comia. Mas ela não quis nem saber, colocou minha mão no umbigo e mandou eu mexer bastante, e a mina gozou mais que do que eu já havia esporrado na minha vida toda, Téo.
- e essa moça é de onde?
- ela me disse é que de B’612.
- porra, mas esse é o planeta do Pequeno Príncipe, não é?
- pode ser, Téo.
- mas lá só tinha o Pequeno Príncipe, a rosa e os jatobás que ele matou.
- talvez ela seja a rosa, Téo. Ou o Pequeno Príncipe, talvez um jatobá morto. Mas o que e impressiona mesmo é o umbigo...
Levantei e fui pra casa, chegando em casa contei pra minha mulher que eu não era maluco, havia gente pior que eu por aí, todos os dias, em todos os bares e ela mandou eu estimular a verruga que tinha na altura da terceira costela.
- Téo, posso me sentar?
- sentai, Johnny.
- Téo, conheci uma mulher, que, cara...
- Comeu?
- Comi, Téo. Mas tem um diferencial.
- Qual?
- ela é uma aberração!
- como assim?
- nos beijamos, conversamos sobre Sartre e Coates, sim, cara, ela gosta de Coates, me disse que Valse Serenade é melhor que trepar e tocar o umbigo. Não entendi, claro, jamais entenderia até ver.
- entendo.
- então, aí ela me chamou pra casa dela, do nada, sem sequer um conhaque. Entramos, ela arrancou minha roupa, me chupou e disse pra eu esperar... foi ao banheiro, e voltou de roupão e a beijei a boca, estava apaixonado, olhava nos olhos dela e dizia que a amava, era tudo que eu queria. Era linda; aí ela tirou o roupão, e tinha um umbigo maior que meu pau, cara.
- e você gostou?
- no começo achei estranho, mas depois fui me acostumando, ela me disse que era pra eu descobrir o ponto fraco dela, e adivinha onde era?
- no cu?
- não, Téo, caralho... ... no umbigo.
- e você chupou o umbigo dela?
- então... comecei com receio, mas depois a beijei loucamente, afinal, eu havia dito que a amava e quando a gente ama alguém, pouco importa a cara, quiça o umbigo. E nos jogamos na boca, já havia gozado na boca dela, ela havia dito que me amava também e fomos nos tocando, nos conhecendo, definitivamente. Pediu pra eu parar e colocou Coates, pedi Mahler, já que aquilo era estranho pra mim, Mahler cairia melhor. Não obedeceu, acabou colocando a Missa Solenis do Beethoven, era de fato uma aberração, Téo. Quando a penetrei, ela estava molhada e estimulava o clitóris enquanto a comia. Mas ela não quis nem saber, colocou minha mão no umbigo e mandou eu mexer bastante, e a mina gozou mais que do que eu já havia esporrado na minha vida toda, Téo.
- e essa moça é de onde?
- ela me disse é que de B’612.
- porra, mas esse é o planeta do Pequeno Príncipe, não é?
- pode ser, Téo.
- mas lá só tinha o Pequeno Príncipe, a rosa e os jatobás que ele matou.
- talvez ela seja a rosa, Téo. Ou o Pequeno Príncipe, talvez um jatobá morto. Mas o que e impressiona mesmo é o umbigo...
Levantei e fui pra casa, chegando em casa contei pra minha mulher que eu não era maluco, havia gente pior que eu por aí, todos os dias, em todos os bares e ela mandou eu estimular a verruga que tinha na altura da terceira costela.
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